Wellington Farias

A prisão não são as grades; a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Gandhi

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Local: João Pessoa, Paraíba, Brazil

Leto de "seu" Sales e "dona" Ceiça. Nascido em Serraria, no Brejo da Paraíba, em 1956.

5/31/2006

Gilson Souto esclarece: nada tem a ver com Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa

O jornalista Gilson Souto Maior nos disse ontem, por telefone, que nada tem a ver com o Ex-Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa da Paraíba, que recentemente foi extinto por determinação do Ministério Público, face a denúncias comprovadas de malversação do dinheiro público. Souto Maior explicou que é diretor do Departamento de Comunicação do Poder Legislativo e, portanto, não tem qualquer ingerência sobre o outro órgão em questão.

Gilsou soube que haviam tecido críticas envolvendo o seu nome, a propósito do que aconteceu com o comitê e, por isso, resolveu dar os esclarecimentos.

De antemão, afirmamos - e os minguados leitores são testemunhas - que, pelo menos este blog, jamais associou o nome de Gilson Souto Maior aos lamentáveis fatos que envolveram o Comitê de Imprensa "nathanael Alves".

Mais que isso: damos o testemunho de ser, Gilson Souto Maior, não apenas um dos nossos melhores profissionais de imprensa, mas sobretudo um cidadão de conduta ilibada.

Ao noticiarmos o fato, apenas mencionamos que mantivemos contato com Gilson, em busca de um posicionamento do Poder Legislativo, para não relatar apenas uma única versão, e que ele nos havia congerido contatar com o ex-presidente do comitê, Edmilson Pereira, como de fato o fizemos.

5/25/2006

"Comitê da Assembléia permanece, de fato, mas não de direito"

Leia, também, a matéria baixo, sobre e extinção do Comitè.

No que pese o Ministério Público haver determinado a extinção do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa, em razão de malversação do dinheiro público, o ex-presidente do extinto órgão, radialista Edmilson Pereira, por telefone foi enfático: o comitê continua existindo, de fato, embora não de direito. E mais (pasmem!): com a mesma Diretoria.

Antes, porém, Pereira mesmo confirmou que, acatando uma decisão do MP, o presidente da Assembléia Legislativa, Rômulo Gouveia, extingiu a resolução que criou o Comitê de Imprensa da Casa de Epitácio Pessoa, cujo patrono era nosso respeitabilíssimo colega Nathanael Alves, de saudosa memória.

O radialista acrescentou que a Assembléia sempre teve e terá um comitê para atender às necessidades profissionais dos jornalistas, no âmbito da Assembléia Legislativa do Estado. Segundo ele, com a revogação da resolução, o que caiu foi a remuneração que era paga aos credenciados por diversos órgãos de imprensa do Estado, citando insistentemente o Sistema Correio de Comunicação, onde eu trabalho mas que nada tem a ver com este espaço, muito mais democrático, por sinal. Mas o órgão continua, de fato, mas não de direito, reiterou Pereira.

Dadas tais explicações, há perguntas inevitáveis: como pode existir o Comitê de Imprensa se a resolução que o criou foi extinta pela Presidência da Assembléia, por orientação do Ministério Público? Como a Diretoria do Comitê permanece se o órgão não existe, de direito? E mais: se o comitê foi extinto em razão de acusações de malversação do dinheiro público, pela atual Diretoria (certamente comprovada, porque senão não teria acontecido o que aconteceu), como esta mesma Diretoria pode permanecer?.

Para concluir uma observação: essa história do extinto Comitê de Imprensa da Assembléia ainda pode terminar um rolo maior do que o que já deu, sobretudo uma dor de cabeça daquelas... para o presidente da Casa, Rômulo Gouveia. Pelos contatos que a publicação do asssunto, neste espaço, gerou de ontem para cá, concluo que tem gente que não vai descansar enquanto a determinação do MP não for cumprida na sua plenitude...

Ninguém, inclusive eu, acreditava que aquelas denúncias de Mauro Ronado Leite, reforçadas por Oscar Jorge, daria em alguma coisa. Os dois eram, inclusive, motivos de gozação. Mas deu no que deu...

De ontem para cá, tenho recebido telefonemas sobre fatos novos acerca deste episódio, que me recuso a publicar, pelo menos até que me provem serem vereadeiros, principalmente sobre uma supsota manobra que teria sido posta em curso para manter pelo menos parte dos ex-dirigentes na folhinha extra de pagamento.

O Presidente da Assembléia Legislativa, Rômulo Gouveia, ou algéum delegado por ele, precisa se manifestar a respeito: afinal, o Comitê está extinto ou não? A sua manutenção não afronta o MP? E como podem os mesmos dirigentes, enrolados até o pescoço, continuarem dando as cartas num órgão que existe de fato, mas é ilegal?.

É só um aviso para, depois, ninguem vir com a desculpa de que não sabia de nada. Afinal, vivemos um momento em que ninguém viu nada, ninguém estava em lugar nenhum e ningém é ninguém...

PS: a propósito de telefonemas que recebi, tentando um "abafo", questionando por que publiquei estes fatos, antecipo: primeiro, porque é notícia; segundo porque trata-se de manversação do dinheiro do contribuinte; terceiro, porque é corrupção instalada no Poder Legislativo; quarto, porque parte de quem deveria dar exemplo de decência e ética (o jornalista), e que vive cobrando tudo de todos; sexto, porque estamos numa democracia; sétimo, porque não compactuo com corporativismo: se ética é concordar com as sujeiras da minha profissão, sou o cara mais antiético que pode existir...

5/24/2006

Denúncia de malversação de dinheiro público leva Comitê de Imprensa da Assembléia da Paraíba à extinção

Ninguém merece!

Nem a categoria dos jornalistas, tampouco a memória de Nathanael Alves, uma grande alma que fez história no jornalismo paraibano: o Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa do Estado, do qual Nathan era patrono, simplesmente foi extinto no embalo de denúncias de malversação do dinheiro público.

A extinção do Comitê foi confirmada a este repórter por Gilson Souto Maior, assessor de imprensa da Casa de Epitácio Pessoa. Questionado a respeito, Gilson orientou-me a conversar com o ex-presidente do extinto órgão, o radialista Edmilson Pereira. As tentativas foram em vão: primeiro, o celular estava fora de área. Numa outra ocasião, uma pessoa atendeu, para dizer que ele estava ocupado.

As denúncias contra o comitê, encaminhadas ao Ministério Público, partiram do destemido jornalista Ronaldo Leite, aqueles mesmo que escreveu um livro sobre o grupo de extermínio, Mão Branca, que existiu na Paraíba, dando nome aos bois.

Segundo as denúncias, no Comitê de Imprensa da Assembléia paraibana havia uma verdadeira farra com o dinheiro público, em favor das contas bancárias dos dirigentes do órgão.

Mal deu-se o estrago, o que circula no meio jornalístico são informações dando conta de que já estão estudando o famoso "jeitinho-brasileiro" para fazer retornar o os costumes de antes, partindo-se, certamente, da premissa de que este é o País da impunidade e, portanto, a Paraíba também. Em suma: que tudo dará em pizza!

O mais prudente talvez seja o presidente da Assembléia, Rômulo Gouveia (PSDB), atalhar qualquer manobra neste sentido. Do contrário, ele tanto pode se dar mal com o Ministério Público, porque é quem responde pelo Legislativo, como também pode salpicar com nódoas os seus projetos políticos, além de entrar para a história como o presidente da Casa que permitiu a corrupção chegar a tal ponto. Além disso, estes são fatos que não contribuem para a biografia de político nenhum, sobretudo neste momemto em que andam todos indignados com o que acontece na República.

Em tempo: Como não conseguí contato com o ex-presidente do extinto comitê, Edmilson Pereira, de antemão garanto todo o espaço de que ele precisar para dar a sua versão sobre os fatos e as devidas explicações acerca de documentos que me estão sendo encaminhados a respeito do assunto.

Machismo d´alem mar, pois pois!

Um leitor manda me dizer, de Portugal - e outros confirmam, lá e aqui: é espantosa a violência dos portugueses contra as suas mulheres e companheiras. Diz o leitor que boa parte dos portugas vive de beber vinho, assistir ao futebol, ir à missa e espancar a mulher.

"Aqui (Portugal) ainda há muito disso movido a álcoo e depressões pós derrota dos times de futebol", observa, para acrecentar:

"Enfim, aqui até os pedofilos são protegidos. Um nojo o que eu sinto às vezes dentro de mim, mas não calo a minha revolta e tenho muita poesia dessa, onde lhes tiro as vestes de cordeiro".

O Desafio a um difamador

Franklin Martins (*)

O sr. Diogo Mainardi, em artigo intitulado “Jornalistas são brasileiros”, publicado na revista Veja de 16 de abril de 2006, acusou a mim e a outros profissionais de imprensa de sermos “moralmente frouxos” e de mantermos “relações promíscuas” com o poder político. No meu caso, saiu-se com a estapafúrdia história de que eu teria uma cota pessoal de nomeações no serviço público. Nessa cota, estariam meu irmão, Victor Martins, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e minha mulher, Ivanisa.

Seguem-se alguns esclarecimentos. Devo-os não ao sr. Mainardi, mas a meus leitores, telespectadores e ouvintes, e também a meus colegas de profissão que, com razão, continuam a acreditar que o jornalismo só tem valor se for exercido com espírito público e ética:

1. Não tive, em qualquer momento ou em qualquer instância, nada a ver com a nomeação de meu irmão, profissional conceituado na área de petróleo, para a diretoria da ANP. Jamais intercedi junto a quem quer que fosse no Poder Executivo para sua indicação. Jamais pedi a qualquer membro do Senado, a quem cabe constitucionalmente aprovar ou recusar as diretorias das agências reguladoras, que olhasse com simpatia seu nome. Não movi uma palha nesse episódio. Meu irmão tem a vida profissional dele e eu, a minha.

O sr. Mainardi não é obrigado a acreditar no que digo. Mas, se não fosse um difamador travestido de jornalista, teria se esforçado para apoiar suas acusações em fatos que revelassem uma conduta inadequada da minha parte, e não apelado para trechos de discursos desse ou daquele parlamentar com referências à minha pessoa que não significam absolutamente nada. Sobre o que falam deputados e senadores nem eu nem o sr. Mainardi temos a menor responsabilidade. Qualquer pessoa medianamente informada sabe disso. Somos eu e ele responsáveis apenas pelos nossos atos.

Por isso, lanço-lhe um desafio. Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras – um só, não é necessário mais do que um – vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio para o nome de meu irmão, me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da “Veja” da coluna que assina na revista.

Tudo ou nada, bola ou búrica. O sr. Mainardi topa o desafio?

Se topa, proponho que escolha uma pessoa de sua confiança, enquanto eu pedirei à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que designe um profissional acima de qualquer suspeita, para que ambos conversem imediatamente com todos os senadores e senadoras e ponham essa história em pratos limpos.

Se não topa o desafio, o sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador.

Sei os riscos que estou correndo. Entre os 81 senadores, há vários que, em um ou outro momento, já foram frontalmente criticados por mim. Outros devem ter discordado inúmeras vezes de minhas opiniões e avaliações. É provável que haja, inclusive, quem, em algum episódio, tenha se sentido injustiçado por alguma palavra minha. Mesmo assim duvido que apareça um só senador, governista ou oposicionista, do Norte ou do Sul, veterano ou novato, que confirme a afirmação insultuosa do sr. Mainardi de que fiz tráfico de influência para nomear um irmão para a ANP. Duvido que apareça por uma razão muito simples: isso simplesmente nunca ocorreu.

2. Quanto à minha mulher, é funcionária pública há mais de 20 anos. E servidores públicos, sr. Mainardi, por incrível que lhe pareça, trabalham no serviço público. Não sei qual a razão de sua surpresa com o fato. Devo esclarecer que, embora seja profissional extremamente competente, com mestrado em planejamento social na London School of Economics, já tendo dirigido agências e programas nacionais na área, no momento minha mulher não exerce cargo comissionado e sequer tem função gratificada. Por que? Não sei. Coisas do serviço público ...

Dados os esclarecimentos, sigo adiante.

Nem sempre concordo com o que escrevem Eliane Cantanhede, da “Folha de S. Paulo”, e Helena Chagas, de “O Globo”, também difamadas pelo sr. Mainardi no artigo mencionado. Mas isso não me impede de dizer que são duas tremendas profissionais, das melhores jornalistas deste país. Na nossa profissão, como em todas outras, há gente séria e gente que não presta, pessoas íntegras e pessoas sem caráter. Eliane e Helena estão na primeira categoria e me honra ter sido colocado na companhia delas. Para mim, desabonador seria o contrário.

Os ataques que sofremos Eliane, Helena e eu talvez sejam os mais graves, mas não são os primeiros que o sr. Mainardi lançou recentemente contra jornalistas. Nos últimos meses, semana sim, semana não, pelo menos duas dúzias deles, foram vítimas de investidas absolutamente desrespeitosas, carregadas de insinuações capciosas contra suas atividades e carreiras. Mas como ninguém deu pelota para os arreganhos do rapaz – nem os jornalistas, que simplesmente não o levam a sério, nem os leitores da “Veja”, que já se cansaram de ver um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política –, o sr. Mainardi decidiu aumentar o calibre de seus ataques. E partiu para a difamação pura e simples.

