Wellington Farias

A prisão não são as grades; a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Gandhi

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Local: João Pessoa, Paraíba, Brazil

Leto de "seu" Sales e "dona" Ceiça. Nascido em Serraria, no Brejo da Paraíba, em 1956.

7/18/2006

Biografia de Tarcísio Burity só sai em 2008. Atentado no Gulliver será passado a limpo

A biografia do ex-governador da Paraíba, Tarcísio Burity, que está sendo elaborada pelo jornalista Severino (Biu) Ramos, é projeto para 2008, segundo o próprio autor.

Justamente por ser biografia, a empreitada literária é ambiciosa, na medida em que passa, necessariamente, por minuciosa pesquisa sobre a vida de um dos mais relevantes personagens da história política recente da Paraíba.

Autor de "O Mago de Catolé", biografia do ex-governador João Agripino, Biu tem até um motivo pessoal para lançar a obra em 2008: além do tempo necessário para a garimpagem dos fatos, nesta época o autor estará completando 70 anos, idade que também faria o biografado, se vivo estivesse.

Biu Ramos confirma: o atentado à bala sofrido por Burity, no Gulliver - restaurante da elite pessoense -, perpetrado pelo então governador Ronaldo Cunha Lima, é motivo de sobra para um capítulo inteiro.

Embalados em controvérsias, os reais motivos quer levaram Ronaldo Cunha Lima a disparar três tiros contra Burity, à queima-roupa, devem ser passados a limpo.

Haja expectativa e sono perdido...

Era uma vez API! Sem disputa entidade elege sua nova Diretoria

Já não se faz API, como antigamente! Somente nesta terça-feira à tarde, vim a saber que haverá eleição para renovação da diretoria da entidade. Eu só, não: eu e algumas centenas de associados.

Pela primeira vez na história da entidade, um presidente da API será reconduzido ao cargo em chapa única. Por sí só, este fato demonstra o grau de interesse da entidade pelos associados, e vice-versa.

João Pinto, atual presidente, concorre ao pleito para o triênio 2006/2009.

Pense numa eleição sem graça.

7/13/2006

Declaração de bens dos políticos é uma gozação com a inteligência do eleitorado

As declarações de bens e rendimentos da grande maioria dos políticos paraibanos, ao Tribunal Regional Eleitoral, é uma agressão à inteligência dos eleitores.

Culpa de quem? De nós, mesmos, que assistimos a tudo isso e ainda votamos neles.

Faculdade de Direito vai para o campus universitário

Pelo menos as principais atividades do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba, serão transferidas daquele histórico prédio anexo ao Palácio da Redenção, para um novo que será construido no campus I da UFPB, em João Pessoa.

A construção do prédio não deve demorar: há recursos alocados e maquete pronta. Será um prédio moderno e de acordo com as necessidades do curso.

No prédio atual, ali onde o teto desabou sobre os alunos, deve ficar apenas a prática forense>

Tião Lucena lança livro sobre a Revolução de 30

O jornalista Tião Lucena lançou o livro "1930 - A História de uma Guerra". De conteúdo histórico-sociológico, o primoroso trabalho enfoca detalhes de uma guerra que mudou a face da história da Paraíba e do Brasil. 1930...expõe as chagas de relações sociais e políticas conflituosas como resultado pragmático das inconformações humanas.

Crucial para a implementação das transformações que viriam a moldar os fatos que determinariam mudanças radicais no quadro geral, 1930 se constituiu numa espécie de divisor de águas. Dali por diante o Brasil não seria mais o mesmo e a República Velha era sepultada com todos os seus ideais. O que Tião fez foi uma garimpagem de tudo o que ocorria nos bastidores da Guerra de Princesa e pacientemente acomodou cada elemento historiográfico, dando vida a fatos até então desconhecidos, mas que foram determinantes para a condução de um processo político cujos efeitos são sentidos até hoje. Como não poderia deixar de ser, Tião põe uma pitada (ou pitadas) de bom humor quando relata lances curiosos envolvendo as relações dos homens do coronel Zé Pereira com as "damas da luz vermelha" no cabaré de Princesa. Ali eles desafogavam suas tensões. É um livro que vale a pena ser lido e certamente será bem acolhido pelo público leitor.

transcrito do blog de Nonato Nunes

7/01/2006

Leitura labial gera crise na Globo

O quadro Leitura Labial, exibido pelo Fantástico, causou certo desconforto dentro da Rede Globo após Carlos Alberto Parreira ter reclamado da atração. O técnico da seleção declarou ter tido sua privacidade invadida após um grupo de surdos-mudos, analisando imagens do treinador filmadas à distância, ter lido seus lábios e transcrito um diálogo em que Parreira desabafava sobre a escalação de Ronaldo e dizia uma série de palavrões.

