Wellington Farias

A prisão não são as grades; a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Gandhi

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Local: João Pessoa, Paraíba, Brazil

Leto de "seu" Sales e "dona" Ceiça. Nascido em Serraria, no Brejo da Paraíba, em 1956.

9/26/2007

Ricardo Coutinho na estrada

Ilustre desconhecido Um dos ícones da música erudita brasileira nasceu em conceição do Piancó. Foi criador da Orquestra Sinfônica Brasileira; regeu a Orquestra de Moscou e deixou uma bela obra erudita de sua lavra. Trata-se do maestro José Siqueira que, se vivo estivesse, estaria completando um centenário. A Paraíba, porém, não sabe quem foi Zé Siqueira. Enquanto isso, a Assembléia homenageia o ministro da Saúde cujo nome não sei nem quem é...

Provincianos Por isso é que a Paraíba não vai pra frente: a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional tem audiência pública prevista para se realizar em João Pessoa. Mas, o que rola a respeito, com todo alarde, é a briga travada entre maraninistas e cassistas. Os maranhistas dizem que a audiência vai ser no auditório da Fiep. Os cassistas dizem que não, que vai ser no plenário da Assembléia. E nós ficamos aperguntar: que propostas a bancada paraibana no Congresso vai apresentar? quais são os temas mais relevantes? Silêncio total...

De olho no futuro... O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB) vai estar na cidade de Borborema no próximo sábado. Ele vai prestigiar o ingresso de lideranças políticas ao seu partido. Ricardo Coutinho deve dar uma esticadinha até a vizinha cidade de Serraria, onde o PSB está sendo criado. Ele vai conversar com o pré-candidato a prefeito de Serraria pelo seu partido, o empresário Antônio Eduardo.

Pra valer! A propósito de Serraria, o empresário Antônio Eduardo garante que a sua pré-candidatura a prefeito da cidade é absolutamente irreversível. As lideranças políticas da cidade já reconhecem que Eduardo é o único nome com condições reais de derrotar a atual prefeita Lourdinha Bernardino.

3/26/2007

Ufa!!

O senador José Maranhão precisa se dar conta do enfado que é o seu discurso. Em duas horas de entrevista concedida ao Correio Debate, nesta segunda-feira (26), Maranhão disse absolutamente nada.

Ora, que o governo Cássio é um fiasco disso todos estão carecas de saber.

"Licença"

Que diabos estará atormentando (ou tomando tempo?!) o governador Cássio Cunha Lima, que ele não pára mais em palácio?! Aliás, no governo!

Em três meses de gestão já se vão 20 dias de licença. A mais recente foi nesta segunda-feira, por mais dez dias.

Mandrak

Nos corredores jurídicos a notícia mai recente indica que, após a Semana Santa, o TRE vai julgar aquele processo que pede a cassação do mandato do governador Cássio, por "exagerar no abuso" do poder econômico durante a campanha.

Embora este seja o país da impunidade, as flagrantes provas que engordam o processo podem gerar coelho na cartola.

Eu vi

O fato é antigo, mas ainda causa efeito: na passeata da vitória de Cássio, em Serraria, minha cidade natal, uns caras exibiam envelopes amarelados.

Eram iguaisinhos àqueles que foram achados na mala de um carro apreendido pela Polícia Rodoviária Federal.

Alguns ficaram por mais de 15 dias pregados na fachada de algumas casas distantes 5 metros do TRE local. Detalher: com nomes de supostos destinatários e valores supostamente enviados, escritos em tinta vermelha.

Sinuca

A administração Ricardo Coutinho pode entrar numa sem-bico:

Se a Justiça der ganho de causa aos agentes de saúde, como fica o concurso para o qual já existem 5 mil inscrições pagas.

Mudando

O PMDB de algumas cidades vai mudar de mãos.

Um deles é o de Marisópolis. O outro é o de Serraria, minha boa terra natal.

Palavra de cacique...

Feitiço <>Eu não sei por quais cargas-d'agua tem gente que fica indignada quando a bancada governista, na Assembléia, passa o rolo-compressor sobre a oposição, aprovando tudo o que o governo quer. Sempre foi assim. Inclusive quando os reclamantes estavam no poder.

Covardia

Minha irrestrita solidariedade ao jornalista-delega, Miguel Lucena (irmão de Tião e Edmilson), porta-voz da Polícia do Distrito Federal, que foi agredido covardemente por um colega de profissão. Dizem que o agressor queria, porque queria, que a mulher fosse para o cargo que Miguel hoje ocupa, convidado graças à sua competência profissional.

9/04/2006

Gravações da Pedra do Reino começam este mês na Paraíba

A diretora de Merchadising da TV Globo, Márcia Ladeira, o diretor de minissérie, Luiz Fernando Carvalho, estiveram na Paraiba tratando dos preparativos para gravação da minissérie da Rede Globo inspirada no romance armorial A Pedra do Reino, do paraibano Ariano Suassuna.

Com autoridades do Governo do Estado, eles trataram dos investimentos necessários para execução deste projeto, na Paraíba, especialmente no município de Taperoá e na fazenda Acauã, no município de Sousa, para recriação do cenário de época, necessário para a filmagem da minissérie, baseada num clássico da literatura brasileira.

O Governo do Estado está articulando empresas privadas que possam apoiar esta iniciativa, assim como está dando todo apoio logístico para a concretização deste projeto que valoriza a cultura paraibana, através do escritor Ariano Suassuna e vai gerar emprego e renda no município.As atividades devem ser iniciadas neste mês de setembro, com três meses de gravação da minissérie que reproduzirá o livro Pedra do Reino na cidade do autor.

A equipe de produção já mobilizou cerca de 500 pessoas que serão envolvidas com a execução do projeto. Além disso, 80% do elenco serão formados por pessoas do município. Haverá oficinas de teatro e outras atividades que envolverão a população local, contribuindo inclusive para a movimentação da economia local e regional.Será necessária recuperação de casas e cadeias antigas, do Hotel Pedra do Reino, e a remoção de elencos que interferem na paisagem atual, para recriar um clima de época.

Também a Fazenda Acauã, monumento histórico, será alvo de melhorias, assim como a comunidade de Chã da Bala, em Taperoá.Numa perspectiva de inclusão social, a Fundação Roberto Marinho manterá, em Taperoá, um centro de produção artesanal, para gerar emprego e renda no município. Todo o material da cenografia será confeccionado em Taperoá.

A produção é, também, um projeto-piloto das Organizações Globo de Produção de transformar uma locação em um ponto turístico retratando fielmente a obra do autor.O diretor Luiz Fernando Carvalho faz esta semana nova visita ao município de Taperoá. Ele dirigiu novelas como Rei do Gado, Renascer e Tieta. A minissérie será produzida em filme, ou seja, usando película, o que ressaltará mais o cenário e o ambiente natural.

7/18/2006

Biografia de Tarcísio Burity só sai em 2008. Atentado no Gulliver será passado a limpo

A biografia do ex-governador da Paraíba, Tarcísio Burity, que está sendo elaborada pelo jornalista Severino (Biu) Ramos, é projeto para 2008, segundo o próprio autor.

Justamente por ser biografia, a empreitada literária é ambiciosa, na medida em que passa, necessariamente, por minuciosa pesquisa sobre a vida de um dos mais relevantes personagens da história política recente da Paraíba.

Autor de "O Mago de Catolé", biografia do ex-governador João Agripino, Biu tem até um motivo pessoal para lançar a obra em 2008: além do tempo necessário para a garimpagem dos fatos, nesta época o autor estará completando 70 anos, idade que também faria o biografado, se vivo estivesse.

Biu Ramos confirma: o atentado à bala sofrido por Burity, no Gulliver - restaurante da elite pessoense -, perpetrado pelo então governador Ronaldo Cunha Lima, é motivo de sobra para um capítulo inteiro.

Embalados em controvérsias, os reais motivos quer levaram Ronaldo Cunha Lima a disparar três tiros contra Burity, à queima-roupa, devem ser passados a limpo.

Haja expectativa e sono perdido...

Era uma vez API! Sem disputa entidade elege sua nova Diretoria

Já não se faz API, como antigamente! Somente nesta terça-feira à tarde, vim a saber que haverá eleição para renovação da diretoria da entidade. Eu só, não: eu e algumas centenas de associados.

Pela primeira vez na história da entidade, um presidente da API será reconduzido ao cargo em chapa única. Por sí só, este fato demonstra o grau de interesse da entidade pelos associados, e vice-versa.

João Pinto, atual presidente, concorre ao pleito para o triênio 2006/2009.

Pense numa eleição sem graça.

7/13/2006

Declaração de bens dos políticos é uma gozação com a inteligência do eleitorado

As declarações de bens e rendimentos da grande maioria dos políticos paraibanos, ao Tribunal Regional Eleitoral, é uma agressão à inteligência dos eleitores.

Culpa de quem? De nós, mesmos, que assistimos a tudo isso e ainda votamos neles.

Faculdade de Direito vai para o campus universitário

Pelo menos as principais atividades do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba, serão transferidas daquele histórico prédio anexo ao Palácio da Redenção, para um novo que será construido no campus I da UFPB, em João Pessoa.

A construção do prédio não deve demorar: há recursos alocados e maquete pronta. Será um prédio moderno e de acordo com as necessidades do curso.

No prédio atual, ali onde o teto desabou sobre os alunos, deve ficar apenas a prática forense>

Tião Lucena lança livro sobre a Revolução de 30

O jornalista Tião Lucena lançou o livro "1930 - A História de uma Guerra". De conteúdo histórico-sociológico, o primoroso trabalho enfoca detalhes de uma guerra que mudou a face da história da Paraíba e do Brasil. 1930...expõe as chagas de relações sociais e políticas conflituosas como resultado pragmático das inconformações humanas.

Crucial para a implementação das transformações que viriam a moldar os fatos que determinariam mudanças radicais no quadro geral, 1930 se constituiu numa espécie de divisor de águas. Dali por diante o Brasil não seria mais o mesmo e a República Velha era sepultada com todos os seus ideais. O que Tião fez foi uma garimpagem de tudo o que ocorria nos bastidores da Guerra de Princesa e pacientemente acomodou cada elemento historiográfico, dando vida a fatos até então desconhecidos, mas que foram determinantes para a condução de um processo político cujos efeitos são sentidos até hoje. Como não poderia deixar de ser, Tião põe uma pitada (ou pitadas) de bom humor quando relata lances curiosos envolvendo as relações dos homens do coronel Zé Pereira com as "damas da luz vermelha" no cabaré de Princesa. Ali eles desafogavam suas tensões. É um livro que vale a pena ser lido e certamente será bem acolhido pelo público leitor.

transcrito do blog de Nonato Nunes

7/01/2006

Leitura labial gera crise na Globo

O quadro Leitura Labial, exibido pelo Fantástico, causou certo desconforto dentro da Rede Globo após Carlos Alberto Parreira ter reclamado da atração. O técnico da seleção declarou ter tido sua privacidade invadida após um grupo de surdos-mudos, analisando imagens do treinador filmadas à distância, ter lido seus lábios e transcrito um diálogo em que Parreira desabafava sobre a escalação de Ronaldo e dizia uma série de palavrões.

Em resposta, a Globo se pronunciou formalmente por meio de Fátima Bernardes, que fez um pedido público de desculpas no Jornal Nacional. Segundo noticiou nesta quarta-feira (28/06) o Grupo Estado, através de seu site, o pronunciamento de Fátima teria gerado um desconforto ainda maior nos quadros da emissora carioca. De acordo com o texto, a própria apresentadora teria lido o pedido a contragosto e o diretor do Fantástico, Luiz Nascimento, apresentou seu pedido de demissão, que não foi aceito pela Globo.

Procurada, a Central Globo de Comunicação negou, através de sua assessoria de imprensa, e afirmou que “a informação a respeito de um suposto pedido de demissão do diretor do Fantástico, Luiz Nascimento, é completamente inverídica, assim como todos os motivos a ela atribuídos. O quadro Leitura Labial será exibido no próximo domingo, normalmente”.

Transcrito de comuniquese.com.br

O que se faz em cemitério, além de sepultar?

Morador próximo de cemitério desde que nasceu, o professor Eduardo Rezende, docente de Geografia do Brasil na UNIBAN - Universidade Bandeirante, decidiu estudar a razão pela qual o espaço do cemitério é utilizado para outros fins que não o de enterrar pessoas e visitar as lápides. Entre os outros usos feitos do espaço, segundo ele, estão comer os frutos das árvores, aprender a dirigir e até a necrofilia (relação sexual com o morto), aliás com inúmeros casos registrados nas delegacias.

Em 1999, Prof. Eduardo defendeu sua monografia que acabou virando o livro "Metrópole da Morte Necrópole da Vida: Um estudo geográfico do Cemitério de Vila Formosa", editado pela Carthago Editorial. A idéia de escrever um livro sobre o assunto surgiu quando ele percebeu que os pesquisadores que entravam na Internet, em seu site www.necropole.hpg.com.br, pediam outras informações além das disponibilizadas. O livro, segundo ele, é como um guia para pesquisadores.