Vivemos numa democracia, felizmente. Todos têm o direito a defender suas idéias, mesmo os doidivanas, e a tornar públicas suas posições, mesmo as equivocadas. Em compensação, todos estão obrigados a aceitar que elas sejam criticadas livremente. O sr. Mainardi, por exemplo, tem a prerrogativa de dizer as bobagens que lhe dão na telha, mas não pode ficar chateado se aparecer alguém em seguida dizendo que ele não passa de um bobo. Pode pedir a deposição do presidente Lula, mas não pode ficar amuado se alguém, por isso, chamá-lo de golpista. Pode dizer que o povo brasileiro é moralmente frouxo, mas não pode se magoar depois se alguém classificá-lo apenas como um tolo enfatuado. Ou seja, o sr. Mainardi pode falar o que quiser, mas não pode querer impedir que os outros falem.

Mais ainda: o sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada.

No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias. No processo criminal, o sr. Mainardi terá todas as oportunidades de provar que usei minha condição de jornalista para traficar influência. Como é mais fácil um burro voar do que ele dar substância às suas invencionices a meu respeito, estou confiante de que se fará justiça e o difamador será condenado pelo seu crime.

Desde já, adianto que, se a Justiça fixar indenizações por danos morais, o dinheiro será doado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e à Associação Brasileira de Imprensa. Não quero um centavo dessa causa. Não dou tanta importância a dinheiro como o sr. Mainardi, que já definiu seu próprio perfil: “Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha”.

Prefiro ficar com Cláudio Abramo: “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”. Mas, para tanto, o sr. Mainardi está incapacitado. Não porque lhe seja escassa a inteligência; simplesmente falta-lhe caráter. A história da moedinha diz tudo.

Da minha parte, seguirei fazendo o único jornalismo que sei fazer, o que busca dar informações ao leitor, ao telespectador, ao ouvinte, com inteligência e respeito, para que ele forme sua própria opinião sobre os fatos. Não quero fazer a cabeça de ninguém. Não creio que essa seja a missão da imprensa, ainda que alguns jornalistas e alguns órgãos de comunicação, de vez em quando, queiram ir além das suas chinelas. Existimos para informar à sociedade, e não para puxá-la pelo nariz para onde quer que seja.

E desse jornalismo não vou me afastar, apesar das mentiras, da gritaria e das difamações do colunista da “Veja”.

O macartismo não me intimida. O sr. Mainardi, muito menos.

(*) Transcrito do Blog de Franklin Martins

5/23/2006

Sentença de quadrilha sonegadora de impostos pode sair a qualquer momento

Tem gente que há dias não dorme. E tem razões de sobra, para tanto: a qualquer momento pode ser prolatada a sentença dos acusados de compor aquela quadrilha sonegadora de impostos à União, que conseguia a redução dos valores subornando servidores da Receita Federal.

O caso tramita na Justiça Federal da Paraíba, em regime de segredo de Justiça. A juíza substituta Cristiane Lage, da 3ª Vara Federal, está analisando todo o processo para proferir a sentença.

Renda produzida na Paraiba vira Grif importante e é tema de livro

A renda produzida na Paraiba está dando o que falar lá fora. A grif Cavalera ( http://www.cavalera.com.br ) juntou-se às rendeiras paraibanas e o projeto é êxito total. A Cavalera está emprestando status de luxo à produção das rendas Renascença e Labirinto.

E não pára por ai: a coleção conquistou os organizadores da Semana de Nova de Nova York.

Em homenagem às artesãs paraibanas, está sendo lançado o livro "Renda Renascença - uma memória de ofício paraibana", de Christus Nóbrega.

A renda decorrente da venda do livro será revertida para o projeto Paraíba em Suas Mãos, que mapeou todo o trabalho do artesanato Nordestino.

Carros com emplacamento atrasado lotam garagem da UFPB

Setores da UFPB estão praticamente parados por falta de transporte. Carro existe - e muitos -, mas estacionados na garagem do campus da instituição,em João Pessoa.

Motivo do contrasenso: os veículos estão com emplacamento atrasado e a instituição alega que não tem grana para atualiza-los.

Perguntas chatinhas, mas que não querem calar

1: como os presos conseguem reabastecer as baterias de tantos celulares dentro dos presídios?..

2: Por que só os assessores dos senadores e deputados estão pagando o pato na operação sanguessuga, que investiga a corrupção na compra de ambulâncias, se quem tem o poder de mexer no orçamento é o parlamentar e não eles?

3: O que há por trás da indústria das carteiras de estudante, explorada por inúmeras entidades estudantís? Por que o poder púlico não toma a frente? Ai tem...

Lula gasta R$ 3,15 mi só de combustível, na pre-campanha

Desde o início do ano, o presidente Lula Gastou nada menos que R$ 3,15 milhões de combustível, no pra-la e pra-ca da sua campanha pela reeleição. A Constatação da repórter Tania Monteiro, do jornal Estadão.

Desde a virada do ano, Lulinha do amor já percorreu, dentro do Pais, 63,3 mil KMs, o que corresponde a pouco mais que uma volta e meia ao redot do mundo".

E mais: foram 60,4 mil KMs a bordo do Aerolula e mais 2,9 KMs no helicóptero Super Puma, que serve à Presidência.

Sudema promove encontro sobre jornalismo ambiental

A cidade de João Pessoa vai receber jornalistas e estudantes de jornalismo, durante o I Encontro Nordestino de Jornalismo Ambiental, que vai se realizar dias 25 e 26, no Xênius Hotel, praia de Cabo Branco.

O evento é uma realização da Sudema, e objetiva envolver os jornalistas na linguagem diária, que lidam questões ambientais na Região Nordeste do Brasil.

Só de alunos da rede municipal, Bienal do Livro recebe mais de 3,5 mil visitantes

Só de alunos da 5ª à 8ª série da rede municipal de ensino os visitantes da Bienal do Livro são mais de 3,5 mil.O evento está se realizando no Espaço Cultural, no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.

Esta cifra vai aumentar muito, ainda: está agendada a visitação média de nove a 12 escolas, diariamente, divididos entre os turnos da manhã e tarde, até o encerramento da programação no próximo domingo (28).

Como forma de despertar o interesse pela a dinâmica da leitura, a Prefeitura de João Pessoa destinou à diretoria de cada escola municipal um 'cheque-livro'. Os valores variam de acordo com a demanda de alunos e a necessidade de cada instituição.

Prefeitura emite certidão negativa a contribuintes peloa internet

As pessoas que necessitarem de certidões negativas não precisam mais se deslocar até um dos postos de atendimento disponibilizados pela Secretaria Executiva da Receita Municipal. É que através do 'Portal do Contribuinte', um link dentro do site da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) em o contribuinte pode ser atendido on-line e receber orientações de como utilizar o serviço. Ele escolhe o tipo de certidão que necessita, preenche os dados solicitados e pode imprimir na hora o(s) documento(s).

A certidão negativa é um documento que prova a quitação de tributos. O prazo de vigência de seus efeitos é de 60 dias a partir da data de sua emissão. O documento via Internet possui os mesmos efeitos daquele expedido nos postos de atendimento da Receita Municipal; para que a certidão seja aceita não deve haver emendas ou rasuras.

Lapidares do Macaco Simão

Agora é assim: vote no PSDB, eleja o PFL e seja governado pelo PCC!

VOTE NO PSDB E GANHE DOIS PFLS DE GRAÇA!

E, parodiando: Faça como Lembo, não vote no PSDB! MVM.

Wellington Pereira lança livro na bienal

O jornalista e professor de Comunicação, Wellngton Pereira, vai lançar na Bienal Nacional do Livro, a sua mais recente obra: Diario de um Zappeur- TV, insônia e vida cotidiana. O lançamento está programado para o dia 26, as 15h30.

Editado por Marca de Fantasia e Editora da UFPB, a obra "é um ensaios sobre a relação entre a TV e a vida cotidiano no Brasil, a partir da constituição simbolica de programas de auditorios como Chacrinha, Hebe Camargo etc", segundo o autor.

E procura estabelecer um dialogo com " os exercicios de ver" personagens, como Reginaldo Rossi nos anos 80 em comerciais de TV, e espetaculos estéticos como o futebol.

Feijoada Amigos da Apace: Uma Promoção Solidária!

Para angariar recursos qe possam auxiliar na sua vida administrativa, a Apace está juntando um grupo de amigos numa corrente solidária, visando a promoção “Feijoada amigos da apace”, que acontecerá na manhã do dia 4 de junho, no Instituto dos cegos Adalgisa cunha, a partir das 11 horas.

Muitos amigos já aparecem na lista solidária dos que já contribuíram para a festa:

Bengala Branca Importações LTDA (doação de um relógio Braille para ser rifado); Walter Santos, da W S Com: (Doação ainda a determinar); Everaldo Soares Júnior ( doação de uma caixa de cerveja); Ângela Morais: (doação de uma caixa de cerveja); Joana Belarmino (doação de uma caixa de cerveja); José Antonio Ferreira Freire, (doação de uma caixa de cerveja); Romero Farias (doação de carne e queijo); Ravel, (doação de um brinde para sorteio).

Se você desejar fazer parte dessa corrente solidária, faça contato com Joana Belarmino, através do email: Pandora00@uol.com.br ou pelos fones: 32433363; 99854466.

Se você não puder fazer doação, venha participar da festa! Comprando o ingresso, você terá direito a feijoada, e também poderá consumir, a preços módicos, churrasquinho e cerveja. Também desfrutará de música e muita animação, com a participação do radialista Airton José.

Feijoada Amigos da Apace: Uma Promoção Solidária!

Para angariar recursos qe possam auxiliar na sua vida administrativa, a Apace está juntando um grupo de amigos numa corrente solidária, visando a promoção “Feijoada amigos da apace”, que acontecerá na manhã do dia 4 de junho, no Instituto dos cegos Adalgisa cunha, a partir das 11 horas.

Muitos amigos já aparecem na lista solidária dos que já contribuíram para a festa:

Bengala Branca Importações LTDA (doação de um relógio Braille para ser rifado); Walter Santos, da W S Com: (Doação ainda a determinar); Everaldo Soares Júnior (doação de uma caixa de cerveja); Ângela Morais: (doação de uma caixa de cerveja); Joana Belarmino (doação de uma caixa de cerveja); José Antonio Ferreira Freire, (doação de uma caixa de cerveja); Romero Farias (doação de carne e queijo); Ravel, (doação de um brinde para sorteio).

Se você desejar fazer parte dessa corrente solidária, faça contato com Joana Belarmino, através do email: Pandora00@uol.com.br; ou pelos fones: 32433363/99854466

Se você não puder fazer doação, venha participar da festa! Comprando o ingresso, você terá direito a feijoada, e também poderá consumir, a preços módicos, churrasquinho e cerveja. Também desfrutará de música e muita animação, com a participação do radialista Airton José.

5/22/2006

Capital perde outro evento por falta de centro de convenções

João Pessoa deixa de sediar o V Congresso Nacional da Mulher Contabilista, com 3 mil participantes, pelo simples fato de não ter, ainda, um centro de convenções. O evento foi para Florianópolis

Uma vergonha para a Paraíba.

Ricardo Coutinho integra delegação brasileira à França

O prefeito Ricardo Coutinho integrará a delegação brasileira ao I Encontro da Cooperação Internacional Descentralizada/Federativa Franco-brasileira, que se realizará nos dias 22 a 24 de maio na cidade de Marselha, na França.

No encontro serão discutidos gestões territoriais como um desafio para o desenvolvimento sustentável; economia solidária e segurança alimentar; intercâmbios científicos, tecnológicos e universitários; desenvolvimento urbano; juventude e acesso à educação; cultura e inclusão social.

Rita Lee denuncia rodeios (*)

Aos senhores promotores de rodeios e vaquejadas

Como brasileira e caipira de coração gostaria muito de observar certas "modernidades" que já há um certo tempo ocorrem e fazem entristecer profundamente minha alma. Estou me referindo mais precisamente sobre o quanto estes eventos como rodeios e vaquejadas se transformaram em indústrias de importação, colaborando somente para que nossas verdadeiras festas caipiras perdessem seus originais valores dentro do já tão enfraquecido folclore brasileiro.

Hoje o que se vê é uma macaquice de cowboys americanos praticamente instalada como se pertencesse ao espírito pacífico do nosso genuíno caipira. No meu tempo o peão era um rapaz forte e honesto que trabalhava no adestramento correto de um animal, hoje é apenas uma pessoa manipulada por uma cultura estrangeira responsável por despertar-lhe o sórdido prazer de abusar impunemente de animais. Ora, isto não é nem nunca será considerado um esporte nobre, nem nos Estados Unidos acontece isto. O que mais me preocupa é a total falta de consciência humanitária dentro dos rodeios e vaquejadas sobre a dor que é causada aos animais com o uso do "sedém" e outros artifícios ainda mais cruéis para que os bichos "pulem bonito" e o peão seja considerado um herói nacional.

