Wellington Farias

A prisão não são as grades; a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Gandhi

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Local: João Pessoa, Paraíba, Brazil

Leto de "seu" Sales e "dona" Ceiça. Nascido em Serraria, no Brejo da Paraíba, em 1956.

5/12/2006

Operação Carta Marcada: 54 prefeituras podem estar envolvidas e desvios chegam a R$ 30 milhões; veja quem foi preso (*)

A Policia Federal na Paraíba deflagrou no inicio da manhã desta sexta-feira, 12, a Operação "Carta Marcada" para desbaratar esquema que envolve 54 prefeituras do Estado e empresas laranjas montadas para fraudar licitações. Os desvios podem ser superiores a R$ 30 milhões. Em diversas cidades é forte o esquema policial. O cunhado do prefeito de Sousa, Bertrand Gadelha, e o prefeito de Cruz do Espírito Santo, Rafael Fernandes, foram um dos doze presos até o momento.

A Polícia Federal (PF) está cercando o prédio da Prefeitura de Sousa desde às 4h da manhã desta sexta. São cerca de 20 policias cumprindo a operação na cidade.

Os policiais isolaram o prédio da prefeitura com fitas amarelas e pretas. O prefeito não foi localizado. Informações que circulam na cidade dão conta que a última vez que ele foi visto dava entrevista à sua rádio, Líder FM, que durou até às 19h. Existe a suspeita de que ele foi avisado com antecedência sobre a operação.

Há também uma viatura em frente ao prédio do sogro do prefeito, Expedido Gadelha.

São 32 madados de busca e apreensão expedidos em todo o Estado.

A Operação está sendo realizada na Paraíba, mas tem desdobramentos no Rio de Janeiro, onde foram expedidos 1 mandado de prisão e outro de busca e apreensão.

A oposição já vinha denunciando há algum tempo as irregularidades na cidade - escândalos envolvendo empreiteiras e construtoras.

Além da do prédio da Prefeitura também está sendo alvo de investigação neste momento a Secretária da Saúde de Souza.

A PF informou que a maioria dos mandados expedidos é para João Pessoa. Viaturas com policiais federais circularam cedo pela Orla da Capital. Eles estavam apreendendo documentos e cumprindo madados de prisão contra empresários, políticos e técnicos da área contábil.

Todos os mandados já foram executados. Os nomes de todos os detidos (veja abaixo) devem ser confirmados logo mais em coletiva marcada para às 10h30, na sede da PF na Capital, onde será dado mais detalhes sobre a operação.

A Operação - A ação batizada de Carta Marcada conta com 180 policias dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, e Rio Grande do Norte, em conjunto com 35 auditores da Receita Federal da Paraíba, Pernambuco, Ceará e São Paulo e 9 auditores da Receita Previdenciária.

Esta operação foi o resultado de investigações desenvolvidas ao longo de três anos, e desvendou um esquema que atuava de forma sistemática em licitações simuladas, vendas de notas fiscais, locação da razão social e utilização de ‘laranjas’. As fraudes geraram desvio de dinheiro público, fraudes em licitações e sonegação fiscal.

Durante a operação foram designadas equipes para realizarem o cumprimento de 12 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão de documentos e arquivos de informática em empresas ligadas aos ramos de construção civil, fornecimento de bens, serviços e fomento mercantil na Paraíba e no Rio de Janeiro.

As empresas fictícias da organização investigada receberam de 54 Prefeituras a quantia aproximada de R$ 10 milhões entre 2003 e 2005. Mas a Secretaria da Receita Federal já estima que o desvio de recursos poderá chegar a R$ 30 milhões nos últimos 3 anos.

Os crimes são de formação de quadrilha, fraudes em procedimentos licitatórios, sonegação fiscal, crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, corrupção ativa/passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e falsidade ideológica.

(*) Transcrito da WSCOM Online

A lista dos presos, com detalhes sobre cada um, foi transcrita do click pb:

Uilza Farias da Cunha – era a secretária particular e irmã do chefe da quadrilha, Decson Farias da Cunha.

Jean Carlos da Silva – era responsável por toda movimentação bancária da quadrilha.

Alvino Domiciano Cunha Filho – era quem comandava o sistema de licitações fraudulentas.

Francisco Araújo Neto – era responsável pelo contato com os órgãos públicos.

Betran Pires Gadelha – é irmão da primeira dama da cidade de Souza e facilitava as fraudes nas licitações da prefeitura.

Ivanildo Inácio – é o secretário de Finanças da c prefeitura de Cruz do Espírito Santos e facilitava a ação da quadrilha na prefeitura.

Heleno de Moraes – recebia as verbas oriundas das concorrências vencidas.

Dijandir Farias da Cunha – participava ativamente das licitações fraudulentas.

Cristiane Rose Farias Peixoto – autorizava a liberação de verbas.

Dijandira Farias da Cunha – comandava a empresa GrandPlus Facture, empresa que auxiliava o grupo.

Decson Farias Cunha – era o chefe da quadrilha e comandava um programa de rádio na emissora Correio de Mamanguape.