A conclusão de seu trabalho foi de que na metrópole o tempo de lazer é sempre mediado pelo consumo, pois se você quer conhecer alguém precisa ir a uma danceteria e pagar consumação mínima ou ir a um shopping e consumir. Já o cemitério é um espaço livre desse consumo obrigatório e dirigido.

Em seu site são encontradas questões básicas como das lápides, das epígrafes, dos epitáfios e da arte tumular. Já em seu livro, os assuntos são mais aprofundados. O Prof. Eduardo Rezende é também membro e representante no Brasil da Associação Latino-Americana de Cemitérios Patrimoniais e organizador do primeiro Congresso de Cemitérios Brasileiros na USP.

Outro jornalismo é possível - Le Monde no Brasil

Le Monde Diplomatique: porque as sociedades têm o direito de compreender em profundidade o mundo

Publicado em 23 idiomas e em 34 países, o Le Monde Diplomatique inaugura, neste 23 de maio, uma nova edição brasileira eletrônica. Disponível no UOL, o portal latino-americano de maior audiência, ela foi inteiramente transformada, do ponto de vista gráfico – e tem novidades editoriais muito relevantes. As mudanças são parte de um projeto necessário: lançar, ainda em 2006, uma edição brasileira impressa; constituir uma rede de colaboradores, que permita oferecer um novo ponto de vista também sobre os problemas nacionais; fazê-lo de modo participativo, com base na mobilização de pessoas e instituições da sociedade civil.

Tais objetivos se entrelaçam, é claro, com a idéia de que outro país, e outro mundo, são possíveis. Lançado em 1954, na França, o Le Monde Diplomatique transformou-se, ao longo do tempo, em referência de jornalismo crítico e profundo. Mas esta identidade foi reforçada – e, num certo sentido, reinventada – a partir da década de 1990, graças à postura marcante que o jornal adotou diante da globalização. Enquanto a imprensa, cada vez mais associada ao poder econômico e domesticada, procurava convencer as sociedades de que se tratava de um processo natural e inevitável, Le Monde Diplomatique dedicou-se, quase solitariamente, a examiná-lo.

Ao lado da nova cidadania planetária...

No jornal, o fenômeno foi desnaturalizado: vista a partir de muitos ângulos, a globalização perdia sua aura de algo espontâneo ou neutro: de “sinal dos novos tempos”... Nossas investigações deixavam claro que ela havia sido desencadeada a partir de decisões políticas muito concretas (por exemplo, a desregulamentação dos mercados financeiros). Demonstravam, além disso, que atendia aos interesses de alguns grupos sociais muito minoritários (ao promover uma reconcentração maciça de riquezas, em escala planetária). Revelavam que suas conseqüências estendiam-se por múltiplos aspectos da vida humana (multiplicando a velocidade do aquecimento da atmosfera terrestre ou do desaparecimento de idiomas).

Ainda mais importante: se a globalização era fruto de decisões políticas, outras decisões, de sentido oposto, poderiam interromper ou inverter tendências. Le Monde Diplomatique envolveu-se, no plano intelectual, em todas as campanhas que marcaram a emergência da sociedade civil planetária. Em 1997, ao descrever as conseqüências sociais dramáticas das crises financeiras asiáticas, propôs, como antídoto, a mobilização internacional dos cidadãos contra a ditadura dos mercados – num texto que viria a estimular a fundação do movimento ATTAC. Em 1998, seus artigos sobre do Acordo Multilateral sobre Investimentos (AMI) [1] estimularam uma resposta mundial que evitou um novo ataque aos direitos sociais e ao ambiente. Em 1999, apontou os riscos de mais uma rodada de “liberalização” do comércio promovida pela OMC; e viu nos protestos de Seattle (EUA), que desfizeram a ameaça, como sinal da “emergência de um contra-poder mundial”. Em 2000, a redação do jornal foi o local onde um grupo de brasileiros apresentou, pela primeira vez, a idéia de organização de um Fórum Social Mundial [2].

Le Monde Diplomatique só pode desempenhar um papel tão destacado na construção de uma cidadania planetária porque sempre recusou a condição de panfleto. Num mundo em que se proclama a inexistência de alternativas – e se procura, portanto, reduzir dos cidadãos a espectadores da História –, nada mais transformador que valorizar e construir, na prática, o direito à informação, à comunicação, ao exercício de enxergar o mundo e influir em seus destinos.

... mas sempre com informação de qualidade

A edição de maio do jornal [3], disponível no site, é um exemplo deste compromisso com a informação de qualidade. Le Monde Diplomatique debate este mês temas de enorme impacto político e cultural: entre outros, a resistência à ocupação do Iraque; os sinais de esgotamento das reservas mundiais de petróleo; o comércio internacional de produtos agrícolas; a retomada da economia japonesa e a suposta universalidade da cincia ocidental Mas não o faz com argumentos superficiais, destinados simplesmente a “reforçar posições”. Oferece informações e pontos de vista que merecem ser conhecidos por todos os que se preocupam com a construção do futuro comum da sociedade e do planeta – sejam quais forem os pontos ideológicos de partida.

O texto sobre o Iraque, por exemplo, investiga a natureza da resistência à ocupação norte-americana. Detecta a presença cada vez mais forte do Tandhim, o braço iraquiano da Al-Qaeda. Vai adiante: procura explicações para a emergência de um grupo fundamentalista, num país conhecido, no mundo árabe, pelo caráter laico de suas instituições. Conclui, com base nos fatos: a “guerra contra o terror” de George Bush criou, paradoxalmente, o sentimento de solidariedade islâmica necessário para que a rede de Osama Bin Laden fosse aceita, e pudesse se enraizar, num ambiente que em outras condições lhe teria sido mortal.

Já o artigo sobre o petróleo traça um balanço extremamente preocupante entre as reservas (claramente em declínio) do combustível e seu consumo, que não cessa de aumentar. Do texto, emerge uma dúvida desconcertante, mas mobilizadora: a humanidade estará condenada a ser irresponsável, perdulária e irracional, em sua relação com o planeta que lhe serve de morada?

Num país como o Brasil, onde o oligopólio das comunicações é uma presença mediocrizante e desmobilizadora, o Le Monde Diplomatique não poderia estimular o surgimento de uma rede de colaboradores, num esforço coletivo para construir uma nova consciência do país? Esta é a principal meta das organizações e pessoas empenhadas no projeto. Nos próximos textos, você vai saber como o novo site aproxima tal objetivo; e como é possível somar-se à construção da edição brasileira.

[1] Debatido na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o AMI pretendia subordinar as ações das sociedades e governos ao "direito" das grandes corporações transnacionais, tratadas como "investidores". Tinha a forma de um acordo internacional, ao qual deveriam aderir os países interessados em se conservar atrativos para tais empresas. Segundo o texto do acordo, elas adquiriam condições jurídicas para questionar e anular decisões que, ao ampliar direitos sociais ou a proteção do ambiente, fossem vistas como tendentes a reduzir a lucratividade das corporações.

[2] O relato da reunião em que o FSM foi proposto está num texto de Francisco Whitaker a respeito das origens do Fórum.

[3] Le Monde Diplomatique é publicado mensalmente. Para acessar as edições mensais (eletrônicas) é preciso fazer uma assinatura. Outras áreas do site permanecerão abertas a todos. Temporariamente, para celebrar a reinauguração do espaço do jornal na internet, o acesso a todas as áreas está liberado.

6/21/2006

Sivuca concorre com Caetano, Chico Buarque, João Gilberto e Roberto Carlos

O mais festejado sanfoneiro do mundo, o paraibano Sivuca, está entre os dez candidatos à final do Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura e Arte, edição 2006, dedicado à música popular brasileira. A indicação dele partiu da Funjope. Sivuca concorre com Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, João Gilberto, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Naná Vasconcelos e Roberto Carlos.

Desses dez, um será ganhador do Prêmio Jorge Amado, instituído pelo Governo do Estado da Bahia, em agosto de 2001. São R$ 100 mil, o maior prêmio individual do País na área cultural. Um júri composto por quatro especialistas renomados na área de música popular brasileira e presidido pelo secretário da Cultura e Turismo, Paulo Gaudenzi, reúne-se em Salvador, no dia 11 de julho, para decidir sobre o vencedor e indicar a expressão artística a ser premiada em 2007.

O músico – Nascido em 1930, na cidade de Itabaiana-PB, Severino Dias de Oliveira, com 9 anos de idade, já tocava sanfona em casamentos e festas da região. Aos 15, tentava a sorte em um programa de calouros, em Recife. Estudou harmonia com o maestro Guerra-Peixe e foi para São Paulo pelas mãos da cantora Carmélia Alves. Trabalhou em dezenas de programas de rádio e integrou o elenco fixo da TV Tupi de 1955 a 1959.

Em 1958, representou o Brasil na Europa, com músicos como Abel Ferreira e o Trio Iraquitã. Morou quatro anos em Paris, de 1960 a 1964 e, em 1965, já estava nos Estados Unidos para compor, como guitarrista, o conjunto de Miriam Makeba. Com ela viajou pela África, Europa e Ásia. Foram mais de dez anos acompanhando músicos de todas as vertentes e dirigindo musicais nos EUA.

Contas movimentam R$1 milhão

Ana D' Angelo

Integrante da tropa de choque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) terá que explicar de onde tirou tanto dinheiro que abasteceu suas contas bancárias em 2003, 2004 e 2005. Ainda deputada estadual por Santa Catarina, ela movimentou R$ 218 mil em duas contas correntes. A partir de 2003, quando chegou ao Senado, ao mesmo tempo em que o PT passava a ocupar o Palácio do Planalto, seus saldos bancários começaram a se multiplicar, ainda que seus rendimentos líquidos (descontado o Imposto de Renda) como senadora não tenham passado dos R$ 200 mil no ano, incluindo auxílio-moradia.

No primeiro ano do governo petista, a movimentação financeira de Ideli Salvatti mais que dobrou em relação a 2002: passou para R$ 477 mil. Em 2004 e 2005, no mesmo período em que o valerioduto passou a turbinar as contas do partido e de alguns de seus parlamentares, a senadora movimentou cerca de R$ 1 milhão nas contas, praticamente cinco vezes mais que os rendimentos que embolsa. A Receita Federal considera como motivo de suspeita contribuintes assalariados que tenham movimentação duas vezes superior à renda ou mais. Abaixo disso, está dentro do possível, já que a mesma quantia pode transitar por aplicações financeiras ou contas diferentes, pagando CPMF mais de uma vez.

Os dados obtidos pela reportagem são da Receita Federal, a partir do recolhimento da CPMF pelos contribuintes. Ontem, em entrevista ao Correio, a senadora não deu detalhes sobre a movimentação alta. Limitou-se a dizer que fez "alguns empréstimos". "Rendimento é uma coisa, movimentação é outra. Eu fiz empréstimos, eu fiz empréstimos". Mas não disse de que valores nem em quais bancos. "Não tenho aqui detalhado, porque é coisa de 2004", justificou Ideli Salvatti, embora ela própria tenha admitido que já sabe do questionamento sobre suas movimentações financeiras desde o ano passado.

Em 2004, a senadora movimentou, no total, R$ 1,1 milhão em três bancos - Banco do Estado de Santa Catarina, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A maior parte, R$ 829 mil foi no Banco do Brasil, em cuja conta chegaram a circular R$ 224 mil em setembro daquele ano e R$ 138 mil em outubro. Em 2005, ela movimentou, até setembro, R$ 923 mil, dos quais R$ 753 mil no Banco do Brasil.

"Empréstimos"

Em vez de explicar como conseguiu movimentar tanto dinheiro sem ter salário correspondente, a senadora preferiu discorrer longamente sobre o procurador da República Celso Três, que investigou seu patrimônio no ano passado. "Não tenho nenhum problema de responder a nada. A única coisa é que não quero ficar servindo a esse tipo de procedimento ilegal do procurador da República. Ele não pode agir assim", criticou ela.

"Há quase um ano e meio, ele (Celso Três) me ameaça sistematicamente com essa discussão a respeito do meu rendimento, da minha movimentação financeira e da minha declaração do Imposto de Renda. Se ele tem dúvida, que me processe para eu responder na Justiça". O procedimento aberto pelo procurador contra a senadora foi encaminhado este ano à Procuradoria Geral da República, a quem cabe dar continuidade às investigações, por que ela tem foro privilegiado.

Conforme informações obtidas pela reportagem, os dados sobre a movimentação financeira da senadora já chegaram às mãos de vários parlamentares e até de um banqueiro famoso. A própria senadora confirma que receberam as informações o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), presidente e relator da CPI dos Correios, respectivamente. Ideli também contou que a CPI dos Bingos teve acesso aos dados.

Ao Correio, o procurador assegurou ontem que "os elementos de incompatibilidade entre patrimônio e rendimentos da senadora são sólidos". Questionado sobre os bens encontrados, não quis dar detalhes: "Não vou declinar os dados porque são pessoais. O que eu tinha para fazer, já fiz". Celso Três ficou conhecido por desvendar o esquema de remessas ilegais, o famoso Caso Banestado.