Há séculos nossas festas caipiras nunca precisaram importar lixos culturais para existirem, por que então esses eventos partiram para tamanha falta de respeito e exemplo de má educação para com nossas crianças e todo o povo brasileiro? Na minha percepção vejo que se trata de uma ganância pelos milhões de dólares que movimentam esta indústria estrangeira, aliás completamente fora dos conceitos básicos éticos que imaginamos como sendo os ideais para o próximo milênio. O Brasil é um país festeiro, sabemos promover as melhores alegrias do planeta e realmente não temos necessidade de incentivar esta "americanização" de caipiras que agora, infelizmente, se auto-intitulam "country". Nem o futebol nem o roquenrou chegaram ao Brasil e destruíram nossa personalidade, ao contrário, se adaptaram totalmente ao traquejo brasileiro e mostraram ao mundo inteiro que aqui no Brasil quem dá as cartas somos nós.

Rodeios e vaquejadas abrem as pernas e se deixam influenciar descaradamente pela ditadura da cultura americana, parece que fomos lobotomizados mesmo desta vez! Peço pois a todos os organizadores de rodeios e vaquejadas que reflitam profundamente e se perguntem se vale a pena jogar na lama toda uma cultura genuinamente caipira e entregar nosso ouro ao bandido.

Muito mais corajoso e patriótico seria tomar a atitude de suprir dos rodeios e vaquejadas a parte onde os animais são torturados publicamente, demonstrando assim que o Brasil se recusa a adotar práticas da Idade Média. Vamos dar para o mundo este exemplo de consciência planetária e ao invés de judiar dos bichos seguir o que dita nosso coração caipira: Deus criou os animais não para servir ao homem mas para caminhar junto dele! Que a luz divina ilumine suas decisões.

Um grande abraço,

Rita Lee

Transcrito do http://www.socultura.com/socultura-denuncia.htm

Terrorismo em São Paulo: "Estão escondendo os corpos porque é tudo execução"

ENTREVISTA - FERRÉZ (*)

Em entrevista à Carta Maior, o escritor Ferréz denuncia onda de matança na periferia: "Estão escondendo os corpos porque é tudo execução, com tiro na cabeça. Hoje os policiais estão desfilando aqui na rua com toca ninja e camisa Le Coq, que é um grupo de extermínio da polícia".

Bia Barbosa - Carta Maior

SÃO PAULO – O balanço divulgado na noite de quinta-feira (18) pela Secretaria de Segurança Pública do governo de São Paulo totaliza em 152 o número de mortos na onda de violência que atingiu o estado na última semana. Destes, 107 foram mortos pela polícia em supostos confrontos. Muitos ainda não tiveram seus nomes divulgados e dezenas de corpos estão no IML (Instituto Médico Legal) a espera de identificação. Na quarta-feira, tiveram início as primeiras denúncias de que a polícia estaria cometendo abusos no combate aos ataques do PCC, o Primeiro Comando da Capital. Casos que começaram a estampar as páginas dos jornais e que agora não pararam de chegar às organizações de defesa dos direitos humanos.

Na quinta-feira, o escritor Ferréz fez um apelo à população em seu blog, para que todos ajudassem a divulgar que "a Policia Militar e a Policia Civil, afetadas com a onda de matança, estão fazendo da nossa periferia um estado pra lá de nazista". "Não está acontecendo confronto, e isso é uma prova que todos vão ter em alguns dias, quando a mídia começar a ir atrás de novas notícias e decidir falar a verdade. Não adianta ofender, não adianta ameaçar, a boca só se cala quando a guerra não for injusta", escreveu.

Reginaldo Ferreira da Silva – o nome literário é uma homenagem a Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (Ferre), e a Zumbi dos Palmares (Z) – nasceu no Capão Redondo. O bairro, na Zona Sul de São Paulo, é considerado uma das regiões mais violentas da capital. Filho de um motorista e de uma empregada doméstica, ele escreveu os primeiros versos aos sete anos de idade. Trabalhou como chapeiro numa lanchonete, balconista em bar e padaria, foi vendedor ambulante de vassouras e auxiliar-geral numa empresa metalúrgica antes de publicar suas primeiras obras. É autor de Fortaleza da Desilusão, Capão Pecado e Amanhecer Esmeralda. Em 1999, fundou a 1DASUL, um movimento que promove eventos culturais em bairros da periferia. E, em 2001, lança a revista Literatura Marginal, em parceria com a revista Caros Amigos, que recebe o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de Melhor Projeto de Literatura.

Firme e forte, como "um elo da corrente", como ele sempre escreve, Ferréz concedeu à CARTA MAIOR a entrevista abaixo:

CARTA MAIOR – Você denunciou em seu blog que a polícia matou quatro jovens inocentes esta semana no Capão Redondo. Como isso aconteceu?

FERRÉZ – Todos os dias de manhã, eu vou a um bar tomar café. O bar fica em frente a uma pequena loja de camisetas que eu tenho lá na rua. Todos os dias eu via esses meninos lá. Um deles vendia flor, o outro, produtos de limpeza. Estão sempre lá tomando café também antes de irem trabalhar. Na segunda-feira, cheguei no bar e estava um movimento estranho. E aí me falaram que os caras tinham atirado nos meninos no domingo à noite. Eles estavam tomando cerveja numa barraca de lanches. Isso foi numa rua próxima, onde todo mundo sempre vai. Um lugar conhecido no bairro. Chegou um carro preto – alguns moradores disseram que viram uma viatura também –, desceram cinco homens de toca ninja e atiraram nas pessoas na barraca. Até o dono foi alvejado. Quatro morreram e três estão no hospital ainda. Um se chamava Maurício e o outro, Brigadeiro. Mas a polícia não divulgou ainda o nome dos mortos. O mais velho tinha 27 anos e nenhum estava envolvido com o crime. Dos três que estão hospitalizados, nenhum tinha passagem pela polícia. No Parque Ipê, que é uma favela, colocaram fogo na moto de um menino que entregava pizza. Ele também morreu. Invadiram as casas das pessoas, uma por uma. Invadiram as casas no meio da madrugada.

CM – Nesta quinta-feira, a polícia realizou uma operação com 400 homens na favela Helba, usando um mandado coletivo de busca. O que você acha dessas operações?

FERRÉZ – O estranho disso tudo é que não foi a população que declarou guerra à polícia militar. Foi o PCC. E quem está pagando é a população. A polícia recebe coação há tempos dos bandidos; ela criou este estado. E agora está guerreando com isso, porque solta as pessoas com alto grau de periculosidade. E quem paga é o povo, porque o cara do PCC não fica moscando na rua de bobeira. Aí a polícia pega o popular, confunde com outra coisa, e ripa o pessoal da favela. Tinha que ter mandado coletivo em Brasília, porque lá já foi provado que as pessoas são criminosas. Mas é mais fácil entrar na casa da população e bater num pobre do que olhar no olho de um ladrão, porque eles tremem quando isso acontece.

CM – Tremem por que? Você acha a polícia despreparada?

FERRÉZ – A polícia tem vontade de fazer alguma coisa e acaba fazendo com as pessoas, por despreparo dos policiais. As pessoas que estão morrendo agora não são culpadas. Me revoltei por isso. Por que é assim, matou e enterrou? A vida do cara é isso? Espera aí! O cara foi assassinado e isso não vai ser investigado porque ele é pobre? A polícia científica esteve no lugar em que os meninos morreram e começaram a perguntar pras pessoas se eles eram "nóia". Ou seja, estavam procurando alguma razão pra justificar depois as mortes. Este é o único país em que o morto é culpado. Você morre e ninguém investiga. Estamos recebendo várias cartas de outras pessoas denunciando isso. Não é possível que todos estejam mentindo. Não é possível que fique assim. Estão escondendo os corpos porque é tudo execução, com tiro na cabeça. Hoje os policiais estão desfilando aqui na rua com toca ninja e camisa Le Coq, que é um grupo de extermínio da polícia.

CM – Mas não é de agora que há denúncias de grupos de extermínio agindo na periferia com a participação de policiais. Em que a situação atual diferente da de antes?

FERRÉZ – Apanhar da polícia não é novidade. A polícia sempre pega as pessoas, bate, espanca, não acha nada e fica nervosa. A PM pega as pessoas e diz que elas são lixo, dão bronca porque não têm roupa, porque estão "desarrumados". Muitas pessoas acham isso estranho porque moram do outro lado da cidade, onde os cidadãos são tratados como seres humanos. Aqui é diferente. Mas chacina não tinha há muito tempo. Um cara entrar na viatura e sumir sempre tem. Mas chacina do jeito que está não tinha. E a mídia não reportou a chacina. Como 107 podem ser mortos suspeitos? Depois que a pessoa morre, como é que você recupera a vida dela?

CM – Como está sendo a atuação da polícia esses dias no Capão Redondo?

FERRÉZ – Estão pegando qualquer um que tenha ficha. Se tiver passagem, apanha. Tenho um amigo que foi solto há dois anos, estava trabalhando, sossegado. A polícia pegou a ficha dele e veio atrás. No sábado, ele foi às Casas Bahia pagar uma conta e, quando voltou, a polícia o seguiu, o pegou, levou e bateu muito nele. Deu choque, bateu com pedaço de pau. Ele estava com outro amigo. Depois foi solto. Agora ele não sai de casa mais, está super nervoso, não conversa com ninguém. Está revoltado de novo, porque estava trabalhando sossegado. Mas é assim que você cria uma fábrica de fazer vilão, pegando pessoas que não tem nada a ver. A guerra é entre o PCC e eles, e não com a população. Não temos que pagar por isso, não lucramos nada com isso.

CM – Diante do quadro histórico do país, você acha que essa crise de violência demorou para explodir aqui em São Paulo?

FERRÉZ – Essa situação existe há muito tempo e as pessoas não queriam ver. Há quatro anos publiquei um artigo na Folha de S.Paulo que já falava isso. Era pela guerra e pelo terror ou pela arte. Ninguém tem arte, cultura, informação. A prisão não reeduca, só repreende. O caminho é esse, o Estado vai se fortificando e já era. Mas hoje o Estado está submisso. Tinha que fazer política pública de segurança de verdade, e não brincar com a população. O Furukawa [secretário de Administração Penitenciária] e o Saulo [Abreu de Castro, secretário de Segurança Pública] estão brincando há muito tempo, até com a vida dos policiais, que estão abandonados. O cara está na rua, no combate corpo-a-corpo e não tem preparo, não tem curso, não aprende. Aí fica um brutamonte contra o outro na rua, e nós no meio, desarmados, querendo trabalhar.

CM – As pessoas estão conseguindo trabalhar esses dias?

FERRÉZ – As pessoas estão arriscando a vida para trabalhar. Tenho dois cunhados que voltam de noite pra casa, se arriscando. Mas as pessoas têm que ganhar o pão delas. O comércio aqui está fraco, está um clima estranho, as pessoas não saem de casa.

CM – Os senadores e deputados em Brasília devem aprovar nos próximos dias um pacote de leis para aumentar o combate à criminalidade. Há propostas com forte linha repressora. Você acha que este é o caminho?

FERRÉZ – Acho que o Estado está fazendo corda pra se enforcar. A elite já é suicida há muito tempo e agora o Estado está sendo. Quando você reprime uma criança no primeiro dia, ela sorri pra você. No segundo, já faz uma cara de desconfiada. No terceiro, ela te olha de cara feia. Tenho um amigo que diz que diz que quando você prende um cachorro e todo dia o chuta um pouco, quando você o solta ele te morde, e não te faz carinho. O sistema carcerário é a mesma coisa. Ele tem que ser uma tentativa de restabelecer o convívio do preso, e não só a sua punição. Quando ele for pra rua, vai reagir. Acho que essas leis são um tiro na testa. A questão do Brasil é de educação, desde o primeiro ano. Só que ninguém faz nada. Todo mundo que é um pouco mais esclarecido sabe que o negócio é mais embaixo. Mas infelizmente a coisa vai sendo levada na brincadeira. Essas leis de agora são medidas políticas, que fazem um governo aqui brilhar mais do que o de lá.

CM – Você falou que a elite é suicida há muito tempo. Por quê?

FERRÉZ – Em um estado onde uma pessoa tem milhões e a outra não tem o que comer no dia, esses mundos acabam se encontrando um dia. E é claro que vão se encontrar, porque é a gente que limpa a casa deles, que cuida da segurança deles, que dirige o carro deles. Não tem como um cara carregar uma carroça o dia inteiro e ver um Audi ali do lado, com um cara no ar condicionado confortável, e dar tchauzinho. As pessoas vão tomando ódio, porque querem que o seu filho também tenha respeito e educação, querem que o posto de saúde funcione, que os policiais não entrem na sua casa. Não é brincadeira. O dia em que a população estiver conscientizada, não vai ter como conter isso. Vai chegar uma hora que o povo vai gritar. Falamos que o brasileiro é pacato, mas quando a bomba explode, olha o que acontece? As pessoas trabalham doze horas por dia e não têm pão pra colocar na mesa. Isso é culpa de quem, do pobre?

CM – O governador Cláudio Lembo deu uma entrevista para a Folha de S.Paulo em que responsabilizou a elite sobre o que está acontecendo. O que você acha disso?

FERRÉZ – Todo cara da elite retrata a elite como se fosse o outro. A elite sempre é o cara que tem mais do que eu. Eu tenho pouca terra, tenho pouca Mitsubishi, pouco Chrysler. Mas elite é o outro, que tem iate. A elite não se enxerga como elite. Ninguém é culpado...