Em resposta, a Globo se pronunciou formalmente por meio de Fátima Bernardes, que fez um pedido público de desculpas no Jornal Nacional. Segundo noticiou nesta quarta-feira (28/06) o Grupo Estado, através de seu site, o pronunciamento de Fátima teria gerado um desconforto ainda maior nos quadros da emissora carioca. De acordo com o texto, a própria apresentadora teria lido o pedido a contragosto e o diretor do Fantástico, Luiz Nascimento, apresentou seu pedido de demissão, que não foi aceito pela Globo.

Procurada, a Central Globo de Comunicação negou, através de sua assessoria de imprensa, e afirmou que “a informação a respeito de um suposto pedido de demissão do diretor do Fantástico, Luiz Nascimento, é completamente inverídica, assim como todos os motivos a ela atribuídos. O quadro Leitura Labial será exibido no próximo domingo, normalmente”.

Transcrito de comuniquese.com.br

O que se faz em cemitério, além de sepultar?

Morador próximo de cemitério desde que nasceu, o professor Eduardo Rezende, docente de Geografia do Brasil na UNIBAN - Universidade Bandeirante, decidiu estudar a razão pela qual o espaço do cemitério é utilizado para outros fins que não o de enterrar pessoas e visitar as lápides. Entre os outros usos feitos do espaço, segundo ele, estão comer os frutos das árvores, aprender a dirigir e até a necrofilia (relação sexual com o morto), aliás com inúmeros casos registrados nas delegacias.

Em 1999, Prof. Eduardo defendeu sua monografia que acabou virando o livro "Metrópole da Morte Necrópole da Vida: Um estudo geográfico do Cemitério de Vila Formosa", editado pela Carthago Editorial. A idéia de escrever um livro sobre o assunto surgiu quando ele percebeu que os pesquisadores que entravam na Internet, em seu site www.necropole.hpg.com.br, pediam outras informações além das disponibilizadas. O livro, segundo ele, é como um guia para pesquisadores.

A conclusão de seu trabalho foi de que na metrópole o tempo de lazer é sempre mediado pelo consumo, pois se você quer conhecer alguém precisa ir a uma danceteria e pagar consumação mínima ou ir a um shopping e consumir. Já o cemitério é um espaço livre desse consumo obrigatório e dirigido.

Em seu site são encontradas questões básicas como das lápides, das epígrafes, dos epitáfios e da arte tumular. Já em seu livro, os assuntos são mais aprofundados. O Prof. Eduardo Rezende é também membro e representante no Brasil da Associação Latino-Americana de Cemitérios Patrimoniais e organizador do primeiro Congresso de Cemitérios Brasileiros na USP.

Outro jornalismo é possível - Le Monde no Brasil

Le Monde Diplomatique: porque as sociedades têm o direito de compreender em profundidade o mundo

Publicado em 23 idiomas e em 34 países, o Le Monde Diplomatique inaugura, neste 23 de maio, uma nova edição brasileira eletrônica. Disponível no UOL, o portal latino-americano de maior audiência, ela foi inteiramente transformada, do ponto de vista gráfico – e tem novidades editoriais muito relevantes. As mudanças são parte de um projeto necessário: lançar, ainda em 2006, uma edição brasileira impressa; constituir uma rede de colaboradores, que permita oferecer um novo ponto de vista também sobre os problemas nacionais; fazê-lo de modo participativo, com base na mobilização de pessoas e instituições da sociedade civil.

Tais objetivos se entrelaçam, é claro, com a idéia de que outro país, e outro mundo, são possíveis. Lançado em 1954, na França, o Le Monde Diplomatique transformou-se, ao longo do tempo, em referência de jornalismo crítico e profundo. Mas esta identidade foi reforçada – e, num certo sentido, reinventada – a partir da década de 1990, graças à postura marcante que o jornal adotou diante da globalização. Enquanto a imprensa, cada vez mais associada ao poder econômico e domesticada, procurava convencer as sociedades de que se tratava de um processo natural e inevitável, Le Monde Diplomatique dedicou-se, quase solitariamente, a examiná-lo.

Ao lado da nova cidadania planetária...

No jornal, o fenômeno foi desnaturalizado: vista a partir de muitos ângulos, a globalização perdia sua aura de algo espontâneo ou neutro: de “sinal dos novos tempos”... Nossas investigações deixavam claro que ela havia sido desencadeada a partir de decisões políticas muito concretas (por exemplo, a desregulamentação dos mercados financeiros). Demonstravam, além disso, que atendia aos interesses de alguns grupos sociais muito minoritários (ao promover uma reconcentração maciça de riquezas, em escala planetária). Revelavam que suas conseqüências estendiam-se por múltiplos aspectos da vida humana (multiplicando a velocidade do aquecimento da atmosfera terrestre ou do desaparecimento de idiomas).

