Wellington Farias

A prisão não são as grades; a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Gandhi

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Local: João Pessoa, Paraíba, Brazil

Leto de "seu" Sales e "dona" Ceiça. Nascido em Serraria, no Brejo da Paraíba, em 1956.

7/01/2006

O que se faz em cemitério, além de sepultar?

Morador próximo de cemitério desde que nasceu, o professor Eduardo Rezende, docente de Geografia do Brasil na UNIBAN - Universidade Bandeirante, decidiu estudar a razão pela qual o espaço do cemitério é utilizado para outros fins que não o de enterrar pessoas e visitar as lápides. Entre os outros usos feitos do espaço, segundo ele, estão comer os frutos das árvores, aprender a dirigir e até a necrofilia (relação sexual com o morto), aliás com inúmeros casos registrados nas delegacias.

Em 1999, Prof. Eduardo defendeu sua monografia que acabou virando o livro "Metrópole da Morte Necrópole da Vida: Um estudo geográfico do Cemitério de Vila Formosa", editado pela Carthago Editorial. A idéia de escrever um livro sobre o assunto surgiu quando ele percebeu que os pesquisadores que entravam na Internet, em seu site www.necropole.hpg.com.br, pediam outras informações além das disponibilizadas. O livro, segundo ele, é como um guia para pesquisadores.

A conclusão de seu trabalho foi de que na metrópole o tempo de lazer é sempre mediado pelo consumo, pois se você quer conhecer alguém precisa ir a uma danceteria e pagar consumação mínima ou ir a um shopping e consumir. Já o cemitério é um espaço livre desse consumo obrigatório e dirigido.

Em seu site são encontradas questões básicas como das lápides, das epígrafes, dos epitáfios e da arte tumular. Já em seu livro, os assuntos são mais aprofundados. O Prof. Eduardo Rezende é também membro e representante no Brasil da Associação Latino-Americana de Cemitérios Patrimoniais e organizador do primeiro Congresso de Cemitérios Brasileiros na USP.