CM - Você é de uma região que já foi considerada uma das mais violentas do mundo. Ainda há um estigma da classe média e da classe alta em relação à população da periferia?

FERRÉZ – Pra mim, muita gente da classe média e da classe alta também é ladrão. Vivem explorando os outros. Eu acho que tínhamos que abrir a conta dessas pessoas, fazer uma reviravolta no passado delas. Os bancos estão ganhando 60% de lucro por ano num país que é miserável. Algo está errado. Não é à toa que queimaram as agências bancárias. Depois falam que o crime não está politizado. Tem coisa mais politizada que queimar agência bancária?

CM – Há regiões da cidade em que a população diz que tem mais medo da polícia do que dos criminosos, porque não sabe que tipo de comportamento esperar dos policiais. Você concorda com isso?

FERRÉZ – Sim. A farda causa uma coisa estranha. Você conversa com um policial num dia e, no outro, se ele passa na viatura, nem fala com você. Tem uns policiais do bairro que vão na minha loja, pedem desconto, e no dia em que estão fardados nem me olham na cara. Não não existe polícia que sorri pra uma criança, que fale bom dia. A polícia comunitária é uma piada. Nunca vi isso, é um fracasso. É a mesma arrogância e prepotência; não mudou nada. Já os bandidos mataram apenas um civil, a namorada do policial, porque ele bateu o carro e ela estava dentro. Pelo lado dos policiais, quantas pessoas morreram? Acho que a máscara vai cair uma hora. Quando divulgarem os nomes, vão ver que muitas das pessoas não têm passagem, não têm nada a ver com a coisa. Isso se contarmos somente as mortes que foram assumidas, porque o IML falou que está cheio de cadáveres que não há como identificar. E os massacres que não entraram no índice? Além da morte desses quatro meninos, um outro morreu no Parque Santo Antônio e mais dois foram atingidos num campo de futebol. A viatura chegou, os caras saíram de touca ninja, mandaram os caras que estavam conversando no campo à noite se ajoelharem e atiraram nos moleques. Um morreu e o outro está no hospital. De dia são as abordagens pra bater. De noite, o bicho está pegando.

CM – Esta noite não houve mortes, pelo menos divulgadas. Você acha que a situação se acalmou?

FÉRREZ – Não sei. Estou como a população de São Paulo. Sem saber o que vai acontecer.

(*) Transcrito de Carta Maior

Saiba o que é TV Digital

Que é TV digital: É a transmissão de áudio e vídeo de TV aberta, pela atmosfera, via sinais digitais, para recepção livre e gratuita por todos os que dispõem de receptores. Seu nome, a rigor, deveria ser TV digital terrestre em radiodifusão ou broadcasting.

A diferença entre TV analógica e digital: Na transmissão analógica, são utilizadas ondas eletromagnéticas contínuas, análogas aos sinais originais. Já na transmissão digital é utilizada uma corrente de bits, em código binário, formado de zeros e uns, ou seja, a mesma linguagem digital dos computadores, dos CDs, dos DVDs e do celular. A tecnologia digital converte tudo em bits - som, voz, ruídos, imagens, fotos, gráficos, textos.

O que há de digital na TV brasileira? : Quase tudo, menos o sinal que vai da torre de transmissão da emissora à casa do assinante, que ainda é analógico. Todas as etapas anteriores já são digitais - como a captação de imagens, a produção, a edição, o acabamento, os equipamentos de studio e transmissões de TV por assinatura, a cabo, via satélite ou microondas.

Quando começarão as transmissões de TV digital? : Ninguém sabe. Se o governo escolher até abril o padrão a ser adotado, é provável que as emissoras possam começar em dezembro deste ano.

Nossos televisores atuais podem captar programas digitais? : Não, porque, sendo analógicos, não decodificam sinais digitais.

Vou ter, então, que jogar fora meu televisor? : Não. Ao longo dos próximos 10 anos ou mais, as emissoras vão transmitir tanto os programas analógicos como os programas digitais no mesmo canal. Para captar programas digitais, os televisores convencionais precisarão de uma caixa de conversão (receptor digital ou set top box) que poderá custar menos de R$ 300.

Só com essa set top box poderemos captar TV digital? : Não. Haverá, na verdade, duas possibilidades: além de acoplar uma caixa de conversão ao velho televisor, você poderá comprar um novo televisor, especial para TV digital, que virá com receptor digital e outro analógico.

TV digital é o mesmo que TV de alta definição? : Não. Toda TV de alta definição é digital. Mas nem toda TV digital é de alta definição. A diferença está,portanto, no grau de definição.

Quais são esses graus de definição? : São quatro: a) baixa definição (low definition ou LDTV), com imagens de 240 pixels por linha, para recepção em celulares, PDAs ou laptops; b) definição-padrão (standard definition ou SDTV), com 480 pixels para televisores de definição normal como os atuais; c) definição melhorada (enhanced definition ou EDTV), com 700 pixels, como dos melhores DVDs; d) alta definição (high definition ou HDTV), de 1080 pixels por linha e, portanto, a melhor imagem, com o maior número de pontos ou pixels.

Posso comprar já um televisor maior, de plasma ou LCD? : Pode, desde que o aparelho esteja "pronto para a alta definição" (HD ready). Mas, para captar o sinal digital, ele vai precisar de uma caixa de conversão. Enquanto não começam as transmissões digitais, eu uso esse televisor para ver TV aberta, por assinatura ou DVDs, em meu home theater.

Qual é o grande salto da TV digital? : É a interatividade, que é assegurada por um canal de retorno (linha telefônica fixa ou celular) e nos permitirá responder a questionários e pesquisas, votar em eleições virtuais, obter informações e serviços públicos (governo eletrônico) e, no futuro, fazer comércio eletrônico e acessar à internet em banda larga.

Que outras vantagens teremos com a TV digital? : A imagem da TV digital não tem meio termo: ou "pega" ou "não pega". Ou chega perfeita, sem fantasmas nem chuviscos, ou mostra uma tela preta. Podemos gravar qualquer programa, mesmo enquanto vemos outro. O som é estéreo e surround em seis canais ou 5.1. A digitalização possibilita ainda coisas como mobilidade,portabilidade, multiprogramação e flexibilidade. Traduzo em miúdos. Multiprogramação (ou multicasting) é a possibilidade de transmissão de até 4 programas com diferentes níveis de definição num único canal de freqüência (de 6 megahertz) utilizado pela TV digital. Portabilidade é a recepção em diversos tipos de equipamentos, como PDAs, laptops, celulares. Mobilidade refere-se à recepção de programas em celulares ou em veículos em movimento, como trens, ônibus ou carros. Por fim, flexibilidade é a possibilidade de ter o máximo de aplicações e serviços, tanto para as emissoras de TV, como para as operadoras de celulares e empresas de multimídia.

(*) Transcrito de http://www.socultura.com/socultura-denuncia.htm

5/19/2006

Revista da Paraíba vai se chamar "Nordeste"

Vai ter o título de "Nordeste", o mais novo projeto editorial da Paraíba, prestes a ser lançado. Em formato de revista, tem a ambição de cobrir a região nordeste. Até o editor já está escolhido: Eduardo Carneiro, que se despede do Correio da Paraiba.

O Projeto tem chancela da WScom, com apoios e participações diretas (inclusive de políticos) em outros Estados da região.

A julgar Pela trajetória de Carneiro, não é arriscado afirmar: no que depender dele, é êxito na certa.

Bienal do livro em João Pessoa

Eis um grande programa para este final de semana: a Bienal Nacional do Livro da Paraíba, que será oficialmente instalada neste sábado (19.05), no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

O evento se estende até o dia 28, também com palestras e lançamentos de livros.

Delegado ou sanguessuga?

Jornalista dos bons, e hoje delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, Miguel Lucena, viveu o constrangimento porque passam os corruptos do poder: na quinta-feira, dava entrevista à TV Record, na Esplanada dos Ministérios, quando foi confundido com um deles:

“Sanguessuga! Devolve o dinheiro!”, gritava um grupo de indignados com os ladrões do esquema das ambulâncias.

Em tempo: Miguézim é filho de "Migué Fotogra", homem modesto de Princesa que se fez grande por honrar as calças que vestiu e as tradições de sua brava terra. Além, claro, de irmão caçula de Tião e Edmilson Lucena.

A mulher se descobriu tarde

De Millor Fernandes, a propósito do lebianismo estar em alta:

As mulheres estão descobrindo, agora, o que os homens haviam descoberto desde o início dos tempos: que mulher é bom...

China ultrapassa EUA como maior consumidor mundial

A China substituiu os Estados Unidos na posição de maior consumidor das principais commodities agrícolas e industriais mundiais, diz um relatório do Earth Policy Institute, um centro de estudos baseado em Washington. Os chineses se tornaram os maiores compradores de grãos, carne, carvão e aço, ficando atrás dos americanos apenas no consumo do petróleo.

"No caso do petróleo, os Estados Unidos ainda têm uma liderança sólida, consumindo o triplo da China – 20,4 milhões barris por dia, contra 6,5 milhões por dia", diz o texto assinado pelo economista Lester Brown.

O relatório destaca: o consumo do aço, "um indicador-chave" do desenvolvimento industrial "explodiu" na China e é hoje maior do que o dobro consumido nos Estados Unidos.

As novas da prefeitura

Prefeitura paga salário retroativo a abril

a Prefeitura de João Pessoa vai pagar os salários do mês de maio aos servidores municipais com aumento retroativo ao mês de abril. O pagamento será feito nos próximos dias 29 e 30.

O anúncio partiu do prefeito Ricardo Coutinho. Segundo ele, haverá paridade entre ativos e inativos, conforme acordo feito com os sindicatos dos trabalhadores e os termos da Medida Provisória a ser submetida à Câmara.

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Prefeito assina ordem de serviço para reforma no Condomínio Amizade

O prefeito Ricardo Coutinho assinou nesta sexta-feira (19.05) a ordem de serviço para a recuperação dos 232 apartamentos da "Torre de Babel", no Valentina Figueiredo. As melhorias vão desde reboco e pintura ao esgotamento sanitário e à urbanização da área.

Após as reformas, as famílias passarão a ter um imóvel em condições de habitabilidade. Os apartamentos que tem uma área de 22 metros quadrados e só dispõem de um quarto pequeno, uma sala e um banheiro e muitos deles estão completamente destruídos.

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Humanismo, técnica e estética: Lucio Costa pensador (*)

Por Roberto Segre

Este artigo aborda um aspecto pouco analisado na obra de Lucio Costa, ao traçar uma comparação entre os enunciados políticos, éticos e estéticos — de impressionante atualidade — defendidos pelo mestre ao longo de sua vida e os prevalecentes no urbanismo e na arquitetura brasileira e mundial a partir da década de 30. Identificado com os movimentos progressistas, Lucio Costa propôs soluções de massa para a população mundial, o diálogo cultural entre as nações e uma linguagem arquitetônica na qual as novas técnicas expressassem as particularidades de cada país.

Qual é a profunda diferença entre Walt Disney e Osama Bin Laden?

O primeiro tentou resgatar e difundir para as futuras gerações as histórias, mesmo se falsificadas e idealizadas, das múltiplas civilizações que compõem o mundo. O segundo tentou impor sua história e eliminar os vestígios materiais das outras: a destruição das imagens de Buda no Afeganistão ou das torres do WTC em Nova York é uma amostra de seu fundamentalismo dogmático. Atitude que não está distante da política dos nazistas com os povos que eles consideravam “inferiores” e aos quais pretendiam apagar da memória, seja na destruição de Varsóvia ou no holocausto. Como afirma Andreas Huyssen, a importância da história neste início do século é a de resgatar a memória social — que é a reafirmação do homem como ser histórico, segundo Karl Marx — e aprofundá-la na essência de nossa contemporaneidade, construída com base na herança iluminista do século 18 e consolidada na modernidade do século 20.

Num período de crise como este em que vivemos, com a desintegração dos valores éticos e estéticos da modernidade, justifica-se a lembrança das contribuições dos fundadores do movimento moderno, na ocasião em que se celebra o centenário do nascimento de alguns deles: além de Lucio Costa (1902-1998), os também nascidos em 1902: Luis Barragán (1988), Josep Lluis Sert (1983), Marcel Breuer (1981), Johannes Andreas Brinkman (1949), Arne Jacobsen (1971) e Ivan Ilich Leonidov (1959). Os europeus, na criação e difusão da nova linguagem racionalista e construtivista da arquitetura e do design, tiveram um denominador comum: a leve cadeira para o Bauhaus, de Breuer; a inovadora fábrica Van Nelle em Roterdã, de Brinkman; a transparência do projeto do Instituto Lênin, de Leonidov; o rigor construtivo nas escolas de Jacobsen; a difusão das idéias dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (Ciam) no livro Can our cities survive?, de Sert. Para nós, na América Latina, tiveram grande relevância as figuras de Costa e Barragán, pela dedicação e luta que travaram por uma arquitetura moderna regional, autenticamente associada à identidade cultural local, tanto no Brasil como no México.