Bens

A senadora passou a ser investigada pelo Ministério Público após ter espalhado por Florianópolis, no ano passado, outdoors com propaganda da duplicação da rodovia 101. Questionada sobre o gasto - de R$ 162 mil, segundo a própria senadora -, sustentou publicamente que pagou com R$ 80 mil que tomou de empréstimo da Caixa e com o dinheiro da venda de dois automóveis - um Gol e um Fiesta.

Ideli Salvatti garantiu ter hoje patrimônio abaixo do declarado em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral, de R$ 132 mil - tinha uma casa em conjunto habitacional no valor de R$ 22 mil, outro imóvel no balneário de Açores, de R$ 96 mil, e um automóvel Gol ano 1995. Vendeu a casa da Cohab no final do ano passado, tendo atualmente apenas a casa de praia e um automóvel. Diz que mora de aluguel num apartamento em Coqueiros, bairro nobre da capital catarinense, com a filha e o genro.

Transcrito Do Corrieio Braziliense

6/16/2006

O golpismo moralista está de volta

Por Mário Augusto Jakobskind

O Brasil continua sob o impacto das denúncias relacionadas com atos de corrupção, mas, de um geral, na cobertura midiática, lamentavelmente, predomina o espírito moralista e golpista da velha UDN, um partido que, antes de 64, sensibilizava a classe média e vivia nos quartéis conspirando. Depois de algumas tentativas frustradas - 54 (suicídio de Vargas), 55 (tentativa de evitar a posse de Juscelino Kubitschek) e 61 (renúncia de Jânio Quadros e tentativa de impedimento de Jango) - a UDN, finalmente, chegou ao poder em abril de 64. Muitos dos golpistas se arrependeram, mas aí Inês era morta. O povo brasileiro teve de suportar 21 anos de ditadura.

Alguém deve estar se perguntando: mas o que tem a ver uma coisa com a outra? Tem, sim! Claro, os tempos mudaram, a direita que quer preservar seus interesses, em detrimento da maioria do povo brasileiro, também se adaptou aos novos tempos. Não necessita mais dos militares para “manter a ordem” e prefere fazer cabeças através de lavagem cerebral mídiática do pensamento único. Colunistas amestrados estão sempre atentos e são acionados para denunciar “jurássicos” contrários aos desejos da direita. Ou seja, para se renovar de fato, o Brasil ainda precisa realizar as reformas de base, adaptadas aos tempos modernos, semelhantes às defendidas antes de 64 e que resultaram na queda do presidente constitucional João Goulart. O tema, querendo ou não os udenistas de hoje, agrupados no PSDB e PFL, continua na ordem do dia.

Em termos de Congresso, não é de agora que se escondem falcatruas para favorecer as elites dominantes há séculos, responsáveis pela situação de desigualdade social. É neste contexto que devem ser lembrados alguns fatos que caíram totalmente no esquecido baú da história. Alguns colunistas amestrados tentam convencer a opinião pública que o tal “mensalão” teve início no governo do PT. Outros preferem apontar o início, em 1998, com o então candidato a governador de Minas Gerais e hoje senador, Eduardo Azeredo. Nem uma coisa, nem outra. O velho esquema de dinheiro suspeito destinado às campanhas políticas ou mesmo para a compra de parlamentares remonta décadas passadas.

Nos tempos da ditadura, parlamentares que não se enquadrassem para manter a farsa do funcionamento do Congresso eram simplesmente cassados por 10 anos. O que havia nos bastidores em matéria de falcatrua, por exemplo, para atender os lobistas em atuação, não era divulgado. O jornal que ousasse romper o silêncio sofria punições. Por isso, a opinião pública não era informada, muito pelo contrário, os órgãos de imprensa, os mesmos que hoje fazem denúncias, comprovadas ou não, compactuavam com o regime ditatorial.

Falcatruas no Parlamento aconteciam antes mesmo de 64. Um dos fatos mais marcantes em matéria de corrupção e que caiu totalmente no esquecimento, até mesmo das teses dos senhores(as) acadêmicos(as), diz respeito a “doação” de milhões de dólares, em 1962, feitos através do denominado Instituto Brasileiro de Ação Democrático (IBAD), que de democrático só tinha o nome para iludir incautos. A ação nefasta do IBAD está documentada de forma magistral no livro “1964: A Conquista do Estado”, de autoria do professor René Dreifuss. Em 1962, às vésperas da renovação do Congresso e dos governos estaduais, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, mandava uma circular ao Departamento de Estado chamando a atenção para "o alto interesse das eleições brasileiras".

Pois bem, depois do alerta do golpista Gordon, como comprova o livro de Dreifuss, empresas como a Esso, Texaco, Shell, Bank of America, a Reader´s Digest, o próprio Departamento de Estado norte-americano e numerosos banqueiros como Olavo Setúbal, Válter Moreira Sales, Magalhães Pinto (então candidato ao governo de Minas, para o qual seria eleito), Ângelo Calmon de Sá e Herbert Levy, para não falar de empresários, nacionais e estrangeiros, que temiam as reformas de base, soltaram a grana para eleger uma bancada conservadora, que tinha por objetivo manter os privilégios dos de sempre. Um jovem economista despontava no rol dos ideólogos do IBAD, nada mais nada menos que Pedro Malan, que mais tarde, em plena democracia, veio a ser Ministro da Fazenda na gestão de Fernando Henrique Cardoso, levando adiante tudo o que a direita de antes de 64 almejava, ou seja, liquidar o Estado brasileiro, entregar de mão beijada as estatais. Um coronel entreguista, uma figura sinistra, também teve grande destaque no período: Golbery do Couto e Silva.

Entre os parlamentares que se elegeram com a ajuda do IBAD encontram-se figuras cultuadas até por setores da “inteligenzia” brasileira, como Mário Covas, posteriormente, também em plena democracia, um dos fundadores do PSDB e governador de São Paulo. Covas chegou a ser cassado em 68, por discordar dos rumos do regime ditatorial, mas nos anos 80 e 90 acabou voltando ao leito de origem do IBAD, defendendo com unhas e dentes um “choque de capitalismo” no país, ou seja, o programa posto em prática pelo delinqüente (quem entrega de mão beijada o país deve ser considerado como tal) Fernando Henrique Cardoso. Covas morreu e Geraldo Alckmin acabou se transformando no seu herdeiro político e almeja ser o Presidente da República. Alckmin quer dar um “banho de ética” no Brasil e para isso conta com a Opus Dei, o grupo extremista da Igreja Católica vinculado ao capital financeiro, o qual ele pertence, para não falar das recentes denúncias de favorecimento a correligionários de verbas publicitárias da Nossa Caixa.

Está ou não de volta a velha UDN, golpista e moralista, hoje travestida de moderna? A mesma UDN que sempre fez das suas, mas contava com o silêncio da mídia conservadora e, nos anos de chumbo, com a ajuda da censura.

O que dizer quando um ex-Presidente se refere aos pobres de forma preconceituosa, como fez o delinqüente que posa de cidadão acima de qualquer suspeita chamado Fernando Henrique Cardoso? Alguém ainda divida que a UDN está mesmo de volta sob a égide do PSDB?

6/13/2006

Não jogue óleo na pia. Um veneno para a natureza

O que fazer com o óleo usado? Você sabe onde jogar o óleo das frituras na sua casa? Mesmo que não façamos muitas frituras, quando o fazemos, jogamos o óleo na pia ou por outro ralo, certo?

Este é um dos maiores erros que podemos cometer... Por que fazemos isto? Porque infelizmente ninguém nos diz como fazer, ou não nos informamos.

VEJA: o melhor que tem a fazer é colocar os óleos utilizados numa daquelas garrafas de plástico (por exemplo, as garrafas pet de refrigerantes),fechá-las e colocá-las no lixo normal.

Se no seu prédio já existe coleta seletiva, coloque no lixo orgânico.

UM LITRO DE ÓLEO, CONTAMINA CERCA DE 1 MILHÃO DE LITROS DE ÁGUA, o equivalente ao consumo de uma pessoa no período de 14 anos.

Pense bem nisso.

João Pessoa sediará Festival de Cinema internacional

João Pessoa vai sediar o III Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa (Cineport). O protocolo de intenções foi assinado entre a Prefeitura, via Funjope, a Fundação Ormeu Junqueira Botelho, realizadora do evento, o Governo do Estado e Saelpa.

O acordo foi selado no último sábado em Lagos, Portugal, durante a realização da segunda edição do festival. O presidente da Funjope, Luís Carlos de Vasconcelos, representou o prefeito Ricardo Coutinho no ato de assinatura, que teve a presença de Mônica Botelho, presidente da Fundação, Gabriel Alves Pereira Júnior (Saelpa) e Gal Cunha Lima (Funesc).

Administração cidadã

O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, está dando um show de bola na administração. Uma administração verdadeiramente cidadã.

Uma das diferenças mais notáveis do prefeito pessoense é que as suas realizações, embora nem tanto badaladas na mídia, são reais. Ao contrário do festival de mentiras do programa do Governo do Estado, que diz está construindo 50 mil casas.

No interior do Estado, onde estou todo fim de semana, a administração de Ricardo é muito comentada como exemplar e um modelo a ser seguido para a Paraíba toda...

Mulher morta ressuscita para ver a Copa

Uma alemã de 94 anos declarada morta acordou e perguntou quando a Alemanha jogaria de novo pela Copa do Mundo.

Segundo o site Ananova, Maria Mueller foi achada caída sobre uma cadeira por seu filho Bernhard Mueller, de 66 anos, na casa onde morava, na cidade de Luegde, na Alemanha.

Quando ouviu que havia sido declarada morta pelos médicos, a senhora Mueller disse: "sem essa, não morro antes de ver a Alemanha ganhar a Copa do Mundo. Ainda há vida nesses velhos ossos, e certamente eu não perderia os jogos."

Nem Bernhard nem o médico da cidade conseguiram verificar se o coração da torcedora ainda batia.

Transcrito da lista Princesa Rebelde.

6/12/2006

Padre ameaça acampar em Palácio

O Padre de Santa Cruz, Djaci Brasileiro, ameaça acampar em frente ao Palacio da Redenção, se, até setembro, o governo do estado não construir a adutora levando água para a cidade.

Em entrevista ao programa de Marcelo José, na Rádio Correio, o sacerdote disse que, desde 2003, há verba disponivel e o governo não constroi.

Com os açudes da região transbordando, o povo toma água enlameada, porque não há adutora nem tratamento.

Padre Djaci cita o exemplo do governo anterior, que em seis meses construiu adutora Coremas-Sabugi.

6/08/2006

Mais de 90% dos abrigos de passageiros da Capital já foram substituídos

Cerca de 90,6% dos abrigos de lajes de concreto das paradas de ônibus da Capital, que traziam risco de morte usuários, já foram substituídos por modelos modernos e de material leve. A substituição dos abrigos cumpre determinação do Ministério Público do Estado.

As áreas da cidade que já estão 100% assistidas com a mudança são Bessa, Manaíra, Alto do Mateus, Cristo Redentor, Geisel, Rangel, Jaguaribe, José Américo, Mangabeira e Valentina Figueiredo, além dos corredores viários. Os locais restantes, que compreendem especificamente a área da Lagoa, da UFPB e parte do bairro da Torre também terão, até o prazo acordado, seus abrigos substituídos por uma estrutura metálica com telha galvanizada.

Iraê quer comissão acompanhando os convênios para contratação de transportes escolares

A Assembléia Legislativa aprovou, esta semana, requerimento da deputada Iraê Lucena (PMDB) propondo a formação de uma comissão parlamentar para acompanhar junto a Secretaria de Educação os convênios dos transportes escolares firmados entre prefeituras e Governo do Estado.

O requerimento foi motivado pelo acidente que matou treze pessoas e deixou outras quinze feridas na rodovia PB 396, que liga os municípios de Sousa e Uiraúna, no Alto Sertão paraibano, no dia 23 do mês passado. A tragédia ocorreu quando um caminhão F-4000, que transportava estudantes, colidiu com um ônibus da Prefeitura de Vieirópolis.

A deputada Iraê afirmou que a os parlamentares têm a obrigação de acompanhar esses convênios na qualidade de representantes do povo, assim como tem feito o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público que já tomaram para si a responsabilidade de fiscalização.

6/07/2006

Jornalistas, agentes de viagem e artistas vão a Bananeiras

Cerca de 40 jornalistas, agentes de viagem, artistas plásticos e autoridades ligadas ao turismo participam nos dias 10 e 11 de junho próximos (sábado e domingo) de um famtour para o município de Bananeiras, localizado a 141 quilômetros de João Pessoa, na Micro Região do Brejo. O objetivo é divulgar o São local, que se destaca como um dos mais alegres da Paraíba.