Ainda mais importante: se a globalização era fruto de decisões políticas, outras decisões, de sentido oposto, poderiam interromper ou inverter tendências. Le Monde Diplomatique envolveu-se, no plano intelectual, em todas as campanhas que marcaram a emergência da sociedade civil planetária. Em 1997, ao descrever as conseqüências sociais dramáticas das crises financeiras asiáticas, propôs, como antídoto, a mobilização internacional dos cidadãos contra a ditadura dos mercados – num texto que viria a estimular a fundação do movimento ATTAC. Em 1998, seus artigos sobre do Acordo Multilateral sobre Investimentos (AMI) [1] estimularam uma resposta mundial que evitou um novo ataque aos direitos sociais e ao ambiente. Em 1999, apontou os riscos de mais uma rodada de “liberalização” do comércio promovida pela OMC; e viu nos protestos de Seattle (EUA), que desfizeram a ameaça, como sinal da “emergência de um contra-poder mundial”. Em 2000, a redação do jornal foi o local onde um grupo de brasileiros apresentou, pela primeira vez, a idéia de organização de um Fórum Social Mundial [2].

Le Monde Diplomatique só pode desempenhar um papel tão destacado na construção de uma cidadania planetária porque sempre recusou a condição de panfleto. Num mundo em que se proclama a inexistência de alternativas – e se procura, portanto, reduzir dos cidadãos a espectadores da História –, nada mais transformador que valorizar e construir, na prática, o direito à informação, à comunicação, ao exercício de enxergar o mundo e influir em seus destinos.

... mas sempre com informação de qualidade

A edição de maio do jornal [3], disponível no site, é um exemplo deste compromisso com a informação de qualidade. Le Monde Diplomatique debate este mês temas de enorme impacto político e cultural: entre outros, a resistência à ocupação do Iraque; os sinais de esgotamento das reservas mundiais de petróleo; o comércio internacional de produtos agrícolas; a retomada da economia japonesa e a suposta universalidade da cincia ocidental Mas não o faz com argumentos superficiais, destinados simplesmente a “reforçar posições”. Oferece informações e pontos de vista que merecem ser conhecidos por todos os que se preocupam com a construção do futuro comum da sociedade e do planeta – sejam quais forem os pontos ideológicos de partida.

O texto sobre o Iraque, por exemplo, investiga a natureza da resistência à ocupação norte-americana. Detecta a presença cada vez mais forte do Tandhim, o braço iraquiano da Al-Qaeda. Vai adiante: procura explicações para a emergência de um grupo fundamentalista, num país conhecido, no mundo árabe, pelo caráter laico de suas instituições. Conclui, com base nos fatos: a “guerra contra o terror” de George Bush criou, paradoxalmente, o sentimento de solidariedade islâmica necessário para que a rede de Osama Bin Laden fosse aceita, e pudesse se enraizar, num ambiente que em outras condições lhe teria sido mortal.

Já o artigo sobre o petróleo traça um balanço extremamente preocupante entre as reservas (claramente em declínio) do combustível e seu consumo, que não cessa de aumentar. Do texto, emerge uma dúvida desconcertante, mas mobilizadora: a humanidade estará condenada a ser irresponsável, perdulária e irracional, em sua relação com o planeta que lhe serve de morada?

Num país como o Brasil, onde o oligopólio das comunicações é uma presença mediocrizante e desmobilizadora, o Le Monde Diplomatique não poderia estimular o surgimento de uma rede de colaboradores, num esforço coletivo para construir uma nova consciência do país? Esta é a principal meta das organizações e pessoas empenhadas no projeto. Nos próximos textos, você vai saber como o novo site aproxima tal objetivo; e como é possível somar-se à construção da edição brasileira.

[1] Debatido na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o AMI pretendia subordinar as ações das sociedades e governos ao "direito" das grandes corporações transnacionais, tratadas como "investidores". Tinha a forma de um acordo internacional, ao qual deveriam aderir os países interessados em se conservar atrativos para tais empresas. Segundo o texto do acordo, elas adquiriam condições jurídicas para questionar e anular decisões que, ao ampliar direitos sociais ou a proteção do ambiente, fossem vistas como tendentes a reduzir a lucratividade das corporações.

[2] O relato da reunião em que o FSM foi proposto está num texto de Francisco Whitaker a respeito das origens do Fórum.

[3] Le Monde Diplomatique é publicado mensalmente. Para acessar as edições mensais (eletrônicas) é preciso fazer uma assinatura. Outras áreas do site permanecerão abertas a todos. Temporariamente, para celebrar a reinauguração do espaço do jornal na internet, o acesso a todas as áreas está liberado.