A obra arquitetônica e urbanística de Costa foi amplamente difundida, aqui e no exterior, em livros e ensaios, em particular as contribuições paradigmáticas ao longo de sua vida: o Ministério de Educação e Saúde, o pavilhão do Brasil em Nova York, o conjunto de apartamentos do parque Guinle, no Rio de Janeiro, e Brasília. Seu livro, Registro de uma vivência, e os recentes estudos de Cêça de Guimaraens e de Guilherme Wisnik documentam sua trajetória. Também seu desempenho como funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) foi registrado por José Pessoa. Menos conhecido é seu pensamento político, ideológico e estético, até agora parcialmente interpretado.

Suas idéias, recolhidas fragmentariamente por sua filha Maria Elisa Costa, não tiveram uma leitura crítica, como aconteceu com Niemeyer, no livro de Miguel Alves Pereira. Neste momento em que o debate local se radicaliza - entre os extremos do niilismo de Décio Pignatari e a esperança de Edson da Cunha Mahfuz — em torno da perda de qualidade da arquitetura “comercial” difundida nas cidades e da presença no Brasil dos arquitetos do star system internacional — Álvaro Siza, Jean Nouvel, Bernard Tschumi, Mario Botta —, os enunciados políticos, éticos e estéticos de Lucio Costa assumem impressionante atualidade.

Quais são os princípios essenciais de seu pensamento?

A identificação das novas formas e espaços com o desenvolvimento científico e tecnológico e as soluções de massa para a população mundial; a crença na necessidade de um entendimento entre povos e nações para acabar com as guerras e a corrida armamentista; a compreensão da multiplicidade de diferentes formas culturais e da possibilidade do diálogo criativo entre elas; a esperança no surgimento de uma linguagem arquitetônica baseada nos recursos das novas técnicas e capaz de expressar as particularidades de cada país.

Os fenômenos da mestiçagem e da hibridização cultural, hoje estudados por Serge Gruzinski, Zaera Polo e García Canclini, estavam presentes em sua afirmação de “assumir e respeitar nosso lastro original luso-afro-nativo”. Costa elaborou, na década de 1930, um ideário, iniciado com Razões da nova arquitetura, que não envelheceu, como se pode verificar na antecipação teórica das tendências atuais: ele sempre defendeu a “contemporaneidade” de sua visão da realidade brasileira, frente às acusações de José Marianno (Filho) de ser um “futurista” vazio e desnacionalizado. Não menos importante foi sua personalidade modesta e generosa, sempre distante da publicidade nas mídias. A “revelação” de Oscar Niemeyer não teria sido possível sem o apoio e a ajuda de Costa no MES, no pavilhão da Feira de Nova York e nas articulações projetuais em Brasília.

A insistência de Lucio Costa na simplicidade das formas puras aparece na difusão atual do minimalismo, desenvolvido no Brasil por Paulo Mendes da Rocha; a importância da herança histórica desenvolveu-se no regionalismo crítico aplicado por Severiano Porto; a significação da tecnologia local avançada se identifica com a obra de João Filgueiras Lima — em 1990, Costa elogiou Lelé. Os valores éticos e morais da arquitetura fizeram-no rejeitar as expressões frívolas e cenográficas — segundo Otília Arantes — do pós-moderno, lembrando que o autêntico foi aplicado por Le Corbusier na capela de Ronchamp.

Certezas políticas - O fato de ter construído dois dos mais significativos prédios modernos estatais do governo Vargas — o MES e o pavilhão do Brasil na Feira de Nova York — poderia fazer supor afinidade de Lucio Costa com a ditadura ou o autoritarismo. Nada mais longe disso. Mesmo que nunca tenha tido militância política declarada, ele foi sempre um homem com afinidades com a esquerda, identificado com os movimentos progressistas, no Brasil e no mundo. Essa postura foi evidenciada na completa rejeição ao jogo político local e às ligações ostentatórias com representantes do poder constituído. Não foi casual seu afastamento da equipe do MES no início do Estado Novo (1937), para tomar distância do governo e dedicar-se ao Sphan. Sua postura política se revela na foi simpatia pelo socialismo na URSS, na defesa dos interesses dos países de América Latina frente aos EUA, na sensibilidade com as dificuldades da população carente no Brasil e em suas idéias “discretamente marxistas”, como afirma Roberto Schwarz.

Desde a juventude, Costa foi um crítico do sistema capitalista, que considerava uma fase provisória no caminho para um futuro de bem-estar material e justiça social. Em 1926, em visita à Itália, criticou o autoritarismo e a megalomania teatral de Mussolini, afirmando: “É como se fosse um herói de cinema, um rival de Valentino”. Em 1932, reconheceu os problemas dos habitantes pobres no interior do país, a tristeza cinza do subúrbio urbano, a precariedade de cômodos, cortiços e favelas, constatando: “O que é preciso é quebrar este falso equilíbrio em que vivemos, esta consentida e chocante convivência 'normal' da miséria absoluta com a desmedida fartura”.

Seu empenho em resolver o problema da moradia na cidade e no campo se evidencia nas casas de operários em Gamboa, no Rio (1932), e na vila para operários de Monlevade-MG (1934). Costa adotou sempre uma postura digna e altiva frente às provocações de José Marianno (Filho) e de Arquimedes Memória, que o acusavam, tanto na direção da Escola Nacional de Belas-Artes como no projeto do MES, de reacionário, agitador comunista, antinacional e derrotista universal.

Em 1961, logo após a inauguração de Brasília, sensível às tempestades que se anunciavam no Brasil, com a instabilidade do governo Jânio Quadros, e na América Latina, com a invasão dos mercenários cubanos em Playa Girón para derrubar o governo socialista de Cuba com o apoio dos EUA, Lucio Costa escreve duas cartas: uma dirigida ao presidente do Congresso Latino-Americano de Arica e a outra “ao povo americano”.

Na primeira, ciente do caráter intervencionista dos EUA ao impor a “Pax Americana” na região, com os Peace Corps (“soldados travestis”), propõe que “a OEA se desprenda da velada — ou ostensiva — tutela da república dos EUA, e passe a designar-se Oaea, Organização Autônoma de Estados Americanos”.

Na segunda, procura explicar o absurdo da corrida armamentista e dos antagonismos criados artificialmente entre capitalismo e comunismo. Demonstrando que o “século americano” havia acabado em 1961 — visão premonitória da linha divisória definitiva que se estabeleceria no ataque às torres do WTC, 40 anos depois —, Costa imaginou que o novo mundo seria substituído pela “Nova Era”, uma época marcada pela união de todos os países, onde a antítese esquerda-direita desapareceria, prevendo uma “globalização” positiva, muito diferente da forma perversa atual. Finalmente, no início dos anos 1990, ele idealizou uma carta parabenizando Gorbachov pela decisão de acabar com a guerra fria, o nefasto armamentismo, e de tentar criar na URSS um socialismo democrático. Com essas idéias, sem dúvida Lucio Costa hoje estaria participando do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

Humanismo e tecnologia - Segundo Cêça de Guimaraens, Costa representa “a união e reunião de romantismo estético e cientificismo iluminista”. Apoiando o “projeto moderno”, assim definido por Tomás Maldonado, foi um obstinado otimista, que acreditava em progresso social baseado no desenvolvimento científico e tecnológico que acompanhou a revolução industrial. Imaginou que surgiria a integração entre homem, natureza e tecnologia para criar um mundo melhor para a sofrida humanidade, onde a riqueza, associada às possibilidades da produção em massa, seria distribuída entre todos os povos do mundo - princípios semelhantes aos vaticínios de Marx em O capital, supondo a chegada de um sistema pós-capitalista. Ao afirmar que “o desenvolvimento científico e tecnológico não é oposto da natureza, mas a própria natureza que através do seu estado lúcido, que somos nós, revela o lado oculto, virtual”, Costa demonstra que “o intelecto e a consciência do homem são a quintessência da natureza tomada como um todo”.

Esse processo de industrialização intensiva — que coincide com a definição atual de Maldonado de sociedade “hiper-industrial”, e não “pós-industrial” — levaria necessariamente à integração de países e sistemas econômicos, que Costa define em sua “teoria das resultantes convergentes”, exposta em 1961, numa palestra no MIT-Massachusetts Institute of Technology. Ali define a mudança do novo mundo passado à “Nova Era” futura, onde seriam superados os “isolacionismos” contemporâneos, integrando as dissímiles tendências ideológicas e culturais, compreendendo desde “o gênio empreendedor norte-americano” até o “ressurgimento islâmico e oriental”. Superado “o nosso atual sistema econômico-social, fenômeno portanto passageiro”, a evolução da humanidade retomaria então, já em outro plano, o ritmo sereno de um ciclo histórico sem precedente, porque mais fecundo e, desta feita, verdadeiramente humano. É emocionante perceber a clareza conceitual e ideológica de Costa, que assume o “humanismo” de Marx caracterizado por Louis Althusser e prevê o que as forças progressistas estão reclamando para o século 21, ao afirmar que ”a coexistência é o signo dos tempos novos”. São os conceitos resumidos recentemente por Leonardo Boff, ao analisar as hipóteses para transformar o contraditório universo presente: “[...] surgirá uma nova democracia sociocósmica, um pacto social que não incluirá apenas seres humanos, mas toda a comunidade de vida, finalmente, reconciliada consigo mesma [...]”.

A estética da Nova Era - Essa síntese entre homem, natureza e tecnologia está presente na arquitetura, que desde Platão e santo Tomás de Aquino constitui a “adequatio intellectus et rei”. Também em sua visão estética e ética Costa não está longe do resgate de nossa disciplina, como síntese entre materialidade e pensamento, que se desenvolve no século 20 por meio da filosofia de Heidegger, Wittgenstein e Derrida. Primeiro, defende a criatividade individual em função das necessidades sociais, opondo à pseudo-antinomia da arte pela arte uma arte social. Segundo, articula a ética com as novas formas que se fundamentavam nos processos de renovação que aconteceram no século 20: “[...] estávamos convencidos que essa nova arquitetura que nós fazemos, essa nova abordagem, era uma coisa ligada à renovação social. Parecia que o mundo e a sociedade nova eram coisas gêmeas [...] de modo que havia uma ética, havia uma seriedade no que se fazia [...]”. Poder-se-ia argüir que a insistência de Costa na procura das formas puras e a defesa dos cinco pontos corbusierianos significariam a aplicação estática, no Brasil, dos enunciados do movimento moderno. Não é assim: Costa sempre falou da presença das particularidades locais, de “nossa maneira peculiar, inconfundível - brasileira - de ser [...] preservando e cultivando tais características diferenciadoras, originais [...] e recusando subserviência, inclusive cultural, mas capaz de absorver e assimilar a inovação alheia”.

Assim, ele definia a arquitetura como “construção concebida com uma intenção plástica particular, em função de uma época, de um meio, de uma técnica e de um programa determinados”. Ou seja, distante do regionalismo folclórico ou de formalismos preconcebidos, procurando a personalidade nacional “que se exprime através das individualidades do gênio artístico 'nativo', servindo-se dos materiais, técnicas e do vocabulário plástico de nosso tempo”. A procura das formas puras não era um exercício estilístico, como acontece com Niemeyer, mas uma síntese entre as duas tendências essenciais na arquitetura atual: a orgânico-funcional — identificada com os organismos vivos — e a plástico-ideal, esta produto do intelecto e da racionalidade que organiza geometricamente a matéria em formas plasticamente puras.

Sem dúvida, a dinâmica da arquitetura atual superou a simplicidade dos sólidos filebianos, com a complexidade das formas de Gehry, Libeskind e Koolhaas ou o dirty realism de Coop Himmelb(l)au e Venturi. Mas o minimalismo continua impondo o ascetismo da geometria elementar, nas obras de Tadao Ando, Dominique Perrault ou no recente Kursaal, em San Sebastián, Espanha, de Rafael Moneo. Nesse sentido, Costa apoiaria essa orientação que procura aplicar os avanços tecnológicos adaptados a uma função social. Mas, ao mesmo tempo, sempre lutou pela significação cultural e estética da arquitetura, como elemento transformador da cidade e da sociedade.

Por isso não concordaria com o lema “Menos estética e mais ética”, proposto por Fuksas na última Bienal de Arquitetura de Veneza. Ele se esforçou ao longo de sua vida pela concretização universal da estética arquitetônica e urbanística associada à ética: esta é a esperança a se materializar na Nova Era do século 21.

Publicada originalmente em PROJETODESIGN - Edição 265 Março 2002

(*) transcrito do site: http://www.arcoweb.com.br/debate/debate28.asp

5/18/2006

Corrente pra frente pelo exa. Clique e veja como é real

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm

Poema da buceta cabeluda (Bráulio Tavares)

A buceta da minha amada

tem pêlos barrocos,

lúdicos, profanos.

.

É faminta

como o polígono-das-secas

e cheia de ritmos

como o recôncavo-baiano.

.

A buceta da minha amada

é cabeluda

como um tapete persa.

É um buraco-negro

bem no meio do púbis

do Universo.

.

A buceta da minha amada

é cabeluda,

misteriosa, sonâmbula.

É bela como uma letra grega:

é o alfa-e-ômega dos meus segredos,

é um delta ardente sob os meus dedos

e na minha língua

é lambda.

.

A buceta da minha amada

é um tesouro

é o Tosão de Ouro

é um tesão.

É cabeluda, e cabe, linda,

em minha mão.

.

A buceta da minha amada

me aperta dentro, de um tal jeito

que quase me morde;

e só não é mais cabeluda

do que as coisas que ela geme

Quando a gente fode.