A programação, definida pelo presidente do Clube do Feijão Amigo, Onaldo Mendes, em comum acordo com a prefeita Marta Ramalho e a secretária de Turismo Ana Gondim, é a seguinte:

Dia 10 de junho de 2006, 07h30, saída do Sebrae, no Bairro dos Estados; 10h, chegada em Bananeiras, com recepção da prefeita Marta Ramalho e da secretária de Turismo, Ana Gondim, no Cruzeiro de Roma; 11h, saída para o Condomínio; 11h15, chegada no Condomínio, Haras e Clube Caminho da Serra Sucos, onde haverá lanche rápido, com frutas e uma Volúpia; 12h, Saída para um City Tour em Bananeiras; 12h30, Chegada Pousada da Estação;13h, Almoço de Confraternização do Clube do Feijão Amigo e Confraria da Lapada; 17h, saída para a Pousada Engenho Laranjeiras; 21h, saída para o Forró Fest, com camarote oferecido pela Prefeitura, com shows com Jorge de Altinho, Amazan e os concorrentes da noite; e 00h30min retorno a Pousada Engenho Laranjeiras. Dia 11 de junho de 2006, 08h, café da manhã; 09h30, saída para a Cachoeira do Roncador; 12h30, almoço no Restaurante da Cachoeira;14h30, retorno a João Pessoa.

5/31/2006

Gilson Souto esclarece: nada tem a ver com Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa

O jornalista Gilson Souto Maior nos disse ontem, por telefone, que nada tem a ver com o Ex-Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa da Paraíba, que recentemente foi extinto por determinação do Ministério Público, face a denúncias comprovadas de malversação do dinheiro público. Souto Maior explicou que é diretor do Departamento de Comunicação do Poder Legislativo e, portanto, não tem qualquer ingerência sobre o outro órgão em questão.

Gilsou soube que haviam tecido críticas envolvendo o seu nome, a propósito do que aconteceu com o comitê e, por isso, resolveu dar os esclarecimentos.

De antemão, afirmamos - e os minguados leitores são testemunhas - que, pelo menos este blog, jamais associou o nome de Gilson Souto Maior aos lamentáveis fatos que envolveram o Comitê de Imprensa "nathanael Alves".

Mais que isso: damos o testemunho de ser, Gilson Souto Maior, não apenas um dos nossos melhores profissionais de imprensa, mas sobretudo um cidadão de conduta ilibada.

Ao noticiarmos o fato, apenas mencionamos que mantivemos contato com Gilson, em busca de um posicionamento do Poder Legislativo, para não relatar apenas uma única versão, e que ele nos havia congerido contatar com o ex-presidente do comitê, Edmilson Pereira, como de fato o fizemos.

5/25/2006

"Comitê da Assembléia permanece, de fato, mas não de direito"

Leia, também, a matéria baixo, sobre e extinção do Comitè.

No que pese o Ministério Público haver determinado a extinção do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa, em razão de malversação do dinheiro público, o ex-presidente do extinto órgão, radialista Edmilson Pereira, por telefone foi enfático: o comitê continua existindo, de fato, embora não de direito. E mais (pasmem!): com a mesma Diretoria.

Antes, porém, Pereira mesmo confirmou que, acatando uma decisão do MP, o presidente da Assembléia Legislativa, Rômulo Gouveia, extingiu a resolução que criou o Comitê de Imprensa da Casa de Epitácio Pessoa, cujo patrono era nosso respeitabilíssimo colega Nathanael Alves, de saudosa memória.

O radialista acrescentou que a Assembléia sempre teve e terá um comitê para atender às necessidades profissionais dos jornalistas, no âmbito da Assembléia Legislativa do Estado. Segundo ele, com a revogação da resolução, o que caiu foi a remuneração que era paga aos credenciados por diversos órgãos de imprensa do Estado, citando insistentemente o Sistema Correio de Comunicação, onde eu trabalho mas que nada tem a ver com este espaço, muito mais democrático, por sinal. Mas o órgão continua, de fato, mas não de direito, reiterou Pereira.

Dadas tais explicações, há perguntas inevitáveis: como pode existir o Comitê de Imprensa se a resolução que o criou foi extinta pela Presidência da Assembléia, por orientação do Ministério Público? Como a Diretoria do Comitê permanece se o órgão não existe, de direito? E mais: se o comitê foi extinto em razão de acusações de malversação do dinheiro público, pela atual Diretoria (certamente comprovada, porque senão não teria acontecido o que aconteceu), como esta mesma Diretoria pode permanecer?.

Para concluir uma observação: essa história do extinto Comitê de Imprensa da Assembléia ainda pode terminar um rolo maior do que o que já deu, sobretudo uma dor de cabeça daquelas... para o presidente da Casa, Rômulo Gouveia. Pelos contatos que a publicação do asssunto, neste espaço, gerou de ontem para cá, concluo que tem gente que não vai descansar enquanto a determinação do MP não for cumprida na sua plenitude...

Ninguém, inclusive eu, acreditava que aquelas denúncias de Mauro Ronado Leite, reforçadas por Oscar Jorge, daria em alguma coisa. Os dois eram, inclusive, motivos de gozação. Mas deu no que deu...

De ontem para cá, tenho recebido telefonemas sobre fatos novos acerca deste episódio, que me recuso a publicar, pelo menos até que me provem serem vereadeiros, principalmente sobre uma supsota manobra que teria sido posta em curso para manter pelo menos parte dos ex-dirigentes na folhinha extra de pagamento.

O Presidente da Assembléia Legislativa, Rômulo Gouveia, ou algéum delegado por ele, precisa se manifestar a respeito: afinal, o Comitê está extinto ou não? A sua manutenção não afronta o MP? E como podem os mesmos dirigentes, enrolados até o pescoço, continuarem dando as cartas num órgão que existe de fato, mas é ilegal?.

É só um aviso para, depois, ninguem vir com a desculpa de que não sabia de nada. Afinal, vivemos um momento em que ninguém viu nada, ninguém estava em lugar nenhum e ningém é ninguém...

PS: a propósito de telefonemas que recebi, tentando um "abafo", questionando por que publiquei estes fatos, antecipo: primeiro, porque é notícia; segundo porque trata-se de manversação do dinheiro do contribuinte; terceiro, porque é corrupção instalada no Poder Legislativo; quarto, porque parte de quem deveria dar exemplo de decência e ética (o jornalista), e que vive cobrando tudo de todos; sexto, porque estamos numa democracia; sétimo, porque não compactuo com corporativismo: se ética é concordar com as sujeiras da minha profissão, sou o cara mais antiético que pode existir...

5/24/2006

Denúncia de malversação de dinheiro público leva Comitê de Imprensa da Assembléia da Paraíba à extinção

Ninguém merece!

Nem a categoria dos jornalistas, tampouco a memória de Nathanael Alves, uma grande alma que fez história no jornalismo paraibano: o Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa do Estado, do qual Nathan era patrono, simplesmente foi extinto no embalo de denúncias de malversação do dinheiro público.

A extinção do Comitê foi confirmada a este repórter por Gilson Souto Maior, assessor de imprensa da Casa de Epitácio Pessoa. Questionado a respeito, Gilson orientou-me a conversar com o ex-presidente do extinto órgão, o radialista Edmilson Pereira. As tentativas foram em vão: primeiro, o celular estava fora de área. Numa outra ocasião, uma pessoa atendeu, para dizer que ele estava ocupado.

As denúncias contra o comitê, encaminhadas ao Ministério Público, partiram do destemido jornalista Ronaldo Leite, aqueles mesmo que escreveu um livro sobre o grupo de extermínio, Mão Branca, que existiu na Paraíba, dando nome aos bois.

Segundo as denúncias, no Comitê de Imprensa da Assembléia paraibana havia uma verdadeira farra com o dinheiro público, em favor das contas bancárias dos dirigentes do órgão.

Mal deu-se o estrago, o que circula no meio jornalístico são informações dando conta de que já estão estudando o famoso "jeitinho-brasileiro" para fazer retornar o os costumes de antes, partindo-se, certamente, da premissa de que este é o País da impunidade e, portanto, a Paraíba também. Em suma: que tudo dará em pizza!

O mais prudente talvez seja o presidente da Assembléia, Rômulo Gouveia (PSDB), atalhar qualquer manobra neste sentido. Do contrário, ele tanto pode se dar mal com o Ministério Público, porque é quem responde pelo Legislativo, como também pode salpicar com nódoas os seus projetos políticos, além de entrar para a história como o presidente da Casa que permitiu a corrupção chegar a tal ponto. Além disso, estes são fatos que não contribuem para a biografia de político nenhum, sobretudo neste momemto em que andam todos indignados com o que acontece na República.

Em tempo: Como não conseguí contato com o ex-presidente do extinto comitê, Edmilson Pereira, de antemão garanto todo o espaço de que ele precisar para dar a sua versão sobre os fatos e as devidas explicações acerca de documentos que me estão sendo encaminhados a respeito do assunto.

Machismo d´alem mar, pois pois!

Um leitor manda me dizer, de Portugal - e outros confirmam, lá e aqui: é espantosa a violência dos portugueses contra as suas mulheres e companheiras. Diz o leitor que boa parte dos portugas vive de beber vinho, assistir ao futebol, ir à missa e espancar a mulher.

"Aqui (Portugal) ainda há muito disso movido a álcoo e depressões pós derrota dos times de futebol", observa, para acrecentar:

"Enfim, aqui até os pedofilos são protegidos. Um nojo o que eu sinto às vezes dentro de mim, mas não calo a minha revolta e tenho muita poesia dessa, onde lhes tiro as vestes de cordeiro".

O Desafio a um difamador

Franklin Martins (*)

O sr. Diogo Mainardi, em artigo intitulado “Jornalistas são brasileiros”, publicado na revista Veja de 16 de abril de 2006, acusou a mim e a outros profissionais de imprensa de sermos “moralmente frouxos” e de mantermos “relações promíscuas” com o poder político. No meu caso, saiu-se com a estapafúrdia história de que eu teria uma cota pessoal de nomeações no serviço público. Nessa cota, estariam meu irmão, Victor Martins, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e minha mulher, Ivanisa.

Seguem-se alguns esclarecimentos. Devo-os não ao sr. Mainardi, mas a meus leitores, telespectadores e ouvintes, e também a meus colegas de profissão que, com razão, continuam a acreditar que o jornalismo só tem valor se for exercido com espírito público e ética:

1. Não tive, em qualquer momento ou em qualquer instância, nada a ver com a nomeação de meu irmão, profissional conceituado na área de petróleo, para a diretoria da ANP. Jamais intercedi junto a quem quer que fosse no Poder Executivo para sua indicação. Jamais pedi a qualquer membro do Senado, a quem cabe constitucionalmente aprovar ou recusar as diretorias das agências reguladoras, que olhasse com simpatia seu nome. Não movi uma palha nesse episódio. Meu irmão tem a vida profissional dele e eu, a minha.

O sr. Mainardi não é obrigado a acreditar no que digo. Mas, se não fosse um difamador travestido de jornalista, teria se esforçado para apoiar suas acusações em fatos que revelassem uma conduta inadequada da minha parte, e não apelado para trechos de discursos desse ou daquele parlamentar com referências à minha pessoa que não significam absolutamente nada. Sobre o que falam deputados e senadores nem eu nem o sr. Mainardi temos a menor responsabilidade. Qualquer pessoa medianamente informada sabe disso. Somos eu e ele responsáveis apenas pelos nossos atos.

Por isso, lanço-lhe um desafio. Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras – um só, não é necessário mais do que um – vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio para o nome de meu irmão, me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da “Veja” da coluna que assina na revista.

Tudo ou nada, bola ou búrica. O sr. Mainardi topa o desafio?

Se topa, proponho que escolha uma pessoa de sua confiança, enquanto eu pedirei à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que designe um profissional acima de qualquer suspeita, para que ambos conversem imediatamente com todos os senadores e senadoras e ponham essa história em pratos limpos.

Se não topa o desafio, o sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador.

Sei os riscos que estou correndo. Entre os 81 senadores, há vários que, em um ou outro momento, já foram frontalmente criticados por mim. Outros devem ter discordado inúmeras vezes de minhas opiniões e avaliações. É provável que haja, inclusive, quem, em algum episódio, tenha se sentido injustiçado por alguma palavra minha. Mesmo assim duvido que apareça um só senador, governista ou oposicionista, do Norte ou do Sul, veterano ou novato, que confirme a afirmação insultuosa do sr. Mainardi de que fiz tráfico de influência para nomear um irmão para a ANP. Duvido que apareça por uma razão muito simples: isso simplesmente nunca ocorreu.

2. Quanto à minha mulher, é funcionária pública há mais de 20 anos. E servidores públicos, sr. Mainardi, por incrível que lhe pareça, trabalham no serviço público. Não sei qual a razão de sua surpresa com o fato. Devo esclarecer que, embora seja profissional extremamente competente, com mestrado em planejamento social na London School of Economics, já tendo dirigido agências e programas nacionais na área, no momento minha mulher não exerce cargo comissionado e sequer tem função gratificada. Por que? Não sei. Coisas do serviço público ...

Dados os esclarecimentos, sigo adiante.

Nem sempre concordo com o que escrevem Eliane Cantanhede, da “Folha de S. Paulo”, e Helena Chagas, de “O Globo”, também difamadas pelo sr. Mainardi no artigo mencionado. Mas isso não me impede de dizer que são duas tremendas profissionais, das melhores jornalistas deste país. Na nossa profissão, como em todas outras, há gente séria e gente que não presta, pessoas íntegras e pessoas sem caráter. Eliane e Helena estão na primeira categoria e me honra ter sido colocado na companhia delas. Para mim, desabonador seria o contrário.

Os ataques que sofremos Eliane, Helena e eu talvez sejam os mais graves, mas não são os primeiros que o sr. Mainardi lançou recentemente contra jornalistas. Nos últimos meses, semana sim, semana não, pelo menos duas dúzias deles, foram vítimas de investidas absolutamente desrespeitosas, carregadas de insinuações capciosas contra suas atividades e carreiras. Mas como ninguém deu pelota para os arreganhos do rapaz – nem os jornalistas, que simplesmente não o levam a sério, nem os leitores da “Veja”, que já se cansaram de ver um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política –, o sr. Mainardi decidiu aumentar o calibre de seus ataques. E partiu para a difamação pura e simples.

Vivemos numa democracia, felizmente. Todos têm o direito a defender suas idéias, mesmo os doidivanas, e a tornar públicas suas posições, mesmo as equivocadas. Em compensação, todos estão obrigados a aceitar que elas sejam criticadas livremente. O sr. Mainardi, por exemplo, tem a prerrogativa de dizer as bobagens que lhe dão na telha, mas não pode ficar chateado se aparecer alguém em seguida dizendo que ele não passa de um bobo. Pode pedir a deposição do presidente Lula, mas não pode ficar amuado se alguém, por isso, chamá-lo de golpista. Pode dizer que o povo brasileiro é moralmente frouxo, mas não pode se magoar depois se alguém classificá-lo apenas como um tolo enfatuado. Ou seja, o sr. Mainardi pode falar o que quiser, mas não pode querer impedir que os outros falem.

Mais ainda: o sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada.

No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias. No processo criminal, o sr. Mainardi terá todas as oportunidades de provar que usei minha condição de jornalista para traficar influência. Como é mais fácil um burro voar do que ele dar substância às suas invencionices a meu respeito, estou confiante de que se fará justiça e o difamador será condenado pelo seu crime.

Desde já, adianto que, se a Justiça fixar indenizações por danos morais, o dinheiro será doado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e à Associação Brasileira de Imprensa. Não quero um centavo dessa causa. Não dou tanta importância a dinheiro como o sr. Mainardi, que já definiu seu próprio perfil: “Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha”.

Prefiro ficar com Cláudio Abramo: “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”. Mas, para tanto, o sr. Mainardi está incapacitado. Não porque lhe seja escassa a inteligência; simplesmente falta-lhe caráter. A história da moedinha diz tudo.

Da minha parte, seguirei fazendo o único jornalismo que sei fazer, o que busca dar informações ao leitor, ao telespectador, ao ouvinte, com inteligência e respeito, para que ele forme sua própria opinião sobre os fatos. Não quero fazer a cabeça de ninguém. Não creio que essa seja a missão da imprensa, ainda que alguns jornalistas e alguns órgãos de comunicação, de vez em quando, queiram ir além das suas chinelas. Existimos para informar à sociedade, e não para puxá-la pelo nariz para onde quer que seja.

E desse jornalismo não vou me afastar, apesar das mentiras, da gritaria e das difamações do colunista da “Veja”.

O macartismo não me intimida. O sr. Mainardi, muito menos.

(*) Transcrito do Blog de Franklin Martins

5/23/2006

Sentença de quadrilha sonegadora de impostos pode sair a qualquer momento

Tem gente que há dias não dorme. E tem razões de sobra, para tanto: a qualquer momento pode ser prolatada a sentença dos acusados de compor aquela quadrilha sonegadora de impostos à União, que conseguia a redução dos valores subornando servidores da Receita Federal.

O caso tramita na Justiça Federal da Paraíba, em regime de segredo de Justiça. A juíza substituta Cristiane Lage, da 3ª Vara Federal, está analisando todo o processo para proferir a sentença.

Renda produzida na Paraiba vira Grif importante e é tema de livro

A renda produzida na Paraiba está dando o que falar lá fora. A grif Cavalera ( http://www.cavalera.com.br ) juntou-se às rendeiras paraibanas e o projeto é êxito total. A Cavalera está emprestando status de luxo à produção das rendas Renascença e Labirinto.

E não pára por ai: a coleção conquistou os organizadores da Semana de Nova de Nova York.

Em homenagem às artesãs paraibanas, está sendo lançado o livro "Renda Renascença - uma memória de ofício paraibana", de Christus Nóbrega.

A renda decorrente da venda do livro será revertida para o projeto Paraíba em Suas Mãos, que mapeou todo o trabalho do artesanato Nordestino.

Carros com emplacamento atrasado lotam garagem da UFPB

Setores da UFPB estão praticamente parados por falta de transporte. Carro existe - e muitos -, mas estacionados na garagem do campus da instituição,em João Pessoa.

Motivo do contrasenso: os veículos estão com emplacamento atrasado e a instituição alega que não tem grana para atualiza-los.

Perguntas chatinhas, mas que não querem calar

1: como os presos conseguem reabastecer as baterias de tantos celulares dentro dos presídios?..

2: Por que só os assessores dos senadores e deputados estão pagando o pato na operação sanguessuga, que investiga a corrupção na compra de ambulâncias, se quem tem o poder de mexer no orçamento é o parlamentar e não eles?

3: O que há por trás da indústria das carteiras de estudante, explorada por inúmeras entidades estudantís? Por que o poder púlico não toma a frente? Ai tem...

Lula gasta R$ 3,15 mi só de combustível, na pre-campanha

Desde o início do ano, o presidente Lula Gastou nada menos que R$ 3,15 milhões de combustível, no pra-la e pra-ca da sua campanha pela reeleição. A Constatação da repórter Tania Monteiro, do jornal Estadão.

Desde a virada do ano, Lulinha do amor já percorreu, dentro do Pais, 63,3 mil KMs, o que corresponde a pouco mais que uma volta e meia ao redot do mundo".

E mais: foram 60,4 mil KMs a bordo do Aerolula e mais 2,9 KMs no helicóptero Super Puma, que serve à Presidência.

Sudema promove encontro sobre jornalismo ambiental

A cidade de João Pessoa vai receber jornalistas e estudantes de jornalismo, durante o I Encontro Nordestino de Jornalismo Ambiental, que vai se realizar dias 25 e 26, no Xênius Hotel, praia de Cabo Branco.

O evento é uma realização da Sudema, e objetiva envolver os jornalistas na linguagem diária, que lidam questões ambientais na Região Nordeste do Brasil.

Só de alunos da rede municipal, Bienal do Livro recebe mais de 3,5 mil visitantes

Só de alunos da 5ª à 8ª série da rede municipal de ensino os visitantes da Bienal do Livro são mais de 3,5 mil.O evento está se realizando no Espaço Cultural, no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.

Esta cifra vai aumentar muito, ainda: está agendada a visitação média de nove a 12 escolas, diariamente, divididos entre os turnos da manhã e tarde, até o encerramento da programação no próximo domingo (28).

Como forma de despertar o interesse pela a dinâmica da leitura, a Prefeitura de João Pessoa destinou à diretoria de cada escola municipal um 'cheque-livro'. Os valores variam de acordo com a demanda de alunos e a necessidade de cada instituição.

Prefeitura emite certidão negativa a contribuintes peloa internet

As pessoas que necessitarem de certidões negativas não precisam mais se deslocar até um dos postos de atendimento disponibilizados pela Secretaria Executiva da Receita Municipal. É que através do 'Portal do Contribuinte', um link dentro do site da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) em o contribuinte pode ser atendido on-line e receber orientações de como utilizar o serviço. Ele escolhe o tipo de certidão que necessita, preenche os dados solicitados e pode imprimir na hora o(s) documento(s).

A certidão negativa é um documento que prova a quitação de tributos. O prazo de vigência de seus efeitos é de 60 dias a partir da data de sua emissão. O documento via Internet possui os mesmos efeitos daquele expedido nos postos de atendimento da Receita Municipal; para que a certidão seja aceita não deve haver emendas ou rasuras.

Lapidares do Macaco Simão

Agora é assim: vote no PSDB, eleja o PFL e seja governado pelo PCC!

VOTE NO PSDB E GANHE DOIS PFLS DE GRAÇA!

E, parodiando: Faça como Lembo, não vote no PSDB! MVM.

Wellington Pereira lança livro na bienal

O jornalista e professor de Comunicação, Wellngton Pereira, vai lançar na Bienal Nacional do Livro, a sua mais recente obra: Diario de um Zappeur- TV, insônia e vida cotidiana. O lançamento está programado para o dia 26, as 15h30.

Editado por Marca de Fantasia e Editora da UFPB, a obra "é um ensaios sobre a relação entre a TV e a vida cotidiano no Brasil, a partir da constituição simbolica de programas de auditorios como Chacrinha, Hebe Camargo etc", segundo o autor.

E procura estabelecer um dialogo com " os exercicios de ver" personagens, como Reginaldo Rossi nos anos 80 em comerciais de TV, e espetaculos estéticos como o futebol.

Feijoada Amigos da Apace: Uma Promoção Solidária!

Para angariar recursos qe possam auxiliar na sua vida administrativa, a Apace está juntando um grupo de amigos numa corrente solidária, visando a promoção “Feijoada amigos da apace”, que acontecerá na manhã do dia 4 de junho, no Instituto dos cegos Adalgisa cunha, a partir das 11 horas.

Muitos amigos já aparecem na lista solidária dos que já contribuíram para a festa:

Bengala Branca Importações LTDA (doação de um relógio Braille para ser rifado); Walter Santos, da W S Com: (Doação ainda a determinar); Everaldo Soares Júnior ( doação de uma caixa de cerveja); Ângela Morais: (doação de uma caixa de cerveja); Joana Belarmino (doação de uma caixa de cerveja); José Antonio Ferreira Freire, (doação de uma caixa de cerveja); Romero Farias (doação de carne e queijo); Ravel, (doação de um brinde para sorteio).

Se você desejar fazer parte dessa corrente solidária, faça contato com Joana Belarmino, através do email: Pandora00@uol.com.br ou pelos fones: 32433363; 99854466.

Se você não puder fazer doação, venha participar da festa! Comprando o ingresso, você terá direito a feijoada, e também poderá consumir, a preços módicos, churrasquinho e cerveja. Também desfrutará de música e muita animação, com a participação do radialista Airton José.

Feijoada Amigos da Apace: Uma Promoção Solidária!

Para angariar recursos qe possam auxiliar na sua vida administrativa, a Apace está juntando um grupo de amigos numa corrente solidária, visando a promoção “Feijoada amigos da apace”, que acontecerá na manhã do dia 4 de junho, no Instituto dos cegos Adalgisa cunha, a partir das 11 horas.

Muitos amigos já aparecem na lista solidária dos que já contribuíram para a festa:

Bengala Branca Importações LTDA (doação de um relógio Braille para ser rifado); Walter Santos, da W S Com: (Doação ainda a determinar); Everaldo Soares Júnior (doação de uma caixa de cerveja); Ângela Morais: (doação de uma caixa de cerveja); Joana Belarmino (doação de uma caixa de cerveja); José Antonio Ferreira Freire, (doação de uma caixa de cerveja); Romero Farias (doação de carne e queijo); Ravel, (doação de um brinde para sorteio).

Se você desejar fazer parte dessa corrente solidária, faça contato com Joana Belarmino, através do email: Pandora00@uol.com.br; ou pelos fones: 32433363/99854466

Se você não puder fazer doação, venha participar da festa! Comprando o ingresso, você terá direito a feijoada, e também poderá consumir, a preços módicos, churrasquinho e cerveja. Também desfrutará de música e muita animação, com a participação do radialista Airton José.

5/22/2006

Capital perde outro evento por falta de centro de convenções

João Pessoa deixa de sediar o V Congresso Nacional da Mulher Contabilista, com 3 mil participantes, pelo simples fato de não ter, ainda, um centro de convenções. O evento foi para Florianópolis

Uma vergonha para a Paraíba.

Ricardo Coutinho integra delegação brasileira à França

O prefeito Ricardo Coutinho integrará a delegação brasileira ao I Encontro da Cooperação Internacional Descentralizada/Federativa Franco-brasileira, que se realizará nos dias 22 a 24 de maio na cidade de Marselha, na França.

No encontro serão discutidos gestões territoriais como um desafio para o desenvolvimento sustentável; economia solidária e segurança alimentar; intercâmbios científicos, tecnológicos e universitários; desenvolvimento urbano; juventude e acesso à educação; cultura e inclusão social.

Rita Lee denuncia rodeios (*)

Aos senhores promotores de rodeios e vaquejadas

Como brasileira e caipira de coração gostaria muito de observar certas "modernidades" que já há um certo tempo ocorrem e fazem entristecer profundamente minha alma. Estou me referindo mais precisamente sobre o quanto estes eventos como rodeios e vaquejadas se transformaram em indústrias de importação, colaborando somente para que nossas verdadeiras festas caipiras perdessem seus originais valores dentro do já tão enfraquecido folclore brasileiro.