5/17/2006

Aids no Brasil

No Brasil, já foram notificados cerca de 371 mil casos de aids. Este número representa as notificações feitas desde a identificação do primeiro caso de aids, em 1980, até junho de 2005. A taxa de incidência foi crescente até metade da década de 90, alcançando, em 1998, cerca de 17 casos de aids por 100 mil habitantes.

Do total de casos de aids, mais de 80% concentram-se nas Regiões Sudeste e Sul. O Sudeste é a região mais atingida desde o início da epidemia e, apesar da alta taxa de incidência, mostra moderada estabilização desde 1998. Na região Sul observa-se aumento das taxas de incidência de casos até 2003, apresentando queda da taxa em 2004.

Prefeitura de JP constrói casas para funcionários

A Prefeitura de João Pessoa abriu inscrições para servidores municipais que desejam adquirir casas próprias.

As casas serão construídas com subsídios do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e do FGTS. Durante a solenidade, Ricardo vai sancionar a lei que trata da recomposição dos cargos da Secretaria Municipal de Habitação (Semhab).

O conjunto de ações na área inclui a construção de outras 1.336 casas no Loteamento Parque Sul, além da substituição de centenas de casas de taipa por moradias de alvenaria, benefícios destinados a famílias de baixa renda.

Guerra de sexos

Coisa de feminista:

As menininhas admitem que não vale à pena casar. Motivo: não compensa levar o "porco" inteiro por causa de 100 gramas de linguiça

Coisa de machista:

Dois amigos jogam conversa fora:

- Tu gostas de Mulher?

Adoro!

E de farinha?

- Vixxiiiii!!!!!!

Perigo na assembléia

A Prefeitura de João Pessoa realizará mais cinco assembléias populares para debater o Orçamento Democrático, este mês.

Os moradores de cada região do município poderão votar, escolhendo seus representantes e renovando até um terço dos delegados e suplentes.

O perigo é não haver quorum por medo de os adversários do prefeito Ricardo Coutinho novamente acuarem os seus jagunços para agredi-los

Sanguessuga

É fácil entender, mas difícil de compreender, a desculpa dos envolvidos na Operação Sanguessuga

O mais curioso é que sobra só para os assessores a culpa da pilantragem, quando quem tem poder para apresentar emendas são os parlamentares

Na rede

Ironiazinha perigosa, a que o eleitorado paraibano está se habituando:

E o Zé, tá eleito ne?...

Carro do Governo em Pipa

De passagem rumo à casa de Rubens Nóbrega, Potinho de Veneno deu de cara comigo na banca Viña Delmar e foi logo destilando: "Prezado, em que deu aquela sindicância para apurar o uso de carro do Governo na praia de Pipa?"

Faz sentido. Questionei a Secretaria de Saúde a respeito, mas até agora, nada.

Fui testemunha da ocular do desfile, na Praia de Pina (RN), do carrão da Secretaria de Saúde da paraíba, com jovens a bordo

Líder da U2 edita jornal inglês e elogia Lula

Bono, o líder da banda U2, editou, por um dia, o jornal inglês The Independent. Ele assina a edição que circulou terça-feira. Editorial redigido pelo cantor trata do Brasil e da política do presidente Lula. É intitulado Um desafio para o senhor Lula.

No texto, Bono, conhecido por defender uma maior ajuda aos países da África, afirma que o brasileiro, “sabiamente”, não desestabilizou o Brasil com reformas apressadas.

“Gravitou para centro, prometendo um sólido comando da economia”disse.

Apesar do elogio, o roqueiro pondera que “se os eventos em São Paulo forem um anúncio do que está por vir, talvez haja motivo para diminuir o otimismo”.

Se gritar...

Como acabar com o crime organizado e a corrupção no Brasil, se as próprias autoridades que aparecem no noticiário a respeito estão direta ou indiretamente envolvidas em alguma coisa errada?

Inclusive o Ministro da Justiças, Tomás Bastos, que segundo a Veja tem conta em paraísos fiscais

Tiro no pé

O líder do PT na Câmara Federal, Henrique Fontana (RS), propôs a adoção de uma série de medidas para combater o crime organizado no país, entre elas a blindagem ao uso de celular nos presídios.

Corre o risco de acabar com o resto do partido...

5/16/2006

Nave se choca com satélite

Uma nave da Nasa que devia se acoplar a um satélite fora de uso se chocou contra seu objetivo devido a um problema de navegação, revelou a agência espacial americana.

O comunicado da Nasa explica que a sua nave Dart (sigla de Demonstração de Tecnologia de Encontro Autônomo) não completou a missão e bateu no satélite em 15 de abril de 2005.

A nave estava executando todas as tarefas até o ponto em que o pessoal de controle na Terra detectou "anomalias em seu sistema de navegação", disse a Nasa.

Pelé por ele mesmo

Fãs de Pelé fiquem atentos, pois em breve o ex-craque do futebol brasileiro irá presenteá-los com uma grande obra: Pelé vai lançar uma autobiografia no Brasil, que teve os direitos autorais dados a uma editora estrangeira e sairá pela Sextante, a mesma dos livros de Dan Brown, segundo informações do Jornal Folha de S. Paulo.

Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, é considerado por muitos como o maior jogador da história do futebol. Recebeu o título de Atleta do Século em 15 de maio de 1981, eleito pelo jornal francês L'Equipe.

Crianças fazendo sexo no presídio

Muito recentemente, o nível de prostituição nos presídios da Paraíba elevou-se ao extremo: no embalo de uma concessão, para que os presidiários dormissem com seus conjuges, meninas de 12 a 13 anos passaram a noite em verdadeiras orgias sexuais com os detentos

A denuncia é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Penitenciário da Paraíba, Manoel Leite. Segundo ele, as crianças cobravam 1 real para proporcionar uma noite de prazer aos criminosos.

Durma com um barulho desse!

Mudança climática matará milhões de africanos

A Africa vai enfrentar a maior catástrofe da humanidade: no século atual, pelo menos 185 milhões de pessoas devem morrer neste continente, em decorrencia de doenças disseminadas pelo aumento da temperatura global

A advertência consta em um relatório que será entregue ao Governo Britânico, feito pelo Departamento de Política Econômica da Inglaterra. Doenças como malária, dengue, colera virão em escala de epidemia

Janete Ismael reúne Promotores de Justiça para avaliar situação dos apenados na PB

A Procuradora Geral de Justiça, Janete Ismael, reuniu os Promotores de Justiça das Execuções Penais de alguns municípios paraibanos para avaliar a realidade das penitenciárias paraibanas e a situação prisional de cada detento.

“O Ministério Público deve estar de sobreaviso para caso o Estado venha a enfrentar problemas semelhantes ao que está acontecendo em São Paulo, a Instituição saiba em que poderá auxiliar para manter a segurança pública”, observou Janete aos promotores.

Os Promotores de Justiça fizeram um relato da situação de suas comarcas com relação aos processos de execuções penais e descartaram a necessidade de se realizar um mutirão, observando que os processos sob sua responsabilidade se encontram com os despachos em dia. Mesmo assim, se comprometeram com a Procuradora Geral de Justiça que irão fazer nova análise nestes processos no que diz respeito ao direito dos presos quanto à progressão da pena.

Gracinha

A Polícia Federal vai apurar a procedência de um dossiê segundo o qual o presidente Lula, o ministro Tomás Bastos, da Justiça, Zé Dirceu, Palocci e outros figurões do governo e do PT, têm contas em paraisos fiscais, conforme denuncia da revista Veja

Detalhezinho: Lula é o superior de Bastos, que é o chefão da PF. Portanto...

Fidel tenta desmentir Forbes

Fidel Castro tenta convencer que Bush é o responsável pelas informações publicadas pela revista americana, Forbes, sobre sua fortuna pessoal.

Forbes afirmou que Fidel Castro tem uma fortuna pessoal de US$ 900 milhões, o que lhe confere a sétima posição entre os governantes mais ricos do mundo.

Detalhe: a Forbes acerta a fortuna de tudo quanto é ricaço do planeta. E erra apenas a de Castro

Cabe mais?

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), responsabilizada pela onda de violência que já causou 86 mortes em São Paulo, quer eleger dois deputados nas próximas eleições.

E eu pensando que de bandidos os parlamentos já estão lotados...

5/12/2006

Operação Carta Marcada: 54 prefeituras podem estar envolvidas e desvios chegam a R$ 30 milhões; veja quem foi preso (*)

A Policia Federal na Paraíba deflagrou no inicio da manhã desta sexta-feira, 12, a Operação "Carta Marcada" para desbaratar esquema que envolve 54 prefeituras do Estado e empresas laranjas montadas para fraudar licitações. Os desvios podem ser superiores a R$ 30 milhões. Em diversas cidades é forte o esquema policial. O cunhado do prefeito de Sousa, Bertrand Gadelha, e o prefeito de Cruz do Espírito Santo, Rafael Fernandes, foram um dos doze presos até o momento.

A Polícia Federal (PF) está cercando o prédio da Prefeitura de Sousa desde às 4h da manhã desta sexta. São cerca de 20 policias cumprindo a operação na cidade.

Os policiais isolaram o prédio da prefeitura com fitas amarelas e pretas. O prefeito não foi localizado. Informações que circulam na cidade dão conta que a última vez que ele foi visto dava entrevista à sua rádio, Líder FM, que durou até às 19h. Existe a suspeita de que ele foi avisado com antecedência sobre a operação.

Há também uma viatura em frente ao prédio do sogro do prefeito, Expedido Gadelha.

São 32 madados de busca e apreensão expedidos em todo o Estado.

A Operação está sendo realizada na Paraíba, mas tem desdobramentos no Rio de Janeiro, onde foram expedidos 1 mandado de prisão e outro de busca e apreensão.

A oposição já vinha denunciando há algum tempo as irregularidades na cidade - escândalos envolvendo empreiteiras e construtoras.

Além da do prédio da Prefeitura também está sendo alvo de investigação neste momento a Secretária da Saúde de Souza.

A PF informou que a maioria dos mandados expedidos é para João Pessoa. Viaturas com policiais federais circularam cedo pela Orla da Capital. Eles estavam apreendendo documentos e cumprindo madados de prisão contra empresários, políticos e técnicos da área contábil.

Todos os mandados já foram executados. Os nomes de todos os detidos (veja abaixo) devem ser confirmados logo mais em coletiva marcada para às 10h30, na sede da PF na Capital, onde será dado mais detalhes sobre a operação.

A Operação - A ação batizada de Carta Marcada conta com 180 policias dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, e Rio Grande do Norte, em conjunto com 35 auditores da Receita Federal da Paraíba, Pernambuco, Ceará e São Paulo e 9 auditores da Receita Previdenciária.

Esta operação foi o resultado de investigações desenvolvidas ao longo de três anos, e desvendou um esquema que atuava de forma sistemática em licitações simuladas, vendas de notas fiscais, locação da razão social e utilização de ‘laranjas’. As fraudes geraram desvio de dinheiro público, fraudes em licitações e sonegação fiscal.

Durante a operação foram designadas equipes para realizarem o cumprimento de 12 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão de documentos e arquivos de informática em empresas ligadas aos ramos de construção civil, fornecimento de bens, serviços e fomento mercantil na Paraíba e no Rio de Janeiro.

As empresas fictícias da organização investigada receberam de 54 Prefeituras a quantia aproximada de R$ 10 milhões entre 2003 e 2005. Mas a Secretaria da Receita Federal já estima que o desvio de recursos poderá chegar a R$ 30 milhões nos últimos 3 anos.

Os crimes são de formação de quadrilha, fraudes em procedimentos licitatórios, sonegação fiscal, crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, corrupção ativa/passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e falsidade ideológica.

(*) Transcrito da WSCOM Online

A lista dos presos, com detalhes sobre cada um, foi transcrita do click pb:

Uilza Farias da Cunha – era a secretária particular e irmã do chefe da quadrilha, Decson Farias da Cunha.

Jean Carlos da Silva – era responsável por toda movimentação bancária da quadrilha.

Alvino Domiciano Cunha Filho – era quem comandava o sistema de licitações fraudulentas.

Francisco Araújo Neto – era responsável pelo contato com os órgãos públicos.

Betran Pires Gadelha – é irmão da primeira dama da cidade de Souza e facilitava as fraudes nas licitações da prefeitura.

Ivanildo Inácio – é o secretário de Finanças da c prefeitura de Cruz do Espírito Santos e facilitava a ação da quadrilha na prefeitura.

Heleno de Moraes – recebia as verbas oriundas das concorrências vencidas.

Dijandir Farias da Cunha – participava ativamente das licitações fraudulentas.

Cristiane Rose Farias Peixoto – autorizava a liberação de verbas.

Dijandira Farias da Cunha – comandava a empresa GrandPlus Facture, empresa que auxiliava o grupo.

Decson Farias Cunha – era o chefe da quadrilha e comandava um programa de rádio na emissora Correio de Mamanguape.