Hoje o que se vê é uma macaquice de cowboys americanos praticamente instalada como se pertencesse ao espírito pacífico do nosso genuíno caipira. No meu tempo o peão era um rapaz forte e honesto que trabalhava no adestramento correto de um animal, hoje é apenas uma pessoa manipulada por uma cultura estrangeira responsável por despertar-lhe o sórdido prazer de abusar impunemente de animais. Ora, isto não é nem nunca será considerado um esporte nobre, nem nos Estados Unidos acontece isto. O que mais me preocupa é a total falta de consciência humanitária dentro dos rodeios e vaquejadas sobre a dor que é causada aos animais com o uso do "sedém" e outros artifícios ainda mais cruéis para que os bichos "pulem bonito" e o peão seja considerado um herói nacional.

Há séculos nossas festas caipiras nunca precisaram importar lixos culturais para existirem, por que então esses eventos partiram para tamanha falta de respeito e exemplo de má educação para com nossas crianças e todo o povo brasileiro? Na minha percepção vejo que se trata de uma ganância pelos milhões de dólares que movimentam esta indústria estrangeira, aliás completamente fora dos conceitos básicos éticos que imaginamos como sendo os ideais para o próximo milênio. O Brasil é um país festeiro, sabemos promover as melhores alegrias do planeta e realmente não temos necessidade de incentivar esta "americanização" de caipiras que agora, infelizmente, se auto-intitulam "country". Nem o futebol nem o roquenrou chegaram ao Brasil e destruíram nossa personalidade, ao contrário, se adaptaram totalmente ao traquejo brasileiro e mostraram ao mundo inteiro que aqui no Brasil quem dá as cartas somos nós.

Rodeios e vaquejadas abrem as pernas e se deixam influenciar descaradamente pela ditadura da cultura americana, parece que fomos lobotomizados mesmo desta vez! Peço pois a todos os organizadores de rodeios e vaquejadas que reflitam profundamente e se perguntem se vale a pena jogar na lama toda uma cultura genuinamente caipira e entregar nosso ouro ao bandido.

Muito mais corajoso e patriótico seria tomar a atitude de suprir dos rodeios e vaquejadas a parte onde os animais são torturados publicamente, demonstrando assim que o Brasil se recusa a adotar práticas da Idade Média. Vamos dar para o mundo este exemplo de consciência planetária e ao invés de judiar dos bichos seguir o que dita nosso coração caipira: Deus criou os animais não para servir ao homem mas para caminhar junto dele! Que a luz divina ilumine suas decisões.

Um grande abraço,

Rita Lee

Transcrito do http://www.socultura.com/socultura-denuncia.htm

Terrorismo em São Paulo: "Estão escondendo os corpos porque é tudo execução"

ENTREVISTA - FERRÉZ (*)

Em entrevista à Carta Maior, o escritor Ferréz denuncia onda de matança na periferia: "Estão escondendo os corpos porque é tudo execução, com tiro na cabeça. Hoje os policiais estão desfilando aqui na rua com toca ninja e camisa Le Coq, que é um grupo de extermínio da polícia".

Bia Barbosa - Carta Maior

SÃO PAULO – O balanço divulgado na noite de quinta-feira (18) pela Secretaria de Segurança Pública do governo de São Paulo totaliza em 152 o número de mortos na onda de violência que atingiu o estado na última semana. Destes, 107 foram mortos pela polícia em supostos confrontos. Muitos ainda não tiveram seus nomes divulgados e dezenas de corpos estão no IML (Instituto Médico Legal) a espera de identificação. Na quarta-feira, tiveram início as primeiras denúncias de que a polícia estaria cometendo abusos no combate aos ataques do PCC, o Primeiro Comando da Capital. Casos que começaram a estampar as páginas dos jornais e que agora não pararam de chegar às organizações de defesa dos direitos humanos.

Na quinta-feira, o escritor Ferréz fez um apelo à população em seu blog, para que todos ajudassem a divulgar que "a Policia Militar e a Policia Civil, afetadas com a onda de matança, estão fazendo da nossa periferia um estado pra lá de nazista". "Não está acontecendo confronto, e isso é uma prova que todos vão ter em alguns dias, quando a mídia começar a ir atrás de novas notícias e decidir falar a verdade. Não adianta ofender, não adianta ameaçar, a boca só se cala quando a guerra não for injusta", escreveu.

Reginaldo Ferreira da Silva – o nome literário é uma homenagem a Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (Ferre), e a Zumbi dos Palmares (Z) – nasceu no Capão Redondo. O bairro, na Zona Sul de São Paulo, é considerado uma das regiões mais violentas da capital. Filho de um motorista e de uma empregada doméstica, ele escreveu os primeiros versos aos sete anos de idade. Trabalhou como chapeiro numa lanchonete, balconista em bar e padaria, foi vendedor ambulante de vassouras e auxiliar-geral numa empresa metalúrgica antes de publicar suas primeiras obras. É autor de Fortaleza da Desilusão, Capão Pecado e Amanhecer Esmeralda. Em 1999, fundou a 1DASUL, um movimento que promove eventos culturais em bairros da periferia. E, em 2001, lança a revista Literatura Marginal, em parceria com a revista Caros Amigos, que recebe o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de Melhor Projeto de Literatura.

Firme e forte, como "um elo da corrente", como ele sempre escreve, Ferréz concedeu à CARTA MAIOR a entrevista abaixo:

CARTA MAIOR – Você denunciou em seu blog que a polícia matou quatro jovens inocentes esta semana no Capão Redondo. Como isso aconteceu?

FERRÉZ – Todos os dias de manhã, eu vou a um bar tomar café. O bar fica em frente a uma pequena loja de camisetas que eu tenho lá na rua. Todos os dias eu via esses meninos lá. Um deles vendia flor, o outro, produtos de limpeza. Estão sempre lá tomando café também antes de irem trabalhar. Na segunda-feira, cheguei no bar e estava um movimento estranho. E aí me falaram que os caras tinham atirado nos meninos no domingo à noite. Eles estavam tomando cerveja numa barraca de lanches. Isso foi numa rua próxima, onde todo mundo sempre vai. Um lugar conhecido no bairro. Chegou um carro preto – alguns moradores disseram que viram uma viatura também –, desceram cinco homens de toca ninja e atiraram nas pessoas na barraca. Até o dono foi alvejado. Quatro morreram e três estão no hospital ainda. Um se chamava Maurício e o outro, Brigadeiro. Mas a polícia não divulgou ainda o nome dos mortos. O mais velho tinha 27 anos e nenhum estava envolvido com o crime. Dos três que estão hospitalizados, nenhum tinha passagem pela polícia. No Parque Ipê, que é uma favela, colocaram fogo na moto de um menino que entregava pizza. Ele também morreu. Invadiram as casas das pessoas, uma por uma. Invadiram as casas no meio da madrugada.

CM – Nesta quinta-feira, a polícia realizou uma operação com 400 homens na favela Helba, usando um mandado coletivo de busca. O que você acha dessas operações?

FERRÉZ – O estranho disso tudo é que não foi a população que declarou guerra à polícia militar. Foi o PCC. E quem está pagando é a população. A polícia recebe coação há tempos dos bandidos; ela criou este estado. E agora está guerreando com isso, porque solta as pessoas com alto grau de periculosidade. E quem paga é o povo, porque o cara do PCC não fica moscando na rua de bobeira. Aí a polícia pega o popular, confunde com outra coisa, e ripa o pessoal da favela. Tinha que ter mandado coletivo em Brasília, porque lá já foi provado que as pessoas são criminosas. Mas é mais fácil entrar na casa da população e bater num pobre do que olhar no olho de um ladrão, porque eles tremem quando isso acontece.

CM – Tremem por que? Você acha a polícia despreparada?

FERRÉZ – A polícia tem vontade de fazer alguma coisa e acaba fazendo com as pessoas, por despreparo dos policiais. As pessoas que estão morrendo agora não são culpadas. Me revoltei por isso. Por que é assim, matou e enterrou? A vida do cara é isso? Espera aí! O cara foi assassinado e isso não vai ser investigado porque ele é pobre? A polícia científica esteve no lugar em que os meninos morreram e começaram a perguntar pras pessoas se eles eram "nóia". Ou seja, estavam procurando alguma razão pra justificar depois as mortes. Este é o único país em que o morto é culpado. Você morre e ninguém investiga. Estamos recebendo várias cartas de outras pessoas denunciando isso. Não é possível que todos estejam mentindo. Não é possível que fique assim. Estão escondendo os corpos porque é tudo execução, com tiro na cabeça. Hoje os policiais estão desfilando aqui na rua com toca ninja e camisa Le Coq, que é um grupo de extermínio da polícia.

CM – Mas não é de agora que há denúncias de grupos de extermínio agindo na periferia com a participação de policiais. Em que a situação atual diferente da de antes?

FERRÉZ – Apanhar da polícia não é novidade. A polícia sempre pega as pessoas, bate, espanca, não acha nada e fica nervosa. A PM pega as pessoas e diz que elas são lixo, dão bronca porque não têm roupa, porque estão "desarrumados". Muitas pessoas acham isso estranho porque moram do outro lado da cidade, onde os cidadãos são tratados como seres humanos. Aqui é diferente. Mas chacina não tinha há muito tempo. Um cara entrar na viatura e sumir sempre tem. Mas chacina do jeito que está não tinha. E a mídia não reportou a chacina. Como 107 podem ser mortos suspeitos? Depois que a pessoa morre, como é que você recupera a vida dela?

CM – Como está sendo a atuação da polícia esses dias no Capão Redondo?

FERRÉZ – Estão pegando qualquer um que tenha ficha. Se tiver passagem, apanha. Tenho um amigo que foi solto há dois anos, estava trabalhando, sossegado. A polícia pegou a ficha dele e veio atrás. No sábado, ele foi às Casas Bahia pagar uma conta e, quando voltou, a polícia o seguiu, o pegou, levou e bateu muito nele. Deu choque, bateu com pedaço de pau. Ele estava com outro amigo. Depois foi solto. Agora ele não sai de casa mais, está super nervoso, não conversa com ninguém. Está revoltado de novo, porque estava trabalhando sossegado. Mas é assim que você cria uma fábrica de fazer vilão, pegando pessoas que não tem nada a ver. A guerra é entre o PCC e eles, e não com a população. Não temos que pagar por isso, não lucramos nada com isso.

CM – Diante do quadro histórico do país, você acha que essa crise de violência demorou para explodir aqui em São Paulo?

FERRÉZ – Essa situação existe há muito tempo e as pessoas não queriam ver. Há quatro anos publiquei um artigo na Folha de S.Paulo que já falava isso. Era pela guerra e pelo terror ou pela arte. Ninguém tem arte, cultura, informação. A prisão não reeduca, só repreende. O caminho é esse, o Estado vai se fortificando e já era. Mas hoje o Estado está submisso. Tinha que fazer política pública de segurança de verdade, e não brincar com a população. O Furukawa [secretário de Administração Penitenciária] e o Saulo [Abreu de Castro, secretário de Segurança Pública] estão brincando há muito tempo, até com a vida dos policiais, que estão abandonados. O cara está na rua, no combate corpo-a-corpo e não tem preparo, não tem curso, não aprende. Aí fica um brutamonte contra o outro na rua, e nós no meio, desarmados, querendo trabalhar.

CM – As pessoas estão conseguindo trabalhar esses dias?

FERRÉZ – As pessoas estão arriscando a vida para trabalhar. Tenho dois cunhados que voltam de noite pra casa, se arriscando. Mas as pessoas têm que ganhar o pão delas. O comércio aqui está fraco, está um clima estranho, as pessoas não saem de casa.

CM – Os senadores e deputados em Brasília devem aprovar nos próximos dias um pacote de leis para aumentar o combate à criminalidade. Há propostas com forte linha repressora. Você acha que este é o caminho?

FERRÉZ – Acho que o Estado está fazendo corda pra se enforcar. A elite já é suicida há muito tempo e agora o Estado está sendo. Quando você reprime uma criança no primeiro dia, ela sorri pra você. No segundo, já faz uma cara de desconfiada. No terceiro, ela te olha de cara feia. Tenho um amigo que diz que diz que quando você prende um cachorro e todo dia o chuta um pouco, quando você o solta ele te morde, e não te faz carinho. O sistema carcerário é a mesma coisa. Ele tem que ser uma tentativa de restabelecer o convívio do preso, e não só a sua punição. Quando ele for pra rua, vai reagir. Acho que essas leis são um tiro na testa. A questão do Brasil é de educação, desde o primeiro ano. Só que ninguém faz nada. Todo mundo que é um pouco mais esclarecido sabe que o negócio é mais embaixo. Mas infelizmente a coisa vai sendo levada na brincadeira. Essas leis de agora são medidas políticas, que fazem um governo aqui brilhar mais do que o de lá.

CM – Você falou que a elite é suicida há muito tempo. Por quê?

FERRÉZ – Em um estado onde uma pessoa tem milhões e a outra não tem o que comer no dia, esses mundos acabam se encontrando um dia. E é claro que vão se encontrar, porque é a gente que limpa a casa deles, que cuida da segurança deles, que dirige o carro deles. Não tem como um cara carregar uma carroça o dia inteiro e ver um Audi ali do lado, com um cara no ar condicionado confortável, e dar tchauzinho. As pessoas vão tomando ódio, porque querem que o seu filho também tenha respeito e educação, querem que o posto de saúde funcione, que os policiais não entrem na sua casa. Não é brincadeira. O dia em que a população estiver conscientizada, não vai ter como conter isso. Vai chegar uma hora que o povo vai gritar. Falamos que o brasileiro é pacato, mas quando a bomba explode, olha o que acontece? As pessoas trabalham doze horas por dia e não têm pão pra colocar na mesa. Isso é culpa de quem, do pobre?