O Caso Franklin Martins

A repercussão da inexplicável demissão de Franklin Martins, da Rede Globo, ganha projeção nacional. No meio jornalístico e entre consumidores qualificados de informação , a indignação é geral. Sobre o assunto transcrevo artigo de Alberto Dines. A propósito, Dines também foi degolado da Folha de S. Paulo por abordar temas que contrariaram interesses da empresa

O achincalhe no lugar do debate sobre a mídia

Por Alberto Dines

É surpreendente a decisão da Rede Globo de não renovar o contrato com o jornalista Franklin Martins no exato momento em que este profissional está sendo alvo de uma abjeta campanha de difamação por parte do McCarthy tupiniquim, Diogo Mainardi.

A mais poderosa empresa de comunicação brasileira abdica publicamente dos critérios de seleção de seus quadros, delega-os a uma empresa concorrente, a Editora Abril, e consagra de forma ostensiva o jornalismo de chantagem batizado em 1960 de "imprensa marrom".

A nota emitida na sexta-feira (5/5) pela Central Globo de Comunicação informa que "a emissora não fará outros comentários mas acrescenta que a não-renovação não tem qualquer relação com colunas de Diogo Mainardi".

Significa justamente o contrário: a Rede Globo manda dizer ao distinto público que é, sim, sensível ao sistema de achincalhes institucionalizado pelo semanário de maior tiragem do Brasil.

De forma lacônica e brutal escancara-se a dura realidade do jornalismo brasileiro: o que vale é o escândalo, a irresponsabilidade. A verdade é o que menos interessa.

Infeliz coincidência

Durante duas décadas Veja foi uma ostensiva extensão dos domínios do ministro, depois governador e depois senador Antonio Carlos Magalhães. A coisa não envolvia apenas matérias de favor, mas outros favores. Mas como o resto da mídia também era dependente da generosidade do vice-rei baiano, calaram-se todos.

Até hoje Veja mantém uma implacável e sórdida Lista Negra que contraria todos os princípios de decência jornalística. Todos os jornalistas brasileiros sabem disso, mas quem manda nos jornalistas não está interessado em desvendar esta excrescência porque cada veículo tem a sua Listinha Negra particular – operada no "andar de cima" ou, quando não, no recôndito das almas de alguns gatekeepers. As exceções são raríssimas.

O caso do afastamento de Franklin Martins da Rede Globo não pode ser encerrado com aquela nota oficial. Transcende à emissora e às suas razões. O método de linchamento mainardiano não pode ser oficializado e convertido em substituto da observação e do debate sobre a mídia.

No exato momento em que se reúne em São Paulo a fina flor do jornalismo internacional [26ª Conferência Anual da Organization of News Ombudsmen, seguida do Fórum Folha de Jornalismo] para discutir a implementação dos procedimentos éticos, uma parte expressiva da imprensa brasileira exibe um espetáculo deprimente.

5/11/2006

Romário fracassa na meta de ser um Pelé

Romário não teve sucesso em sua estréia nos Estados Unidos. Na noite desta sexta-feira, ele fez sua primeira partida pelo Miami FC, mas foi derrotado por 3 a 0 pelo Rochester Raging Rhinos, jogando em casa, no Tropical Park Stadium, pela USL (United Soccer Leagues), alternativa à MLS (Major League Soccer), a principal do país.

O ex-atacante da seleção brasileira teve seu debute acompanhado por 3.341 torcedores. Mas, ao invés de uma apresentação de gala do "Baixinho" ou do também veterano meia Zinho, o público acompanhou um domínio total do time visitante, com destaque para o meia John Ball, que anotou dois gols.

A entrevista em que Sílvio Pereira detona o PT

LAND ROVER

Land Rover foi devolvido e sonho é ter restaurante ‘Virei um cara do bando dos 40’ SÃO PAULO. Silvio José Pereira, aos 44 anos, é um ho mem atormentado. Conta que devolveu o Land Rover de R$ 73 mil que ganhou de um empresário que tinha contratos com a Petrobras e que está arrependido de ter aceitado “o presente”. Mas ficou isolado. Vive entre São Paulo, onde tem um apartamento, e Ilhabela, na casa de praia. Sociólogo, disse que não consegue mais trabalho.

Passa a maior parte do tempo lendo relatórios das CPIs e documentos do partido. — O que me mata é não poder trabalhar. Virei um cara do bando dos 40. Como é que vou arrumar um emprego? — diz, referindo-se aos 40 denunciados ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, no escândalo do mensalão .

Filho de uma empregada doméstica e um balconista, cresceu no meio das festas de São João de Carmo do Rio Claro, no sudoeste de Minas. Na adolescência, sua família se mudou para Osasco, na Grande São Paulo, e montou um bar, que ainda pertence aos Pereira.

— Se a coisa apertar, volto para o velho balcão do bar da minha família, não tenho problema com isso — diz. Aos 19 anos, Silvinho, como é conhecido, adotou o ideário socialista. Ajudou a construir o PT. creditava na revolução. Tomou parte na formação da tendência Hora da Verdade, que defendia a ruptura com o capitalismo e tentou evitar o pragmatismo político.

Mas suas idéias foram derrotadas, a tendência acabou extinta no PT e ele aderiu ao Campo Majoritário, que dominou o PT por 11 anos. Foi transformado em "quadro" de confiança do ex-presidente do partido José Dirceu. Desde então, Silvinho mudou. Com o PT no poder, recebeu a atribuição de cuidar dos cargos da base aliada.

Ganhou projeção. Passou a ser abordado por líderes políticos do país:— Eu continuo acreditando no socialismo. Mas mais nos valores políticos e ideológicos, não no modelo. No ano passado, foi revelado o caso que ele chama de seu único "grande erro", o Land Rover que ganhou de presente e devolveu depois de descoberto. Desde 1994, tem um apartamento de dois quartos no bairro Bela Vista, de classe média, que vale cerca de R$ 200 mil, uma casa em Ilha-bela, de R$ 400 mil, um carro e dois terrenos. As decla- rações de Imposto de Renda mostradas por ele à repórter não revelam evolução patrimonial.

Sonha agora em montar um restaurante e uma pousada em Ilhabela, mas acha que não terá freguesia enquanto o escândalo não for esquecido. Segundo ele, tem vivido de uma pequena poupança e da ajuda dos irmãos:— Tenho cortado gastos.

Tem muita gente importante envolvida nisso’ Silvio disse temer repercussão da entrevista e chegou a pedir para não publicar: ‘Vão me matar. Eles vão me matar’ Soraya Aggege.

Depois de um total de oito horas de entrevistas, divididas em dois dias, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira chegou a pedir que o conteúdo das conversas não fosse publicado, dando a entender que está sob muita pressão e que acredita que correria “risco de vida”.

Disse que não tem estrutura financeira sequer para se sustentar e que também prometeu à família que não falaria com a imprensa. Contou que tem sido muito pressionado para se manter em silêncio e que suas revelações poderiam provocar nova crise política.

A repórter argumentou que não poderia omitir as informações obtidas, já que ele havia concordado com a publicação e feito revelações importantes. Silvio, então, ficou muito nervoso, ameaçou se matar e reteve em seu apartamento, no Centro de São Paulo, os documentos que havia entregado à jornalista, além de um dos cadernos de anotações da repórter.

Silvio foi procurado pela reportagem do GLOBO em sua casa na última quarta-feira à tarde. O objetivo era mostrar como vive o ex-secretário-geral do PT um ano após a crise do mensalão.

Ele recebeu a repórter e conversou por mais de três horas. Além de falar sobre sua vida, respondeu a diversas questões sobre o escândalo do mensalão, dizendo-se convencido de que as apurações não tinham sido profundas.Todas as questões foram anotadas.

Parte da entrevista foi gravada. Como tinha um compromisso à noite, o ex-secretário-geral do PT disse que ligaria no dia seguinte para marcar nova entrevista.

Na quinta-feira à tarde, Silvio ligou para a repórter e marcou um novo horário para a continuação da entrevista. As duas conversas aconteceram no apartamento do ex-secretário. Depois de mais de cinco horas de conversa, Silvio perguntou sobre o que seria publicado.

Ao ser informado da reprodução de toda a sua primeira entrevista, pontualmente, disse que a repórter fora fiel na reprodução e que o conteúdo era todo verdadeiro. Mas revelou em seguida ter medo das conseqüências:

"Vão me matar. Eles vão me matar, você não entende. Não faça isso comigo. Tem muita gente importante envolvida nisso" — repetia Silvio, com os olhos arregalados.

Diante das argumentações sobre a necessidade de sua versão ser divulgada, já que ainda há fatos do escândalo que continuam obscuros para a opinião pública, Silvio ficou ainda mais nervoso e passou a se bater e a destruir o próprio apartamento. A repórter deixou o apartamento e pediu ajuda a uma vizinha, que chamou o serviço de ambulâncias.

O porteiro do prédio, no entanto, entrou no apartamento e disse que ele já estava mais calmo, dispensando a ambulância. Queria apenas que a repórter fosse embora do prédio.

O porteiro recolheu no apartamento a bolsa da repórter que havia ficado sobre a mesa de Silvio, que ele jogou contra uma parede.

Um dos cadernos de anotações da repórter e vários documentos que a jornalista tinha recebido de Silvio não foram mais devolvidos. Na sex-ta-feira, o ex-secretário-geral deixou na portaria do seu prédio apenas o aparelho celular e o maço de cigarros da repórter que estavam junto com seu caderno e um recado de que iria viajar. As gravações e anotações feitas na véspera tinham ficado na redação do GLOBO.

Na entrevista ao GLOBO, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira disse que não procurava empresários para arrecadar fundos para campanhas eleitorais e apontou quem mandava no partido: — Eu nunca me reuni com empresários.

A imprensa toda sabia o que eu fazia: levanta- mento de dados, análises dos palanques estaduais e nacionais, cruzamento de dados, análise política. Sempre fui da organização partidária. Quem mandava? Quem mandava eram Lula, (José) Genoino, (Aloizio) Mercadante e Zé Dirceu. Eu não estava à altura desse time.

Num domingo, segundo turno, eu cheguei no Zé Dirceu: ‘Zé, eu estou há 22 anos no PT e não vou me candidatar, não é a minha área. Quero ir para o governo’. E o Zé: ‘Não, você vai ter que ficar no partido’. Foi o meu primeiro não para o Zé.

"Mas eu sabia que meu destino estava selado. Mesmo assim, fui falar com o Lula, lá no IC (Instituto de Cidadania)".

Naquela época eu tinha uma velha mágoa no PT porque não me deixavam ser dirigente. O máximo era a Secretaria de Organização, e por mérito meu. Foi uma conversa de três horas com o Lula. É que com o Zé, o Zé... Nas veias do Zé Dirceu não corre sangue, corre política.

Depois de muito papo eu falei: ‘Lula, minha vida toda foi o PT. Agora eu quero um cargo (no governo)’. O Lula respondeu: ‘Fica tranqüilo. Nem sempre o time que começa é o time que termina’. E depois emendou: ‘Fica tranqüilo, eu não vou deixar meus amigos na mão’. Mas eu continuava carregando o piano.

Eu queria a secretaria geral, mas o Delúbio quis o (Jorge) Bittar. O Delúbio não me queria. Depois eu entendi por que ele não queria. Hoje gosto muito do Delúbio. Mas era uma disputa constante entre mim e Delúbio. E o Genoino fechava sempre com ele. Então eu fiquei no GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral), e me deram um orçamento de R$ 600 mil. Duda Mendonça era com ele. E eu fui contra ajudar prefeituras (nas campanhas eleitorais de petistas para prefeito).”

Os maiores com Gushiken “Para os cargos foi criada uma comissão: Genoino, Delúbio e eu. Só não mexi com os fundos de pensão.

Os fundos ficaram por conta do (Marcelo) Sereno e do Delúbio. Os maiores ficaram com o Gushiken. Mas não houve nada de errado com os fundos. Com os cargos, eu tentava cumprir os acordos do partido. Mas o governo não cumpria, não funcionava. Mesmo com o Roberto Jefferson. Eu ia sempre lá para tentar fazer os ajustes. Tinha um Descontentamento muito grande do PTB.

Os ministros bloqueavam. O PT teve mil novecentos e poucos cargos. Não teve, por exemplo, no Ministério da Justiça, na Fazenda, nem no Banco do Brasil. Um dia eu fui lá falar com o Casseb (Cássio Casseb, ex-presidente do BB) e entendi. Ele me disse: ‘Poxa, Silvio, mas parece que tem dois PTs nessa história’. Olha, essa história de cargos foi uma grande ilusão. E o Lula me indicou formalmente para cuidar dos cargos.

Mas os partidos reivindicavam os cargos e eu ia lá convencer os ministros. Olha, eu só ajudei esses caras, como o Roberto Jefferson. Não acreditei quando ele falou de mim.

“Em 2004 me colocaram para escanteio. Veio a campanha e eu era do GTE e da secretaria geral. Em 2004, não estive com Lula, fiquei para escanteio. E começaram as divergências.” Cada vez mais gastos “Fui contra o partido contratar o Ibope e o Vox Populi para fazer as pesquisas (internas). Veja só: como fazer pesquisas estratégicas com duas instituições de grife?

Eu defendi a Fundação Perseu Abramo (ligada ao próprio PT), que ficou escanteada. Mas não me deixaram cuidar das pesquisas nem das relações com o Duda Mendonça. Então eu fui para o fundo do país, Norte e Nordeste, estruturando o PT. Eu queria uma nova geração de petistas.