CM – O governador Cláudio Lembo deu uma entrevista para a Folha de S.Paulo em que responsabilizou a elite sobre o que está acontecendo. O que você acha disso?

FERRÉZ – Todo cara da elite retrata a elite como se fosse o outro. A elite sempre é o cara que tem mais do que eu. Eu tenho pouca terra, tenho pouca Mitsubishi, pouco Chrysler. Mas elite é o outro, que tem iate. A elite não se enxerga como elite. Ninguém é culpado...

CM - Você é de uma região que já foi considerada uma das mais violentas do mundo. Ainda há um estigma da classe média e da classe alta em relação à população da periferia?

FERRÉZ – Pra mim, muita gente da classe média e da classe alta também é ladrão. Vivem explorando os outros. Eu acho que tínhamos que abrir a conta dessas pessoas, fazer uma reviravolta no passado delas. Os bancos estão ganhando 60% de lucro por ano num país que é miserável. Algo está errado. Não é à toa que queimaram as agências bancárias. Depois falam que o crime não está politizado. Tem coisa mais politizada que queimar agência bancária?

CM – Há regiões da cidade em que a população diz que tem mais medo da polícia do que dos criminosos, porque não sabe que tipo de comportamento esperar dos policiais. Você concorda com isso?

FERRÉZ – Sim. A farda causa uma coisa estranha. Você conversa com um policial num dia e, no outro, se ele passa na viatura, nem fala com você. Tem uns policiais do bairro que vão na minha loja, pedem desconto, e no dia em que estão fardados nem me olham na cara. Não não existe polícia que sorri pra uma criança, que fale bom dia. A polícia comunitária é uma piada. Nunca vi isso, é um fracasso. É a mesma arrogância e prepotência; não mudou nada. Já os bandidos mataram apenas um civil, a namorada do policial, porque ele bateu o carro e ela estava dentro. Pelo lado dos policiais, quantas pessoas morreram? Acho que a máscara vai cair uma hora. Quando divulgarem os nomes, vão ver que muitas das pessoas não têm passagem, não têm nada a ver com a coisa. Isso se contarmos somente as mortes que foram assumidas, porque o IML falou que está cheio de cadáveres que não há como identificar. E os massacres que não entraram no índice? Além da morte desses quatro meninos, um outro morreu no Parque Santo Antônio e mais dois foram atingidos num campo de futebol. A viatura chegou, os caras saíram de touca ninja, mandaram os caras que estavam conversando no campo à noite se ajoelharem e atiraram nos moleques. Um morreu e o outro está no hospital. De dia são as abordagens pra bater. De noite, o bicho está pegando.

CM – Esta noite não houve mortes, pelo menos divulgadas. Você acha que a situação se acalmou?

FÉRREZ – Não sei. Estou como a população de São Paulo. Sem saber o que vai acontecer.

(*) Transcrito de Carta Maior

Saiba o que é TV Digital

Que é TV digital: É a transmissão de áudio e vídeo de TV aberta, pela atmosfera, via sinais digitais, para recepção livre e gratuita por todos os que dispõem de receptores. Seu nome, a rigor, deveria ser TV digital terrestre em radiodifusão ou broadcasting.

A diferença entre TV analógica e digital: Na transmissão analógica, são utilizadas ondas eletromagnéticas contínuas, análogas aos sinais originais. Já na transmissão digital é utilizada uma corrente de bits, em código binário, formado de zeros e uns, ou seja, a mesma linguagem digital dos computadores, dos CDs, dos DVDs e do celular. A tecnologia digital converte tudo em bits - som, voz, ruídos, imagens, fotos, gráficos, textos.

O que há de digital na TV brasileira? : Quase tudo, menos o sinal que vai da torre de transmissão da emissora à casa do assinante, que ainda é analógico. Todas as etapas anteriores já são digitais - como a captação de imagens, a produção, a edição, o acabamento, os equipamentos de studio e transmissões de TV por assinatura, a cabo, via satélite ou microondas.

Quando começarão as transmissões de TV digital? : Ninguém sabe. Se o governo escolher até abril o padrão a ser adotado, é provável que as emissoras possam começar em dezembro deste ano.

Nossos televisores atuais podem captar programas digitais? : Não, porque, sendo analógicos, não decodificam sinais digitais.

Vou ter, então, que jogar fora meu televisor? : Não. Ao longo dos próximos 10 anos ou mais, as emissoras vão transmitir tanto os programas analógicos como os programas digitais no mesmo canal. Para captar programas digitais, os televisores convencionais precisarão de uma caixa de conversão (receptor digital ou set top box) que poderá custar menos de R$ 300.

Só com essa set top box poderemos captar TV digital? : Não. Haverá, na verdade, duas possibilidades: além de acoplar uma caixa de conversão ao velho televisor, você poderá comprar um novo televisor, especial para TV digital, que virá com receptor digital e outro analógico.

TV digital é o mesmo que TV de alta definição? : Não. Toda TV de alta definição é digital. Mas nem toda TV digital é de alta definição. A diferença está,portanto, no grau de definição.

Quais são esses graus de definição? : São quatro: a) baixa definição (low definition ou LDTV), com imagens de 240 pixels por linha, para recepção em celulares, PDAs ou laptops; b) definição-padrão (standard definition ou SDTV), com 480 pixels para televisores de definição normal como os atuais; c) definição melhorada (enhanced definition ou EDTV), com 700 pixels, como dos melhores DVDs; d) alta definição (high definition ou HDTV), de 1080 pixels por linha e, portanto, a melhor imagem, com o maior número de pontos ou pixels.

Posso comprar já um televisor maior, de plasma ou LCD? : Pode, desde que o aparelho esteja "pronto para a alta definição" (HD ready). Mas, para captar o sinal digital, ele vai precisar de uma caixa de conversão. Enquanto não começam as transmissões digitais, eu uso esse televisor para ver TV aberta, por assinatura ou DVDs, em meu home theater.

Qual é o grande salto da TV digital? : É a interatividade, que é assegurada por um canal de retorno (linha telefônica fixa ou celular) e nos permitirá responder a questionários e pesquisas, votar em eleições virtuais, obter informações e serviços públicos (governo eletrônico) e, no futuro, fazer comércio eletrônico e acessar à internet em banda larga.

Que outras vantagens teremos com a TV digital? : A imagem da TV digital não tem meio termo: ou "pega" ou "não pega". Ou chega perfeita, sem fantasmas nem chuviscos, ou mostra uma tela preta. Podemos gravar qualquer programa, mesmo enquanto vemos outro. O som é estéreo e surround em seis canais ou 5.1. A digitalização possibilita ainda coisas como mobilidade,portabilidade, multiprogramação e flexibilidade. Traduzo em miúdos. Multiprogramação (ou multicasting) é a possibilidade de transmissão de até 4 programas com diferentes níveis de definição num único canal de freqüência (de 6 megahertz) utilizado pela TV digital. Portabilidade é a recepção em diversos tipos de equipamentos, como PDAs, laptops, celulares. Mobilidade refere-se à recepção de programas em celulares ou em veículos em movimento, como trens, ônibus ou carros. Por fim, flexibilidade é a possibilidade de ter o máximo de aplicações e serviços, tanto para as emissoras de TV, como para as operadoras de celulares e empresas de multimídia.

(*) Transcrito de http://www.socultura.com/socultura-denuncia.htm

5/19/2006

Revista da Paraíba vai se chamar "Nordeste"

Vai ter o título de "Nordeste", o mais novo projeto editorial da Paraíba, prestes a ser lançado. Em formato de revista, tem a ambição de cobrir a região nordeste. Até o editor já está escolhido: Eduardo Carneiro, que se despede do Correio da Paraiba.

O Projeto tem chancela da WScom, com apoios e participações diretas (inclusive de políticos) em outros Estados da região.

A julgar Pela trajetória de Carneiro, não é arriscado afirmar: no que depender dele, é êxito na certa.

Bienal do livro em João Pessoa

Eis um grande programa para este final de semana: a Bienal Nacional do Livro da Paraíba, que será oficialmente instalada neste sábado (19.05), no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

O evento se estende até o dia 28, também com palestras e lançamentos de livros.

Delegado ou sanguessuga?

Jornalista dos bons, e hoje delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, Miguel Lucena, viveu o constrangimento porque passam os corruptos do poder: na quinta-feira, dava entrevista à TV Record, na Esplanada dos Ministérios, quando foi confundido com um deles:

“Sanguessuga! Devolve o dinheiro!”, gritava um grupo de indignados com os ladrões do esquema das ambulâncias.

Em tempo: Miguézim é filho de "Migué Fotogra", homem modesto de Princesa que se fez grande por honrar as calças que vestiu e as tradições de sua brava terra. Além, claro, de irmão caçula de Tião e Edmilson Lucena.

A mulher se descobriu tarde

De Millor Fernandes, a propósito do lebianismo estar em alta:

As mulheres estão descobrindo, agora, o que os homens haviam descoberto desde o início dos tempos: que mulher é bom...

China ultrapassa EUA como maior consumidor mundial

A China substituiu os Estados Unidos na posição de maior consumidor das principais commodities agrícolas e industriais mundiais, diz um relatório do Earth Policy Institute, um centro de estudos baseado em Washington. Os chineses se tornaram os maiores compradores de grãos, carne, carvão e aço, ficando atrás dos americanos apenas no consumo do petróleo.

"No caso do petróleo, os Estados Unidos ainda têm uma liderança sólida, consumindo o triplo da China – 20,4 milhões barris por dia, contra 6,5 milhões por dia", diz o texto assinado pelo economista Lester Brown.

O relatório destaca: o consumo do aço, "um indicador-chave" do desenvolvimento industrial "explodiu" na China e é hoje maior do que o dobro consumido nos Estados Unidos.

As novas da prefeitura

Prefeitura paga salário retroativo a abril

a Prefeitura de João Pessoa vai pagar os salários do mês de maio aos servidores municipais com aumento retroativo ao mês de abril. O pagamento será feito nos próximos dias 29 e 30.

O anúncio partiu do prefeito Ricardo Coutinho. Segundo ele, haverá paridade entre ativos e inativos, conforme acordo feito com os sindicatos dos trabalhadores e os termos da Medida Provisória a ser submetida à Câmara.

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Prefeito assina ordem de serviço para reforma no Condomínio Amizade

O prefeito Ricardo Coutinho assinou nesta sexta-feira (19.05) a ordem de serviço para a recuperação dos 232 apartamentos da "Torre de Babel", no Valentina Figueiredo. As melhorias vão desde reboco e pintura ao esgotamento sanitário e à urbanização da área.

Após as reformas, as famílias passarão a ter um imóvel em condições de habitabilidade. Os apartamentos que tem uma área de 22 metros quadrados e só dispõem de um quarto pequeno, uma sala e um banheiro e muitos deles estão completamente destruídos.

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Humanismo, técnica e estética: Lucio Costa pensador (*)

Por Roberto Segre

Este artigo aborda um aspecto pouco analisado na obra de Lucio Costa, ao traçar uma comparação entre os enunciados políticos, éticos e estéticos — de impressionante atualidade — defendidos pelo mestre ao longo de sua vida e os prevalecentes no urbanismo e na arquitetura brasileira e mundial a partir da década de 30. Identificado com os movimentos progressistas, Lucio Costa propôs soluções de massa para a população mundial, o diálogo cultural entre as nações e uma linguagem arquitetônica na qual as novas técnicas expressassem as particularidades de cada país.

Qual é a profunda diferença entre Walt Disney e Osama Bin Laden?

O primeiro tentou resgatar e difundir para as futuras gerações as histórias, mesmo se falsificadas e idealizadas, das múltiplas civilizações que compõem o mundo. O segundo tentou impor sua história e eliminar os vestígios materiais das outras: a destruição das imagens de Buda no Afeganistão ou das torres do WTC em Nova York é uma amostra de seu fundamentalismo dogmático. Atitude que não está distante da política dos nazistas com os povos que eles consideravam “inferiores” e aos quais pretendiam apagar da memória, seja na destruição de Varsóvia ou no holocausto. Como afirma Andreas Huyssen, a importância da história neste início do século é a de resgatar a memória social — que é a reafirmação do homem como ser histórico, segundo Karl Marx — e aprofundá-la na essência de nossa contemporaneidade, construída com base na herança iluminista do século 18 e consolidada na modernidade do século 20.

Num período de crise como este em que vivemos, com a desintegração dos valores éticos e estéticos da modernidade, justifica-se a lembrança das contribuições dos fundadores do movimento moderno, na ocasião em que se celebra o centenário do nascimento de alguns deles: além de Lucio Costa (1902-1998), os também nascidos em 1902: Luis Barragán (1988), Josep Lluis Sert (1983), Marcel Breuer (1981), Johannes Andreas Brinkman (1949), Arne Jacobsen (1971) e Ivan Ilich Leonidov (1959). Os europeus, na criação e difusão da nova linguagem racionalista e construtivista da arquitetura e do design, tiveram um denominador comum: a leve cadeira para o Bauhaus, de Breuer; a inovadora fábrica Van Nelle em Roterdã, de Brinkman; a transparência do projeto do Instituto Lênin, de Leonidov; o rigor construtivo nas escolas de Jacobsen; a difusão das idéias dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (Ciam) no livro Can our cities survive?, de Sert. Para nós, na América Latina, tiveram grande relevância as figuras de Costa e Barragán, pela dedicação e luta que travaram por uma arquitetura moderna regional, autenticamente associada à identidade cultural local, tanto no Brasil como no México.

A obra arquitetônica e urbanística de Costa foi amplamente difundida, aqui e no exterior, em livros e ensaios, em particular as contribuições paradigmáticas ao longo de sua vida: o Ministério de Educação e Saúde, o pavilhão do Brasil em Nova York, o conjunto de apartamentos do parque Guinle, no Rio de Janeiro, e Brasília. Seu livro, Registro de uma vivência, e os recentes estudos de Cêça de Guimaraens e de Guilherme Wisnik documentam sua trajetória. Também seu desempenho como funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) foi registrado por José Pessoa. Menos conhecido é seu pensamento político, ideológico e estético, até agora parcialmente interpretado.

Suas idéias, recolhidas fragmentariamente por sua filha Maria Elisa Costa, não tiveram uma leitura crítica, como aconteceu com Niemeyer, no livro de Miguel Alves Pereira. Neste momento em que o debate local se radicaliza - entre os extremos do niilismo de Décio Pignatari e a esperança de Edson da Cunha Mahfuz — em torno da perda de qualidade da arquitetura “comercial” difundida nas cidades e da presença no Brasil dos arquitetos do star system internacional — Álvaro Siza, Jean Nouvel, Bernard Tschumi, Mario Botta —, os enunciados políticos, éticos e estéticos de Lucio Costa assumem impressionante atualidade.

Quais são os princípios essenciais de seu pensamento?

A identificação das novas formas e espaços com o desenvolvimento científico e tecnológico e as soluções de massa para a população mundial; a crença na necessidade de um entendimento entre povos e nações para acabar com as guerras e a corrida armamentista; a compreensão da multiplicidade de diferentes formas culturais e da possibilidade do diálogo criativo entre elas; a esperança no surgimento de uma linguagem arquitetônica baseada nos recursos das novas técnicas e capaz de expressar as particularidades de cada país.

Os fenômenos da mestiçagem e da hibridização cultural, hoje estudados por Serge Gruzinski, Zaera Polo e García Canclini, estavam presentes em sua afirmação de “assumir e respeitar nosso lastro original luso-afro-nativo”. Costa elaborou, na década de 1930, um ideário, iniciado com Razões da nova arquitetura, que não envelheceu, como se pode verificar na antecipação teórica das tendências atuais: ele sempre defendeu a “contemporaneidade” de sua visão da realidade brasileira, frente às acusações de José Marianno (Filho) de ser um “futurista” vazio e desnacionalizado. Não menos importante foi sua personalidade modesta e generosa, sempre distante da publicidade nas mídias. A “revelação” de Oscar Niemeyer não teria sido possível sem o apoio e a ajuda de Costa no MES, no pavilhão da Feira de Nova York e nas articulações projetuais em Brasília.

A insistência de Lucio Costa na simplicidade das formas puras aparece na difusão atual do minimalismo, desenvolvido no Brasil por Paulo Mendes da Rocha; a importância da herança histórica desenvolveu-se no regionalismo crítico aplicado por Severiano Porto; a significação da tecnologia local avançada se identifica com a obra de João Filgueiras Lima — em 1990, Costa elogiou Lelé. Os valores éticos e morais da arquitetura fizeram-no rejeitar as expressões frívolas e cenográficas — segundo Otília Arantes — do pós-moderno, lembrando que o autêntico foi aplicado por Le Corbusier na capela de Ronchamp.

Certezas políticas - O fato de ter construído dois dos mais significativos prédios modernos estatais do governo Vargas — o MES e o pavilhão do Brasil na Feira de Nova York — poderia fazer supor afinidade de Lucio Costa com a ditadura ou o autoritarismo. Nada mais longe disso. Mesmo que nunca tenha tido militância política declarada, ele foi sempre um homem com afinidades com a esquerda, identificado com os movimentos progressistas, no Brasil e no mundo. Essa postura foi evidenciada na completa rejeição ao jogo político local e às ligações ostentatórias com representantes do poder constituído. Não foi casual seu afastamento da equipe do MES no início do Estado Novo (1937), para tomar distância do governo e dedicar-se ao Sphan. Sua postura política se revela na foi simpatia pelo socialismo na URSS, na defesa dos interesses dos países de América Latina frente aos EUA, na sensibilidade com as dificuldades da população carente no Brasil e em suas idéias “discretamente marxistas”, como afirma Roberto Schwarz.

Desde a juventude, Costa foi um crítico do sistema capitalista, que considerava uma fase provisória no caminho para um futuro de bem-estar material e justiça social. Em 1926, em visita à Itália, criticou o autoritarismo e a megalomania teatral de Mussolini, afirmando: “É como se fosse um herói de cinema, um rival de Valentino”. Em 1932, reconheceu os problemas dos habitantes pobres no interior do país, a tristeza cinza do subúrbio urbano, a precariedade de cômodos, cortiços e favelas, constatando: “O que é preciso é quebrar este falso equilíbrio em que vivemos, esta consentida e chocante convivência 'normal' da miséria absoluta com a desmedida fartura”.

Seu empenho em resolver o problema da moradia na cidade e no campo se evidencia nas casas de operários em Gamboa, no Rio (1932), e na vila para operários de Monlevade-MG (1934). Costa adotou sempre uma postura digna e altiva frente às provocações de José Marianno (Filho) e de Arquimedes Memória, que o acusavam, tanto na direção da Escola Nacional de Belas-Artes como no projeto do MES, de reacionário, agitador comunista, antinacional e derrotista universal.

Em 1961, logo após a inauguração de Brasília, sensível às tempestades que se anunciavam no Brasil, com a instabilidade do governo Jânio Quadros, e na América Latina, com a invasão dos mercenários cubanos em Playa Girón para derrubar o governo socialista de Cuba com o apoio dos EUA, Lucio Costa escreve duas cartas: uma dirigida ao presidente do Congresso Latino-Americano de Arica e a outra “ao povo americano”.

Na primeira, ciente do caráter intervencionista dos EUA ao impor a “Pax Americana” na região, com os Peace Corps (“soldados travestis”), propõe que “a OEA se desprenda da velada — ou ostensiva — tutela da república dos EUA, e passe a designar-se Oaea, Organização Autônoma de Estados Americanos”.

Na segunda, procura explicar o absurdo da corrida armamentista e dos antagonismos criados artificialmente entre capitalismo e comunismo. Demonstrando que o “século americano” havia acabado em 1961 — visão premonitória da linha divisória definitiva que se estabeleceria no ataque às torres do WTC, 40 anos depois —, Costa imaginou que o novo mundo seria substituído pela “Nova Era”, uma época marcada pela união de todos os países, onde a antítese esquerda-direita desapareceria, prevendo uma “globalização” positiva, muito diferente da forma perversa atual. Finalmente, no início dos anos 1990, ele idealizou uma carta parabenizando Gorbachov pela decisão de acabar com a guerra fria, o nefasto armamentismo, e de tentar criar na URSS um socialismo democrático. Com essas idéias, sem dúvida Lucio Costa hoje estaria participando do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

Humanismo e tecnologia - Segundo Cêça de Guimaraens, Costa representa “a união e reunião de romantismo estético e cientificismo iluminista”. Apoiando o “projeto moderno”, assim definido por Tomás Maldonado, foi um obstinado otimista, que acreditava em progresso social baseado no desenvolvimento científico e tecnológico que acompanhou a revolução industrial. Imaginou que surgiria a integração entre homem, natureza e tecnologia para criar um mundo melhor para a sofrida humanidade, onde a riqueza, associada às possibilidades da produção em massa, seria distribuída entre todos os povos do mundo - princípios semelhantes aos vaticínios de Marx em O capital, supondo a chegada de um sistema pós-capitalista. Ao afirmar que “o desenvolvimento científico e tecnológico não é oposto da natureza, mas a própria natureza que através do seu estado lúcido, que somos nós, revela o lado oculto, virtual”, Costa demonstra que “o intelecto e a consciência do homem são a quintessência da natureza tomada como um todo”.

Esse processo de industrialização intensiva — que coincide com a definição atual de Maldonado de sociedade “hiper-industrial”, e não “pós-industrial” — levaria necessariamente à integração de países e sistemas econômicos, que Costa define em sua “teoria das resultantes convergentes”, exposta em 1961, numa palestra no MIT-Massachusetts Institute of Technology. Ali define a mudança do novo mundo passado à “Nova Era” futura, onde seriam superados os “isolacionismos” contemporâneos, integrando as dissímiles tendências ideológicas e culturais, compreendendo desde “o gênio empreendedor norte-americano” até o “ressurgimento islâmico e oriental”. Superado “o nosso atual sistema econômico-social, fenômeno portanto passageiro”, a evolução da humanidade retomaria então, já em outro plano, o ritmo sereno de um ciclo histórico sem precedente, porque mais fecundo e, desta feita, verdadeiramente humano. É emocionante perceber a clareza conceitual e ideológica de Costa, que assume o “humanismo” de Marx caracterizado por Louis Althusser e prevê o que as forças progressistas estão reclamando para o século 21, ao afirmar que ”a coexistência é o signo dos tempos novos”. São os conceitos resumidos recentemente por Leonardo Boff, ao analisar as hipóteses para transformar o contraditório universo presente: “[...] surgirá uma nova democracia sociocósmica, um pacto social que não incluirá apenas seres humanos, mas toda a comunidade de vida, finalmente, reconciliada consigo mesma [...]”.

A estética da Nova Era - Essa síntese entre homem, natureza e tecnologia está presente na arquitetura, que desde Platão e santo Tomás de Aquino constitui a “adequatio intellectus et rei”. Também em sua visão estética e ética Costa não está longe do resgate de nossa disciplina, como síntese entre materialidade e pensamento, que se desenvolve no século 20 por meio da filosofia de Heidegger, Wittgenstein e Derrida. Primeiro, defende a criatividade individual em função das necessidades sociais, opondo à pseudo-antinomia da arte pela arte uma arte social. Segundo, articula a ética com as novas formas que se fundamentavam nos processos de renovação que aconteceram no século 20: “[...] estávamos convencidos que essa nova arquitetura que nós fazemos, essa nova abordagem, era uma coisa ligada à renovação social. Parecia que o mundo e a sociedade nova eram coisas gêmeas [...] de modo que havia uma ética, havia uma seriedade no que se fazia [...]”. Poder-se-ia argüir que a insistência de Costa na procura das formas puras e a defesa dos cinco pontos corbusierianos significariam a aplicação estática, no Brasil, dos enunciados do movimento moderno. Não é assim: Costa sempre falou da presença das particularidades locais, de “nossa maneira peculiar, inconfundível - brasileira - de ser [...] preservando e cultivando tais características diferenciadoras, originais [...] e recusando subserviência, inclusive cultural, mas capaz de absorver e assimilar a inovação alheia”.

Assim, ele definia a arquitetura como “construção concebida com uma intenção plástica particular, em função de uma época, de um meio, de uma técnica e de um programa determinados”. Ou seja, distante do regionalismo folclórico ou de formalismos preconcebidos, procurando a personalidade nacional “que se exprime através das individualidades do gênio artístico 'nativo', servindo-se dos materiais, técnicas e do vocabulário plástico de nosso tempo”. A procura das formas puras não era um exercício estilístico, como acontece com Niemeyer, mas uma síntese entre as duas tendências essenciais na arquitetura atual: a orgânico-funcional — identificada com os organismos vivos — e a plástico-ideal, esta produto do intelecto e da racionalidade que organiza geometricamente a matéria em formas plasticamente puras.

Sem dúvida, a dinâmica da arquitetura atual superou a simplicidade dos sólidos filebianos, com a complexidade das formas de Gehry, Libeskind e Koolhaas ou o dirty realism de Coop Himmelb(l)au e Venturi. Mas o minimalismo continua impondo o ascetismo da geometria elementar, nas obras de Tadao Ando, Dominique Perrault ou no recente Kursaal, em San Sebastián, Espanha, de Rafael Moneo. Nesse sentido, Costa apoiaria essa orientação que procura aplicar os avanços tecnológicos adaptados a uma função social. Mas, ao mesmo tempo, sempre lutou pela significação cultural e estética da arquitetura, como elemento transformador da cidade e da sociedade.

Por isso não concordaria com o lema “Menos estética e mais ética”, proposto por Fuksas na última Bienal de Arquitetura de Veneza. Ele se esforçou ao longo de sua vida pela concretização universal da estética arquitetônica e urbanística associada à ética: esta é a esperança a se materializar na Nova Era do século 21.

Publicada originalmente em PROJETODESIGN - Edição 265 Março 2002

(*) transcrito do site: http://www.arcoweb.com.br/debate/debate28.asp