Fiz um estudo, que acabou implantado. Dividi o país em 430 regiões, cada uma com 15, 20 cidades. Eram 2.500 diretórios em menos de 70% do país. O PT tinha um milhão de filiações cartoriais. E 80% dos municípios têm 15 mil eleitores, que no total são 33 milhões.

Assim, montamos o PT. O diretório nacional passava R$ 1.200 para cada microrregião, mais os outros diretórios, dava R$ 1.800 por mês para cada microrregião. Mas funcionou três meses, Delúbio não liberava mais dinheiro.

Eu não queria comitês efêmeros, de campanha, mas para durar. Por isso chamei coordenadores profissionais, remunerados, pus computadores. Por isso o projeto de informática. Mas aí a informática foi para a Secretaria de Organização e, enfim, chegou um ponto em que eu cansei. Cansei, sabe?”

“Veio Duda. Aquilo nos afundou” Veio o Duda Mendonça, um projeto de pool para 30 cidades, que não seria enlatado (a produção). Eram três pólos: São Paulo, Brasília e Recife. Aí veio a minha briga com o Genoino.

Um dia, soube pela Zilmar (Fernandes, sócia de Duda), em Brasília. Ela disse: ‘Nós faremos cinco capitais se o DN (diretório nacional) avalizar’. Soube por ela que os planos tinham mudado. E foram cinco: São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia e Recife. Uma loucura, o partido não podia assumir aquilo (em termos financeiros).

Eu não me lembro dos valores. Mas aquilo nos afundou. Até porque, para a militância se aproximar, a gente teve que fazer campanhas paralelas, uma loucura.”

As dívidas crescem “2004 não foi um ano de bonança para o PT. As dívidas são o seguinte: em 2002, ficaram R$ 17 milhões de dívidas do DN, contando as campanhas de Lula, de Genoino (governo do estado de São Paulo) e de Mercadante (Senado). Dos R$ 17 milhões, pagamos R$ 14 milhões. Ficaram faltando R$ 3 milhões, da campanha para o Senado.

Aí veio a dívida dos estados: R$ 32 milhões. Sempre fui contra pagar essa conta. Conheço campanha, geralmente 70% são exageros, fantasias. Mas o DN assumiu. Ou seja: a dívida de 2002 foi de R$ 50 milhões. E toda a executiva topou.

Chega 2003. E aí, vamos pagar a conta? Pagar? Não, não. (Em vez disso) contrataram Vox Populi, Ibope, (compraram pesquisas) computadores etc. e tal. No fim do ano de 2003, a dívida era de R$ 120 milhões.

Aí veio a campanha de 2004. E como eu soube da conta? Marcos Valério entra na minha sala e mostra a conta. Ele não conseguia chegar no Zé (já ministro da Casa Civil). Ele então me mostrou a dívida. E todos imaginavam que a conta era de R$ 50 milhões ainda.”

O poder de Valério se tornou tão grande que o próprio tesoureiro, Delúbio Soares, perdeu o controle da situação, segundo Silvio. Valério passou a ter contatos diretos com políticos petistas e não-petistas.

No relato dele, os saques feitos no Banco Rural não foram autorizados pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Teriam sido acordos entre parlamentares e o empresário com toda a sua enorme rede de lobbies.

Segundo Silvio, o plano dos petistas seria ajudar as campanhas municipais de candidatos aliados em 2004 e cobrir as dívidas de R$ 32 milhões dos aliados nos estados em 2002. A dívida que restou do diretório nacional (com as campanhas para a Presidência e o Senado) teria sido de R$ 3 milhões, disse. No entanto, em vez de se preocupar em pagar as contas anteriores, já no poder federal, em 2004 a direção do PT optou por deixar Valério cobrir as dívidas e ainda financiar as campanhas eleitorais em cinco capitais, mais a campanha do PTB, e ainda implantar projetos para ampliação do partido.

Silvio disse ainda que nenhum petista ficou com dinheiro para enriquecimento pessoal. E admitiu que foi um erro aceitar o Land Rover de presente do empresário César Roberto Santos Oliveira, da GDK, que presta serviços à Petrobras. Os principais trechos da entrevista:

Marcos Valério e seus interesses no governo “Foi o Virgílio Guimarães (PT-MG) quem apresentou Marcos Valério ao Delúbio. Em 1998 ele operava para o PSDB. Marcos Va- lério é um homem muito, muito inteligente. Ele atuou na campanha do Lula (em 2002) na normalidade. Depois foi crescendo. Ele tinha quatro pontos de interesse com o go- verno. Não se esqueça que ele vem do Banco Central, foi funcionário de lá. Por que você acha que acharam ele 17 vezes acionando o BC? Não tem essa história de propaganda, isso é bobagem.

O plano era faturar R$ 1 bilhão. Eles iam ganhar R$ 1 bilhão. Em quatro áreas: Banco Econômico, Banco Mercantil de Pernambuco e Opportunity. Tinha ações dele lá que renderiam dinheiro. Mas nenhum dos quatro esquemas rolava. Valério trabalhou com o Dantas (Daniel Dantas), mas o governo era dividido com essa história.

O quarto ponto eu não sei bem, mas eram uns passivos na área de agropecuária. Mas não deu certo, o BC não acertou as coisas para ele.” Encontro com a cúpula do PT depois do escândalo “O PT virou refém do Marcos Valério, não tinha mais jeito.

O Marcos Valério estabeleceu canais próprios com petistas e com não-petistas. Tem muita gente, muitos partidos (estão envolvidos). Só que tudo caiu na nossa conta. Não tinha jeito de ser diferente. Quando estourou (o escândalo), nos encontramos com ele. Marcos Valério disse três coisas: ‘Olha, tenho três opções: entregar todo mundo e derrubar a República, ficar quieto e acabar como o PC Farias, ou o meio termo’. Foi isso.”

arrecadado por Valério “Empresas. Muitas. Não vou falar nomes. As empresas entre si fraudam as coisas. Às vezes o governo não persegue, e é só isso. Elas se associam em consórcios, combinam como vencer (licitações).

O Delúbio começou a usar o Marcos Valério para pagar as contas. Agora, da lista do Banco Rural, o Delúbio não sabia, não. O que aconteceu é que o Delúbio perdeu o controle. Ele só sabia de três ou quatro deputados do PT. O resto, que recebeu no Banco Rural, não era esquema do Delúbio. Tudo o que foi sacado não tinha a ver com o Delúbio. Quem mais sacou? Há muita hipocrisia.”

A distribuição dos cargos para petistas e aliados “Quando assumi os cargos, fui muito abordado. Ganhei uma dimensão que não tinha, trânsito com todo mundo. Essa gente não é fácil, tentou tudo. Mas eu não ia a festas com eles. Por isso nunca vão provar nada, porque nada fiz de errado.

Meu papel era convencer os ministros do PT a liberarem cargos para os aliados. Porque tenho palavra. Quando o PMDB veio, em abril, e já estava tudo ocupado no governo, fiquei com o abacaxi. E muitos da base aliada de fato não entraram por questão ética, os ministros do PT são sérios.

Não me conformo de o PT pagar todo o pato. Se investigassem a fundo realmente, veriam isso. E o governo nada fez de errado. Mas não há interesse porque quase todo mundo está envolvido. Foi uma grande mística (a distribuição dos cargos).

De 7.900 pessoas que se inscreveram no sistema que eu montei, para toda a base aliada, com cargos e perfis técnicos, ficaram mais de 90% de fora. Foi um sistema legítimo. Cada deputado da base queria um cargo (federal) nos estados. Tinha ainda que dar uma cesta para o PMDB. Seriam 50 cargos.

Mas em 2004 atuei só no rescaldo disso. Roberto Jefferson inventou que eu era o gerente dos cargos em 2004.” “É um mecanismo que continua no país” “A verdade do PT não tem como ser digerida pela mídia. Como o Delúbio consegue, com uma assinatura dele mesmo, R$ 50 milhões? Olha, eu acho que o Delúbio não parou e olhou a coisa como um todo. Ele não é corrupto. Não é. Quem decidia tudo isso? Não havia uma decisão, não é como vocês pensam. Atrás do Marcos Valério deve haver cem Marcos Valérios. É um mecanismo, e que agora continua no país.”

“É mentira (sobre as malas de dinheiro denunciadas por Roberto Jefferson). Não houve nenhuma mala de dinheiro. O dinheiro não passava pelo PT. Era um esquema cômodo. Nem traficante usa mais mala de dinheiro. Isso é Al Capone. Agora, o PT deu muito dinheiro ao PTB.”

Acusações e o esquema nos Correios “Cadê a Skymaster? Cadê as minhas empresas que os jornais falaram? Disseram até que a HHP era minha. Estive uma vez apenas na Sky, a pedido de um líder da base aliada, cujo nome eu vou preservar, porque segundo ele a empresa estaria sendo prejudicada pelo governo. Fui ouvir e não fiz acordo. Nos Correios, quem operava de fato era o PMDB. Eduardo Medeiros não foi indicado por mim.” Tentou falar, mas o PT preferiu não ouvir “Se a direção do PT me chamar para ser ouvido, eu vou. Por que não me chamam?

Eu liguei para o Berzoini e disse a ele que gostaria muito de ser ouvido para que minhas informações ajudassem nas investigações internas. Eu disse a ele e repito agora: estou à disposição. E à disposição mesmo. Inclusive se quiserem fazer um depoimento aberto à imprensa. Ou sob sigilo, gravado, eu falo. Mas coloco só uma condição: que avaliem a postura de quem recebeu. Aliás, quem recebeu? Sabe qual é o problema? Eu nunca fui ouvido pelo PT. Nunca quiseram saber. Mas deveriam. Ou talvez saibam.”

Submetido nos últimos 12 meses à “lei do silêncio” imposta pelo PT, o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira rompeu o pacto e relatou, em duas conversas exclusivas com O GLOBO, na quarta e na quinta-feira passadas, o que ainda não havia contado sobre o esquema do valerioduto. Em seu apartamento no bairro Bela Vista, Centro de São Paulo, Silvio disse que tentou contar tudo à nova direção do PT e que telefonou para o presidente do partido, Ricardo Berzoini, se pondo à disposição. Não conseguiu ser ouvido. Um ano depois das primeiras denúncias de corrupção nos Correios, que desaguaram no escândalo do valerioduto, o que Silvio conta são detalhes da operação comandada pelo empresário Marcos Valério e a antiga cúpula do PT, da qual fazia parte como secretário-geral, e também sobre o esquema de distribuição de cargos para petistas e aliados no governo, a operação da máquina do partido nas duas últimas eleições e sua visão sobre o envolvimento da cada personagem.

Segundo Silvio, o plano do empresário Marcos Valério com o PT era arrecadar o montante de R$ 1 bilhão, em quatro áreas, todas com pendências na atuação do governo: Banco Econômico, Banco Mercantil de Pernambuco e Opportunity, além de operações de passivos na área da agropecuária. As operações não teriam dado certo e por isso Valério teria passado a cobrar as faturas. O esquema foi investigado por duas CPIs (dos Correios e do Mensalão), pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da República, que denunciou ao Supremo Tribunal Federal 40 autoridades, ex-autoridades e empresários envolvidos diretamente com a “sofisticada organização criminosa” que resultou na cassação dos mandatos de deputado de José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ) — o primeiro, o todo-poderoso chefe da Casa Civil do governo Lula por dois anos e meio e o segundo, o antigo aliado que denunciou o mensalão. Silvio afirma que existem outros partidos envolvidos e que “há cem Marcos Valérios por trás do Marcos Valério”, dizendo acreditar que o esquema todo pode ter voltado a funcionar, já que, apesar das CPIs, as estruturas de corrupção não foram modificadas.

Segundo Silvio Pereira, a fonte dos recursos que foram injetados no PT, principalmente para campanhas eleitorais do próprio partido e do PTB, nas eleições de 2004, é basicamente oriunda de um pool de empresas, empenhadas em ganhar contratos com o governo e também em garantir o destino de emendas de parlamentares. Bastaria o governo não notar os pools, principalmente em consórcios, disse. Na versão do ex-secretário-geral do PT, Marcos Valério funcionaria como um dos emissários da arrecadação ilegal junto a empresas de variados setores. Silvio contou ainda que foi feito um acordo com Marcos Valério logo depois de estourado o escândalo, que completa um ano este mês. A culpa ficaria mais centrada no PT e nos principais envolvidos. O empresário teria dito aos petistas que tinha três opções: contar tudo o que sabe e “derrubar a República”, por causa do envolvimento dos outros partidos, dos políticos e das empresas; calar-se e acabar assassinado como PC Farias (o tesoureiro do ex-presidente Collor); ou contar parcialmente o que sabe. — Mas não há santo nessa história toda, em nenhum partido, nem na direção do PT, quepagou o pato todo — diz.O ex-secretário-geral exime o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de responsabilidade no esquema e afirma que em 2004, já ministro, o ex-presidente do PT José Dirceu não recebia Marcos Valério, nem gostava da situação. O empresário teria tido um comportamento normal na campanha de 2002, mas em 2004 passou a ter acesso irrestrito à direção nacional do PT. A maior parte dos dirigentes sabia da influência de Valério e das dívidas do partido com ele, que chegaram a R$ 120 milhões, segundo o ex-secretário.